segunda-feira, 29 de junho de 2009

o que eu gostaria de dizer...

HOJE
eu
não
sei
o
que
eu
quero
dizer

...nada que eu diga hoje pode me comprometer mais do que ficar calada... nada pode me deixar mais constrangida do que ficar sem palavras numa altura dessas do meu campeonato... eu sei o que quero dizer, mas como é que eu digo isso assim sem parecer que é exatamente isso que eu quero dizer... é como escutar música sertaneja em último volume em plena segunda-feira... eu realmente acredito que tem coisas que podemos dizer sem nos preocupar com as consequências, mas tem outras que podem mudar certas coisas imutáveis, tem coisa que não dá pra falar, tem coisas que não se pode simplesmente escrever, fechar a página e deixar pra lá ...
eu
quero
te
contar
um
segredo
...

quando eu fico sem palavras eu fico muito confusa, eu estou confusa agora, tem coisas que não se encaixam, como um tetris que está na velocidade máxima, tem coisas que não se encaixam com tanta facilidade, hoje as minhas palavras estão confusas e soltas pelo ar, pesco um ali e coloco aqui, outra lá que vem pra cá... hoje é um dia em que acordei meio do avesso, minha mente com nuvens e sem plena visão, hoje tem uma coisa que eu estou sentido e que não faz sentido pra mim... sabe o que eu gostaria de dizer... que pra mim tanto faz, como tanto fez... hoje o que eu gostaria de dizer é que nada mudou e que os pensamentos que plantei no dia de ontem não floresceram em plena noite de solidão... queria mesmo dizer que nada em mim mudou, que eu não mudei depois que você chegou e bagunçou desde os cabelos até os sentimentos... queria dizer só que tudo bem, que essas coisas acontecem, mas que em mim nada mudou... queria fechar os olhos e não sentir por dentro tudo fora do lugar... queria poder conviver com essas coisas da vida sem me assustar... queria poder dizer o que eu gostaria de dizer...

quase normal

SABE, se você ficar olhando algo por muito tempo você de fato se familiariza com o que olha... é fato que as pessoas agregam valor as coisas, as outras pessoas, é complicado demais pra descrever como as coisas mudam de lugar... tudo muda hora ou outra de lugar, basta ficar pra ver... basta abrir bem os olhos e se percebe que resquícios de infância sempre ficam, diga-me como foi criança e te direi quem és... certos brinquedos não tem importância até que estejam nas mãos de alguém... certas atitudes são só pra chamar a atenção... e isso não acontece só comigo, nem só com você... isso acontece com todos os que estão vivos... o tempo todo as coisas mudam de lugar e de valor, as coisas e as pessoas mudam com uma velocidade tão espantosa que se espantar com isso é mais normal do que se imagina...

INSTINTO HUMANIMAL

acho tão engraçado os seres humanos se referirem aos animais, acho tão engraçado que as pessoas se ofendam ao serem comparados a eles, acho tão discrepante não aceitar que parte de nós é instinto, animalidade, acho tão engraçado que muitos não consigam perceber que diferença faz um cheiro, um espaço marcado, um corpo que se mexe pra impressionar, seja no tamanho, seja para parecer mais viril... nessa de olhar e falar pra dentro fico "cuidando" das pessoas ao meu redor... até curingando os comportamentos, e sempre vejo além do que os padrões teimam em ditar... se você parar pra ver o diálogo entre os corpos humanos verá quão animais são... se você prestar atenção em si mesmo verá o que te faz se animalizar, fome?... cheiro?... dor?... brincadeira?... felicidade?... fora de pensar que tipo de animal eu seria se fosse um animal...fora de olhar com padrões pré-estabelecidos, somos todos animais, irracionais em uns dias, um pouco mais racionais em outro, mas animais...
o meu nariz já estava preparado pra sentir o cheiro que entrou corpo a dentro sem pedir permissão, as pupilas dilataram ao sentir o calor da pele que toca outra pele da mesma espécie, os peles eretos, em riste por todo corpo, tal qual toque de suave brisa fria sobre pêlo molhado, os passos se tornam circulares e o corpo se estica para impressionar, é quase uma dança sem regras que acontece sem que sequer possamos pensar...puro instinto, seja de sobrevivência, seja qual instinto for... somos mesmo animais...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

o beijo...

