sábado, 28 de fevereiro de 2009

sim, queria mesmo era pegar uma faca de passar manteiga e cometer o "arakiri"...

SOCORRO...

eu não estou sentindo nada...e nada pra mim é que é o inferno, e nada pra mim é que é estar morta, morrer de verdade é um imenso e grande nada, um vazio, uma enorme ausência de tudo o que se possa sentir, nem dor, nem alegria, nem tristeza, nem felicidade, nem raiva, nem fúria, nem nada...e hoje é assim que peço socorro, como a música que ela um dia me apresentou dentro do carro...puxo do fundo uma ponta de raiva, de fúria, tudo fake, nada de verdade, nem verdade há, só nada...as lágrimas por fim secaram, não que não haja mais motivo pra elas rolarem, é só o nada fazendo com que elas se ausentem também...poderia tentar gritar toda minha dor, mas nem grito e nem dor estão presentes, não há mais motivação pra nada, tudo o que havia se tornou tão banal, casual, habitual (eu diria) que a dor, angústia, solidão, medo, tudo isso saiu da linha e não há mais nada pra por lá, só o nada e mais nada...goodbye é uma das poucas palavras que eu sei em inglês, não sei quase nada nessa língua que me assombra tanto, mas sei o que é goodbye, é prenuncio de que daqui a pouco não haverá mais, sairá, virá então o de sempre...nada...está nas minhas mãos mudar isso tudo, trazer tudo de volta ou trazer algo novo e vivo pra dentro dessa sala vazia, trazer algo e preencher esse nada...mas quando olho pra dentro e busco o que poderia vir pra aqui, quando olho para as minhas mãos onde sei que deveria estar a solução sabe bem o que vejo...não há mudança, e mesmo assim não sou mais a mesma...nada de novo e nem de velho, somente nada...e isso certamente é pior do que morrer, já que quando se morre... se morre apenas uma vez, e esse nada é só uma gotinha por dia e nada mais...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

queria escrever mais, minha cabeça anda tão cheia nos últimos dias, que nem dormir direito durmo, meus dedos adormeceram e doem e meu ombro já não é mais o mesmo...quem sabe amanhã volto renovada e começo tudo de novo...bom dia!!!

bramstor???breinstory???

quando eu deixo tudo de lado, de lado o passado que não passa, um futuro que não chega, uma vida que não anda ainda que pernas nela eu nunca tenha visto e minhas mãos prolongadas por meus dedos enlouquecem (me) num teclado como esse e eu julgo que me julgarão pelo que escrevo e penso que hoje quero ser outra e daqui pra frente vou pedir pro orixá pra ser uma diferente e fazer o que me der na telha do meu telhado de vidro embaçado e jogo pedra noutros telhados e dou risada e não levanto pra fumar um cigarro porque acho que incomoda o marido que dorme no quarto ao lado e que incomoda os vizinhos que dormem aqui em cima e fico pensando que o que eu queria na vida era ter coragem pra incomodar todo mundo que eu quisesse incomodar e dar de ombros e sair rebolando toda rebordosa e não estar nem ai pra nada e que isso só se for em outra vida, só se for baixada de zé pilintra e que estou vendo muito filme de ficção e que não sei como se escreve "bramstor"mas se soubesse como se escreve diria que o que estou fazendo agora é um desses, que se pensa sem parar e se escreve tudo o que vem a cabeça, mesmo que a cabeça seja frouxa e mesmo que seja certinha ou louca sempre passa alguma coisa na cabeça de uma pessoa que fica na frente do computador por muitas horas por dia e que diz que tem muita coragem na vida e que na verdade sua coragem se restringe ao fato de falar de coragem, mas que na prática não tem coragem de nada, nem do cigarro e mente pra si que estraga a voz e o pulmão e que pra ser gente descente tem que ter voz boa e pulmão limpo e que se quer ser boa atriz tem que aprender a fumar mas também como todo monge tibetano não pode ter riqueza e nem vício e então engole seco a vontade de tragar aquele belo cigarro que está escondido dentro da bolsa e que não tem nem fósforo e nem isqueiro de tão fumante que é...e vai ficando com dor nos dedos e preguiça de escrever e o ombro dói e não quer se viciar em relaxante muscular pois os tibetanos também não e pensa na liquidação das lojas do centro e na droga do dinheiro que nunca será seu...e pensa em sair de casa agora, como está, de calcinha branca e sutiã preto, mas novamente pensa em ser mais magra e promete uma dieta a jato pra amanhã e já sabe de antemão que não vai dar certo e pensa em mutilar a parte gástrica do seu corpo, mas sabe que o que dorme ao lado não concordará e que não é como a tatuagem e que não é como férias no nordeste e que não é como nada que conhece e que fica fraca e sem pilha e pensa de novo em pai-de-santo e zé pilintra e acha que está vendo muito filme pornô socialista e que adora rima e que a rima persegue sua escrita e que se fodam os socialistas dos filmes de cima e que se foda a vontade de fumar cigarro porque nem gosta de cheiro de cigarro e fuma pra se sentir um pouco drogada, ainda que tardia...e como seria bom poder abrir a janela e sentir cheiro de tempestade, porque disso eu realmente gosto e meu sino de vento soaria como um louco e eu me lembraria da fabi e do carnaval no rio de janeiro e de coisas que gosto na vida e de outras que nem tanto e terminaria a escrita sem mais nem menos e deixaria a revolta enfurecida, cheia de cor e som pra outro dia e diria boa noite a todos e desculpe qualquer coisa e sairia de cena pra voltar daqui algunas dias...e lembraria por fim que não sabe como se escreve bramstory@$%*&!@+&*¨$, mas é porque não sabe inglês e nem sabe se saberá algum dia!

