quinta-feira, 7 de novembro de 2013

OIRÁRTNOC OA

COMO  se você vivesse assim. Se só de costas pudesse ver. Se só ao olhar para trás pudesse compreender.

DO AVESSO.




É como sua vida se tornou. O que poderia estar por dentro agora está por fora. O que deveria proteger está escondido. E o resto, frágil, débil, todo exposto aos arranhões que as pessoas sabem oferecer. Como se ao invés de dormir você acordasse. Se quando tivesse fome achasse mais correto não comer. Eu tenho fome! E você? O que é que você tem? Você está tão calado hoje. Tão quieto. Ao contrário de falar, calou.
E se são nossos próprios pés que nos encaminham, como podemos seguir caminhos tão adversos? Tão perversos somos conosco. Sempre deixando para depois. Quanto tempo você ainda tem? Não tanto quanto você gostaria de ter bebê!
A vida não tem rédeas, ela costumava dizer. Dizer e chorar. Dizer e rir de si mesma por ter sido tão tola. Por ter acreditado tanto em si. Em dó. Em ré. Os sorrisos são roupas, que vestimos para ocasiões especiais. Os sorrisos são roupas gastas que se amarelam com o tempo. Os sorrisos verdadeiros parecem meio demodês.
Quando mesmo as coisas deixaram de ter aquele gosto? Quando mesmo o desgosto passou a ser o gosto de tudo o que conseguimos provar? Quando mesmo? Que dia é amanhã? Quando mesmo amanhã vai se tornar hoje? Quantas perguntas são necessárias para sobreviver?
Duas dúzias e meia. Meia dúzia e três. Três vezes mais do que você gostaria. Cem por cento do que pode ser. E acabamos tomando refrigerantes demais, sem nem ao menos saber do que eles são feitos. E se soubéssemos, se soubéssemos o defeito do que ele é feito... Nem assim deixaríamos de tomar. Tomar é a nova moda! É o novo preto! É básico! Diriam por ai...
E desde então somos engolidores de facas. Afiadas por nossas próprias mãos. Somos o desafio ao contrário. Somos o expectador torcendo para alguma coisa, qualquer coisa, talvez até uma coisa estranha e má acontecer. Somos o contrário do que achamos, simplesmente por achar tanto. 
E desde então precisamos de chão para o nosso pé. Para levá-lo para passear, sem tanto, sem tão pouco. E desde que as coisas começaram a se comportar como nós nos comportamos com elas, ao contrário, começamos a desver, desamar, desdormir, descomer, desfalar, desdizer, desviver.

P.S: 

Instruções para se desvirar.

Não existem instruções para isto. Aguarde. Em breve...