os lábios foram se aproximando com tanta velocidade que talvez não seja capaz na vida real aproximar dois lábios assim tão rápido sem ferir... uma velocidade ao mesmo tempo doce e frenética que deixa o corpo gelado e quente ao mesmo tempo... os lábios se aproximaram e quando senti o toque da pele macia na minha , senti que havia muito mais do que um simples encostar... você se lembra disso... quando sua pele encosta em outro tipo de pele que faz seu tipo e o que se sente é calor e frio ao mesmo tempo... você pode esbarrar em várias pessoas na vida, mas são poucas as que te deixam com sensação de brisa ou ventania na pele... a flor da pele desabrocha com uma rapidez de câmera lenta, uma tempestade de sensações toma conta do seu ser... cheiro, gosto, arrepio, e etc, e etc e etc... não é qualquer pele que traz uma carga tão contrária a sua que ao encostar dá choque... não é qualquer pessoa que se faz presente em sonho-dejavú e deixa na pele a sensação-marca de quem está presente na realidade formal... não é qualquer um... mas com você é diferente... só de sentir se sente que está aqui... dejavú...
sabe que eu chorei sem medo de ser feliz... eu não tive que me artificializar para poder estar ali... eu não tive que forçar nenhum tipo de barra, não tive que fazer quase nada, só abrir bem os olhos e os ouvidos e deixar entrar e sair com certa "naturalidade"... eu não tive que fazer quase nada, só estar ali já foi o bastante, talvez sempre será o bastante estar... não é preciso que as flores saiam das palavras o tempo todo, não é preciso pensar nisso, não é necessário poetizar sempre, mas a poesia teima em nascer... ela nasce e renasce quando o coração está aberto e simplesmente presente e vivo... é quase como seguir pelo caminho com os olhos fechados e sentir tudo o que há ao redor sem ver... é quase como deixar acontecer... não é preciso pensar demais, está tudo aqui, já está tudo aqui dentro e uma hora ou outra vai sair, as vezes mais fácil outras nem tanto, mas basta estar... estar presente e querer brincar, mesmo que em certos dias a brincadeira seja um tanto séria... mas tudo isso faz parte do jogo, esse nosso jogo de mentir de verdade...

quarta-feira, 24 de junho de 2009

por favor, me passe a anestesia

eu vou aplicar um liquido na sua veia e você vai dormir, vai se sentir leve e desligar completamente, depois do tempo de anestesia você vai acordar e tudo vai estar bem..
ISSO AI EM CIMA É O PRÓLOGO...
um dia você acorda e olha para os lados, vomita um pouco, se sente tonta, as vezes até escorrem umas lágrimas quase involuntárias do seu rosto... imagina onde está, quase não reconhece, olha muito pra firmar o olhar, está confusa... sente sede e sua boca seca a cada minuto, não há água neste mundo que possa matar sua sede... sente cada parte do corpo que acorda, SENTE ATÉ OS CABELOS ACORDAREM... um dia você não reconhece nem suas próprias coisas, não se reconhece mais... acorda de um sono sem sonhos, um sono que aconteceu enquanto você estava acordada... um dia passa todo efeito da anestesia que nos submetem naquele dia que comemoramos todos os anos, um dia você se dá conta de que acordou e não sabe onde está... não sabe nada sobre você mesma... acordada você está e agora o que se passará... se acostumou a viver anestesiada, com uma cabeça que separa orelhas, que tem fios que não conduzem idéias, repetem o mesmo prólogo que lhe foi dado no dia em que nasceu... aceita de bom grado todas as coisas que lhe oferecem, não julga, pois não sabe o que é o julgamento... um dia sua mente desperta de um sono, sua mente já não mente mais, quer falar, quer gritar, quer pensar alto... um dia caem todas as fichas acumuladas por tempos, mas você nunca saberá se é cedo ou tarde para as quedas... e se quer viver cada minuto em dobro, em triplo, em exaustão... quer tirar o atraso do tempo em que estava anestesiada... quer uma vida tão cheia que é capaz de explodir a qualquer momento... um dia você sai da sala de recuperação, completamente desanestesiada e quer respirar todo o ar de uma vez só... as idéias que surgem em sua cabeça até doem, você quer pular de cabeça na vida e se jogar no total... por momentos deseja mais uma dose, mas não é mais possível, a inocência se perde uma vez só... um dia você acorda de uma anestesia e PERCEBE QUE O PRÓLOGO QUE TE ESCREVERAM TINHA PALAVRAS QUE NÃO DESCREVEM EXATAMENTE A REALIDADE...