será...só imaginação...nada vai acontecer...

será que se eu falasse dos meus podres, das minhas vergonhas tão vergonhosas, das minhas limitações, das minhas vaidades, das minhas luxúrias, das minhas coisas encalacradas e escondidinhas bem no fundo desse saco de carne sem fundo, será que se eu fizesse isso tudo de uma vez e em praça pública e pra todo mundo e mandasse avisar nos jornais e mandasse todo mundo estar lá sob pena de morte e de desgosto...será que se eu fizesse isso sem nenhuma droga no corpo, sem nenhuma gota de álcool na cara, de cara limpa, escovada e lavada e seca com toalha branca, será que se minha voz neste dia estivesse bem apoiada e minha articulação bem articulada e desse para todos ouvirem e entenderem o que minha voz sem nexo falaria bem alto, no alto da praça bem pública as coisas privadas que tenho trancadas junto com meu pequeno exúzinho...será que depois de tudo isso lavrado em ata e registrado em cartório e com fé de um escrivão e de cartorários do mundo inteiro também...e com uma fita gravada que ficaria passando noite e dia sem cessar em rede nacional e que todo mundo fosse obrigado uma vez na vida a ver sob pena de extradição do mundo-terra...será que depois disso tudo e de eu sem voz num canto escuro de uma praça pública qualquer com as algemas seladas e com a chave na boca e com a lingua pra fora e com os dedos dos pés molhados de sangue e suor e uma chuvinha bem fina caindo na cara e as palavras ainda saindo como vômito que não sára, que não pára, que não muda, que não cala...será que depois de dizer e desdizer tudo isso e de todo mundo com medo de morrer me ouvindo e depois de quebrar a tradição que me plantei de silencio e de mentir todo dia e de brincar de faz de conta que não conta o que sente, que não conta o que vive que não vive o que é...será que depois de expurgar todo esse meu mau eu ainda vou ouvir um gato de rua passando pela praçapública dizendo pros que ainda ficaram de pé o seu miau e vou rir de tudo e pensar que outro dia vou até aquele lugar e faço dele um confissionário e depois desminto tudo e digo que era só uma peça de teatro banal que estou preparando pro próximo festival porque sentir melhor ou melhorar de fato depois de dizer o que nem morta eu falo...será que depois tudo ainda existe um depois...será que será ou e só a minha imaginação, já que nada vai acontecer...o que será então...

hoje em dia...

é sim o que me move...eu posso sim ficar horas sentada na sua frente e responder todas as perguntas que me fizer, olhando bem dentro do seu olho meio morto, meio parado, meio de lado...posso estar de pé se você assim desejar...eu sei bem trabalhar com desejos, quase profissionalmente se lhe interessa saber...posso olhar, sentir e pensar o tempo que eu quiser, ou o seu tempo também, depende da vontade, do desejo em fazer o que se deve fazer...gosto do jogo, ele me move, ele me instiga, gosto de estar na posição do jogador, a tecla de play sempre me inquietou...é obvio que eu também gosto de mentir...de mentir com os olhos muito mais do que com as meras palavras...mentir com as palavras já não é uma novidade pra ninguém, mas com os olhos, sim, existe gente que mente com os olhos e esses são os que mentem melhor, dá gosto de ver as mentiras que os que mentem com os olhos tem pra contar...neste quadro eu me encaixo bem, dos que tem prazer em mentir com os olhos, dissimular olhando dentro do olho do outro e se divertir com isso...eu gosto de jogos quase mortais...quase sempre desejei ser um menino, minha mãe desejou isto antes de mim...quase sempre quis ser outra pessoa, ontem eu também queria ser outra pessoa, hoje não sei não...mas quem sabe ser mais alta, mais magra, mais peituda, mais ordinário, o que julgo impossível e invariavelmente mais magra...isso sim não muda o dia todo...me incomoda, mas não vim aqui pra falar do que me incomoda, caso aceitasse esse jogo de falar do que incomoda estaria mais uma vez mentindo, e não é isso o âmago da questão...mas voltando aos jogos, os jogos sim eu gosto...mesmo não tendo aquela bunda redonda de silicone que queria ter, dos jogos eu gosto...posso dizer até que curto...um longo curto neste caso...talvez por isso que cada vez que olha nos meus olhos e vê uma criança, toda vez que eu brinco de mentir e você de acreditar...deve ser por isso que vê aqui uma criança, é um jogo, uma brincadeira que eu faço quando quero me divertir de graça...na verdade toda vez que faço isso é porque estou pensando uma grande besteira ou uma coisa feia de se pensar e dai minto que estou sendo uma pequena e inocente criança e o jogo fica mais animado, ao menos pra mim...eu sei o que é jogar...mas não vim aqui pra falar de incomodações, nem de jogos e muito menos de mentiras...vim falar de hoje em dia, mas como já é tarde da noite e nessas horas nem se mente, nem se dorme e nem se joga mais...boa noite fadinha..até mais!!!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

