quarta-feira, 29 de julho de 2009

minha ansiedade me desintegra a cada segundo... eu nunca consigo estar inteira num lugar, num momento, numa ação... estou sempre de chegada e de partida no mesmo momento... no mesmo raso segundo...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

sinto, logo...

COMO se fosse fácil sentir o tempo todo, cada qual sabe o que sente, mas eu sinto muito em informar que os sentimentos e sensações não são assim tão controláveis, não ainda, não ainda pra mim... talvez um dia possa rir e chorar num picar de olhos, mas por agora o que sei que posso fazer é tentar... minha imaginação faz tempo que anda me dando nó... faz tempo que eu quero e ela não, e quem é que comanda essa bendita quando ela não quer nos dar o que queremos...quem é??... mas eu estou ali, num esforço que pode parecer insatisfatório, mas eu estou ali, tentando driblar inúmeras adversidades, inúmeras coisinhas tolas que crio, pois pra isso minha mente não perde tempo... estou ali indo contra a maré das aparências fúteis, contra as expectativas exageradas, contra tudo isso que todos sabem muito bem o que é... ou será que nem todos... as vezes duvido das coisas, das externas e das internas, é o meu defeito, duvidar... mas estou em tempo de aprendizado, tentando ir além do que sempre fiz, além do que acho, do que já consegui até agora... não é todo dia que é fácil, não é todo mundo que é verdadeiro, não é todo mundo que é todo mundo... tem gentes e gentes nesse mundo enorme... e sorte de encontrar aqueles específicos não é todo dia... e depois não é todo dia que os específicos especificam... todos nós somos feitos de um punhado de dias atrás do outro, e assim como o clima, as pessoas estão assim num dia, assado no outro... e aceitar isso torna tudo muito mais fácil... me parece que as vezes eu quero mesmo o mais simples, o mais fácil...mas nem sempre... o que eu quero é simplificar de uma vez o que se pode tornar fácil, pra que complicar?... mas depois eu mesma me complico... mas é aprendizado...todo dia uma nova lição... todo dia um novo dia... e quando me deparo com as delicadezas da vida, quando eu me deparo com pessoas que não o tempo todo, mas em algum tempo se preocupam com o outro, ai eu fico certa de que a vida é um punhado de dias, uns mais coloridos... outros mais gris, mas que isso não depende do tempo lá de fora, depende só de quem encontramos naquele dia específico e de como é que reverberamos nela... faz pouco tempo, mas obrigada por ser meu diapasão e colorir com giz um dia tão cinza, pra mim..."coisas minhas, talvez você nem queira ouvir..."...

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A CARTA

com um cuidado especial SARAH abriu a carta, retirou do envelope o papel já amarelado, colocou-o perto do rosto, eram cartas ainda perfumadas... a caligrafia tão conhecida, como pode esquecer o passado, como pode deixar o passado não se transformar em presente...como pode não se presentear por tanto tempo... abriu delicadamente o papel, estava levemente gasto, lembrava exatamente de quantas inúmeras vezes leu e releu os escritos dali... lembrou uma porção de coisas, eram gostos, cheiros, sabores e umas lágrimas a mais... passou os olhos rapidamente pelo contéudo, não era preciso reler, estava tudo registrado em sua memória... estava tudo muito presente... retirou todas as cartas de seus envelopes, colocou uma por uma perto do rosto, parecia sentir a textura que bem conhecia...aquele cheiro lhe levava para um mundo a parte...esse era um passado que quis muito esquecer, quis o impossível, quis ser irreal...como um quebra-cabeça montou sobre a mesa 10 anos de sua vida, cada cartas, cada ano, cada memória trazida à tona por simples folhas de papel...tinha certeza de que havia vivido um grande amor, tinha a certeza de que esse era um passado que ficou para trás... tinha decorado seu papel, esperava a peça começar, esteve ensaiando aquele amor por tanto anos, queria tê-lo estreado, mas foram dez anos de cartas que ao fim de tudo eram só papel e lembranças... sua cabeça tentava articular o porquê de tudo aquilo, quis tentar entender algo que nunca foi claro... sua lógica era a seguinte... ama-se e se é amado... sua lógica sempre lhe pareceu ilógica...