MINHA MATEMÁTICA

eu não posso trocar um vício pelo outro, eu não posso fazer trocas e muito menos deixar um deles por nada... como é que eu faço se na minha matemática a conta não fecha... como é que eu fico se não posso trocar, se não quero largar, se não... como é que fico nas minhas contas se me perco nos números e nos meus pequenos vícios inocentes de cada dia...olho ao redor, cada qual com as suas pequenas grandes manias de fazer e de acontecer... e eu ali com meus vícios nas mãos, num troca-troca sem fim, com uma mão vazia que pede por algo que troque o que sinto, o que faço por outro de igual valor, mas e se não se pode trocar, se não se pode deixar pra lá, como é que faz... eu sou a mais infante da bobinhas da minha tribo... eu ainda sinto no fundo do peito um aperto de vez em quando, eu ainda sinto, o que está fica cada vez mais incomum... eu não posso pegar minhas coisas e sair por ai trocando uns vícios por outros, não posso... mas eu sou infante e bobinha na minha tribo, na minha caderneta de contas, somas, divisões, multiplicação, subtrações as contas nunca batem, eu escrevo, não sou boa em operações, mas na minha matemática escr(o)ita não se troca e nem de vende, muito menos se dá ou se abandona os pequenos vícios, pois se descobre neles também uns pequenos prazeres da vida que não se pode repassar... pequenos vícios, não passe adiante...

domingo, 14 de junho de 2009

tem nevoeiro...

as vezes eu paro pra ver a vida acontecer... a cidade quando anoitece nesse frio tem nevoeiro, eu olho pro nevoeiro com a impressão de que ele me olha de volta... as vezes eu paro só pra ver a vida passar e acho que isso é viver também... eu não entendo os seres humanos, acho que nunca vou entender...mas de nevoeiros eu entendo, ou acho que entendo, mas eu olho e ele olha de volta, acho que nos entendemos... vez por outras faço meu próprio mini nevoeiro e isso pra mim é parar pra ver a vida passar...

E O AMOR...

E O AMOR PRA ONDE FOI, ONDE ESTARÁ... o que se passa quando o que há já não se sabe mais o que é...tamanha é a fragilidade dos relacionamentos, tamanha é a fragilidade do próprio amor, amor-próprio o que é mesmo que essa palavra costumava dizer... tenho visto tantas coisas com outros olhos e os meus olhos onde é que foram parar...são esses os meus olhos de agora que agora estarão norteando meu olhar, serão esses os meus olhos...me deixo contaminar pela música que me leva, que me traz...as palavras não consertam as coisas, não fazem concertos...por vezes até pioram o que de pior pode haver entre duas ou mais pessoas...mas e o amor onde estará uma hora dessas da tarde de domingo, o que fará o meu amor agora...o que será que é amor...eu tenho vivido de perguntas e dúvidas, dívidas de um passado que reclama minha falta, por onde será que ando eu nesses dias de frio...por onde será...eu tenho vivido de inseguranças e cobranças feitas a meia luz...onde estará o que plantei, será que as plantas não vingaram ou o que plantei hoje nem eu mesma consigo reconhecer...e o amor, e o amor que foi lançado ao vento, e o amor que foi suavemente plantado naquele e em outros tantos corações, onde estará o meu amor agora, onde será... e o que eu tenho o que será que é o que eu tenho plantado no meu coração... eu tenho vivido de confusão e esclarecimento vago, eu tenho vivido assim...as coisas que julguei hoje me julgam, os meus conceitos mudaram, mas será que eu mesma mudei... já não compro mais amor em bancas de jornal, já não mais...venho me duvidando e perguntando ao amor o que será... já que é sabido que não é amor o que eu costumava chamar por esse nome tão fictício quanto os amores que resolvi achar que eram assim assim... mas de mim o que será sem meu amor antigo e que tão acostumada a ele eu já estava, e de mim o que será em meu amor que agora sei que já não é amor, mas o que será...já não sei o que é e nem o que será...não sei o que tenho plantando em meu coração e nem ao menos se planta é...já não sei o que é o amor, o que eu comprei não era amor, era mera falsificação que vendiam nas bancas de jornal...mas o amor onde estará...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

simples...

tenho observado por tempos coisas simples...tenho pesquisado, se é que se pode dizer isso assim, a simplicidade...fico olhando coisas, lugares, pessoas, tudo que me pareça simples...e cada vez que eu olho mais complexo o simples se torna aos meus olhos...não consigo decifrar essa realidade, não consigo pensar direito, é como um encantamento, olho e não há mais nada, só...a vida assim me encanta muito, mas ao mesmo tempo me parece tão distante e distinta da minha, não sou sofisticada, não sou tão diferente assim, mas a minha simplicidade eu não consigo ver, por vezes penso se isso é um defeito meu, não ver a simplicidade das minhas coisas e me encantar com a dos outros, fico horas e horas nesse vai e vem...fico horas...e quando tento falar sobre isso as palavras me fogem...quero falar sobre isso que não sei como explicar, mas na verdade nem explicar é o que eu quero, quero sentir isso o que não sei exatamente o que é...sabe essas sensações que não podemos nominar, não é algo que corriqueiramente eu experimento, estou experimentando agora e é novo e não sei nomear...não que precise, mas queria poder dividir isso que muito me intriga, que me faz gastar tempo, que me faz parar...olhar para a simplicidade, ver e sentir o que vejo e sinto, mas dai a verbalizar...bom dai a verbalizar são outros 500?