segunda-feira, 29 de setembro de 2014

WTF?

Lá por certa altura do campeonato, a maioria das pessoas faz sexo e todas elas sabem do que se trata.

É ou não é?



Não se trata de algo misterioso ou enigmático como morrer, por exemplo.

É claro que dá pra morrer fazendo sexo, em todos os sentidos. Se é que me entende... Me entende, não é? 
Existe sexo das mais variadas formas e sabores. Assim ou assado. Por cima ou por baixo. Na frente ou atrás.

Mas não é sobre isso que eu quero falar...

Quero falar sobre o que não se fala. Não sobre os tabus ou sexo com as mais estranhas formas de vida. Quero falar sobre o fato de não se falar sobre sexo e sobre a palavra sexo ser pior do que colocar cianeto na boca. Sobre essa mania feia que temos de usar essa ou aquela palavra para não ter que falar essa ou aquela palavra considerada feia, tabu, falta de educação ou civilidade.

DESCULPA...

Mas eu falo sexo, transar, trepar.


Falo sim e não acho que eu seja uma pessoa melhor ou pior só por isso. Se a palavra existe, qual o motivo de ignorá-la?

Talvez o motivo seja justo este... Ignorar!

Ignorar o fato de que pessoas adultas (ou nem tanto...) fazem sexo, transam umas com as outras, pensam em sexo, sentem sua sexualidade todos os dias ou em dias de calor. Deixar de falar sexo não faz com que o sexo não exista. E ficar infantilizando com palavras toscas só para ser "educado" faz de nós pessoas piores.

No meu antigo prédio as paredes eram finas. Escutávamos os vizinhos esquentando comida no micro. descarga e o xixi. Os saltos altos. As músicas altas. A televisão. A abertura de toda e qualquer porta. E O SEXO!!
Sim. Todas as vezes que nossos saudáveis e extremamente normais vizinhos faziam sexo nós ouvíamos seus gritos, gemidos e afins. Assim como todas as vezes que eu fiz sexo alguem deve ter ouvido também. Tudo dentro da normalidade dessas grandes cidades com seus apartamento feitos de casca de ovo.
E no dia da reunião de condomínio, quando as pessoas começaram a falar sobre os problemas do prédio, as coisas que os incomodavam e tal... Uma vizinha reclamou que quando os seus vizinhos de cima "namoravam" (e riu com uma vergonha enorme) ela escutava tudo e não conseguia dormir...

Oi?

Eu namoro.
Tu namoras.

Cada um namora do seu jeito. 

Sendo que meu conceito sobre namoro inclui passear de mãos dadas, o que imagino que não fazer nenhum barulho, assistir filme está na minha lista, comer um jantarzinho com vinho, ficar sem fazer nada olhando para o namorado e sexo!! Sim, namorar também corresponde a fazer sexo, mas fazer sexo não corresponde necessariamente a namorar!!

Então quando eu falei sexo na reunião de condomínio, fui taxada como a desbocada sem vergonha safada da reunião. Que se lixem... Não estou preocupada com o visão que você tem de mim. Estou preocupada com o que eu acho sobre a vida, o mundo e outros detalhes... Talvez se falássemos mais a palavra sexo e sobre sexo o mundo seria um lugar melhor...

Eis o que eu acho!

Eu falo sexo... E você??

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O AMOR!

O mais correto é que eu tivesse um gato. Um gato de qualquer raça, sem raça, de qualquer cor, com alguma cor. E no dia em que ele chegasse em minha casa, eu olhasse para ele e o chamasse de Amor. 
O certo é que ele, como gratidão por ter um nome do qual poderá se orgulhar, ronronasse para mim.



Seria perfeito.

Eu chegaria em casa no horário de costume ou fora dele e o Amor estaria me esperando. O Amor faria questão de falar comigo. Seria seu costume também ilhar-se entre as minhas pernas cansadas de mais um dia comum. Seria como sentir o Amor na própria pele. 

E então eu levaria o Amor para passear. Ensinaria a ele as coisas que eu sei. E em troca receberia Amor. Passaria a mão no Amor por horas e isso seria o mais próximo da felicidade que nós dois conseguiríamos chegar. 

Eu seria grata ao Amor por tudo e ele saberia disso só pelo olhar.

O certo é que eu soubesse do que o Amor gosta, qual seu carinho preferido, qual sua comida favorita, seu programa de televisão de domingo, qual sua flor mais perfumada, qual a cor dos seus olhos no escuro e que no fim tudo isso não fosse nada perto do Amor recebido.

O certo é que eu soubesse que o Amor estaria sempre lá. Haja o que houver, eu diria. E ele Amor. Que os anos passassem sem deixar seus rastros vertiginosos. Que continuássemos ao inés de parar. Que escolhêssemos ser Amor.

O mais certo é que o Amor ronronaria para mim todos os dias. E sentaríamos no sofá para não fazer nada além de calor. Nada além de eu e o Amor com um mundo dentro.

Talvez algum dia o Amor olhasse pela janela e visse que há um mundo de possibilidades do lado de lá. Se arriscasse. Arriscasse tudo por uma noite. Talvez ao chegar em casa e me dar conta de que o Amor não estivesse lá para me receber, eu só conseguisse sentar no sofá e chorar. Chorar por horas ou meses. 

Mas certamente no dia seguinte o Amor voltaria. Pularia na sacada sem fazer barulho (O Amor não é barulhento!) e eu me assustaria gostosamente por ver o Amor aos meus pés novamente. Certamente eu faria uma cara de arrogância e desprezo, e logo em seguida soltaria um gemido de alegria ao colocar o Amor de barriga para cima em meu colo e acariciar-lhe-ia a pança macia.

O certo é que eu me esquecesse de tudo o que passei e acolhesse o Amor de braços aberto. Mesmo que um vez ou outra ele resolvesse sair novamente. Mesmo que demorasse dois dias ou mais para voltar e que a preocupação fosse uma constante em meu peito.

O certo é que eu sempre confie no Amor. Esteja ele lá ou não. 

O mais correto nesta vida ou em outras que virão é que eu tenha um gato.

Que ao olhar em seus olhos miúdos e molhados eu sinta o desejo de chamá-lo de AMOR.

Que o Amor e seus pelos macios invadam minha vida. Que mesmo com as pulgas advindas do Amor eu não me queixe jamais. Não me queixe de ter o Amor por perto. Mesmo depois de uma noite de matança e coceira... Que eu aceite um sofá rasgado pelo Amor, um vaso quebrado ou umas penas espalhadas por algum lugar que não devia.

O certo mesmo é chamá-lo de Amor.

Mesmo que um dia o Amor não esteja mais lá.

Mesmo sabendo que certeza não há...

HÁ-MOR!