domingo, 12 de julho de 2009

A CARTA

SARAH pensava no passado, viva por lá... em seus sonhos revia tudo sempre muito colorido, sempre tão vivo que podia respirá-lo, senti-lo por perto mesmo em seus sonhos... tinha a velha mania de escrever um diário, tinha a velha mania de sonhar com coisas que haviam acontecido a muito tempo atrás... SARAH era uma mulher sonhadora em sua essência, era discreta e levemente colorida, tomava chá toda tarde, comia biscoitos de vento e usava batom rosa bem claro... seu perfume tinha notas de jasmim e baunilha, nada que se pudesse sentir a quilômetros, nada que se pudesse esquecer com o tempo... suas roupas eram claras e bem passadas e exalavam cheiro de sol puro... SARAH foi criança por um bom tempo, inclusive na adolescencia tão moderna de hoje era ainda uma menina, sabia o valor de uma boa brincadeira, de uma corrida na chuva, de um domingo de sol, de uns doces e das flores, soube disso por muito tempo... SARAH era uma apaixonada pela vida que certo dia se apaixonou por ela, era certo que algo assim iria acontecer... por vezes sentia sua vida atribulada demais, ia até a colina que dava para a rua sem saída e sentava sobre a pedra-banco e ficava ali por alguns minutos, suficiente para voltar ao passado e se renovar... o velho lhe renovava... as pessoas não entendiam suas manias, não sabiam o que ela guardava dentro do peito, não sabiam nada sobre aquela mulher tão frágil que parecia que poderia quebrar a qualquer momento... ela viva sozinha em sua casa, um delicado chalé que tinha coisas delicadas e de cores fracas, mas que lhe traziam a tranquilidade que sempre desejou ter... cada coisa em seu lugar tinha um significado, cada coisa lhe trazia uma lembrança, cada lembrança uma volta ao passado...
era um dia ensolarado, as blusas de lã deveriam ir para o sol, SARAH abriu o armário cheia de ímpeto, estava animada como um dia de sol... suas roupas foram retirada uma a uma do armário, colocou cada uma delas no varal e olhou aquela suavidade de cores invadir o quintal... estava lá mais uma vez, no passado que as blusas lhe traziam... se renovou... voltou para dentro com um pano de pó, queria arrumar o armário para receber todo aquele sol armazenado... subiu no banco, deixou no chão os chinelinhos cor de pêssego com plumas que faziam cócegas, ao subir se escorou nas prateleiras, era um armário muito alto... e na ponta dos pés seu olhar delicado observou pacientemente a caixa no fundo do armário, guardada, ela que tanto visitava o passado tinha passado daquela estação sem descer por muito tempo, não se lembrava mais nem quando havia colocado a caixa lá... retirou-a da prateleira, desceu cuidadosamente do banco, os pés automaticamente encontraram o caminho para dentro das pluminhas, as cócegas nem se fizeram notar, estava absorta pela caixa... não fazia a mínima idéia do que encontraria ao abri-la... foi até a sala, sentou no sofá creme perolado, colocou a caixa nos joelhos e por algum tempo observou somente a caixa, seus desenhos de madeira formando diversos outros desenhos, olho e sentiu a textura, só isso já seria o suficiente, mas havia algo ali dentro, ela já não se lembrava mais, era preciso voltar aquele passado pelas mãos do conteúdo da caixa, era precioso voltar para lá...
os dedos correram a borda da caixa até encontrar a fechadura delicadamente colocada no centro, não era necessário chave, era uma fechadura simples, uma das mãos segurando a caixa e a outra abrindo...era como a descoberta de um tesouro, era como ter ido ao fundo do mar e voltar a superficíe, não para respirar mas para abrir o baú e ver que tesouro seria merecedor de tal guarda... ao abri-la se deparou com mais desenhos no verso da tampa, olhou-os rapidamente, já não era possível esperar... uma folha de seda azul celeste cobria o conteúdo, depois da folha vinham um maço de cartas sutilmente amarradas com uma fita vermelha, algumas fotos preto e branco e uma flor seca, parecia ser um lírio... a memória não retornou, nem com os pertences na mão SARAH não se recordou do passado que ali continha... observou a flor seca, cuidadosamente embrulhada em um lenço de linho branco que estava agora amarelado, observou as fotos e olhou atrás para ver se havia alguma dedicatória... não havia sequer data... lá estava ela com um passado apagado, se reconhecia nas fotos, mas não sabia porque resolveu guardá-las naquela caixa... reconhecia fotos que tinha outras idênticas guardadas em albuns, olhou as cartas, desatou o laço e viu o remetente, seus olhos brilharam, lágrimas adornavam os cantos e teimavam em escorrer, o destino das lágrimas era certo, o coração em tons pastéis de SARAH...
desamarrou todas as cartas ali contidas da fita de cetim vermelha, colocou todas elas sobre a mesinha de vidro da sala, naquele momento ela certamente era muito mais frágil do que aquela mesa se arremessada do 10º andar... naquele momento ela teve um dejavú que pouco lhe esclarecia... estava triste e seus olhos produziam e desprezavam lágrimas segundo a segundo... ao todo eram 10 cartas, uma para cada ano... ao todo eram milhares de lágrimas colecionadas, o passado a esta altura já estava ali, havia retornado com a força de uma tempestade...SARAH foi invadida por sentimentos que estavam em sua caixa de pandora, lembrou-se num relâmpago que jamais deveria ter revisitado aquela caixa, ela continha todas as lágrimas e dores de sua vida... não era desgraça a noticia que recebia naquelas cartas, mas ao olha-las sua tristeza aumentava... não queria tê-las visto novamente, se perguntava porque ainda estavam ali, porque não havia tido a sensatez de jogá-las fora quando tudo acabou...
depois de inundar dois mundos e meio, depois de recordar o que há tempos tentava esquecer, SARAH pegou a primeira das cartas...

sábado, 11 de julho de 2009

tem os que ficam e os que vão...parece que fico sempre entre os que ficam... vejo dissoluções que me agradam, outras que não, mas percebo que sempre tem uns que ficam e outros que vão... não consigo achar explicação para tal fato, o que faz alguns partirem, o que faz uns sempre ficarem... como é tomar a decisão de deixar quando tudo parece tão bem, quando tudo está tão harmônico... pra mim é sempre estranho, não tenho quase nada de desapego, tenho vontade de ficar sempre, mas ao mesmo tempo surge de vez em quando uma ponta de partida nesse peito... um vontade enorme de saber como é partir... não sei se o que falta é coragem ou onde ir, mas volta e meia surge uma vontade de ir, de não ser mais quem fica, de ser quem vai, mas ainda falta alguma coisa... quem sabe o primeiro passo, quem sabe o desapego, quem sabe...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

LEVEMENTE EMBOTADA...

...sempre as idéias vem, eu não peço que venham, eu não esperava por elas, mas agora é uma daquelas fazes em que elas fogem de mim...estou levemente pensando em coisas que não queria e nem ao menos deveria pensar...mas essas coisas estão aqui, embotando minha criatividade, afugentando meus bons pensamentos, descriando a minha doce criatividade...estou de quarentena...agora só me resta esperar!!!