...

Essa não é a minha vocação...nunca será, nunca foi...não tenho a desgraça marcada no peito, como por tantas vezes fui levada a pensar...não almejo a perfeição, ela não é pra mim...mas vocação pra fazer tristeza, essa de forma alguma é a minha vocação...não quero, não procuro, não desejo que a tristeza esteja por perto, ainda que vez por outra ela insista em chegar de supetão...mas não é a minha vocação, e nem que tenha que repetir milhão de vezes...repito, pra dentro e pra fora de mim...não é a minha vocação...minha alegria vaza dos poros pra fora de mim, escorre pelos meus lados, pra quem está de verdade ao meu lado...essa sim, eu posso sentir...mas quando você vem com sua cara de sempre, me dizendo na cara de agora que a tristeza é minha aliada, que é sim minha vocação, eu digo não em sua cara com toda grosseria que eu teria se fosse grosseira...não é minha vocação e não tenho culpa se insiste em ficar ao meu lado quando ao lado sei que não está...essa culpa não é minha e não é minha vocação o que julga ser, eu não vou pagar ainda mais uma vez por uma culpa que nem minha é...uma vocação da qual não partilho, porque se eu sei ver o que ninguém quer isso não pode ser só problema meu, se a tristeza aparece em vezes ou outras e seguida dela está você...é certo que essa vocação não é minha, só você não vê...

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

minha escola...(escolha???)

li livros equivocados, esse assunto que eu achava que sabia decor e salteado, na realidade eu não sei, eu sequer sei do que se trata, livros bobos ilustrados com figuras coloridas e irreais, livros falsos que retratam uma realidade virtual que não se encaixa nessa nossa realidade tão real...auto-explicativos diziam, se aprende fazendo, vivendo pra ser mais específica...não é assim que se dá, hoje quando tento ir levando, aprendendo com a vida, não aprendo quase nada, faço tudo errado por não aceitar o erro, sabendo que naqueles livros a primeira lição deveria ser a de aceitar os erros e deixar pra lá...não vai estar sempre tudo bem, eu não tenho obrigação nenhuma em engolir nenhum tipo de bicho pra evitar uma briga ou desentendimento, sou diferente de todos os que me cercam, logo tenho minha opinião, que deve valer alguma coisa, tem que valer...eu deveria saber que viriam dias assim, de desentendimento e desilusão...eu deveria saber, mas as folhas que falam disso devem ter sido arrancadas por alguma censura idiota, que achando que o que os olhos não vem o coração não sente...pura literatura...tudo que acontece nos livros é sonho, gente feliz o tempo todo, que não discorda, que não discute, que não briga, livros, novelas, filmes de amor, eu não acredito mais nisso...não depois de virar uma esquina e dar de cara com a vida, nem tão doce e colorida, ao menos não todos os dias...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

ontem e hoje

ontem foi dia de reis pra mim...estávamos lá em volta da mesa, o tempo quase não passou, e não foi um dia que não passou, foram vários e vários anos que estavam lá, parados no tempo que não correu...minhas pessoas reunidas, olhando uns nos olhos dos outros, compartilhando da mesma mesa, da mesma comida, das mesmas palavras, da mesma saudade que não se fez tão presente, pois o tempo para nós, ontem , não passou... depois do sorvete gelado, com buffet de caldas, com confetti, com vontade...depois pra que esperar o amanhã que talvez nunca venha...ontem, que era hoje naquela época, saímos todos juntos como lufada de vento e seguimos para nossa fa-ro-fa-fa...beira de rio, bóia, água gelada, pernilongos e muitas, mais muitas risadas... o que mais podemos querer da vida, senão um tempo que não passa...ao menos não para nós...

sabemos que todos nós mudamos, já não é mais o mesmo rio, agora queremos um mais reservado, já não somos tão povão quanto éramos naquele outro dia, sabemos que o povão mudou também...mas o que realmente precisava estar imutável era o sentimento que ainda compartilhamos, que ainda entendemos, que ainda choramos de felicidade e de tristeza, mas todos juntos, ainda que separados...sabemos que um certo tempo passou e tirou algumas coisas do lugar, mas definitivamente esse não é nosso tempo...as rochas permanecem lá...então o rio é o mesmo...