sexta-feira, 30 de novembro de 2007

ME LEMBREI...

o vento que passava pela minha pele me fez lembrar de ti...como dia claro que em tua pele encerra e teus olhos que me olham e não sabem o que dizer...como rosto corado após declaração de paixão avassaladora que sinto por você...como minhas mãos sem saber onde repousar, naquele dia, naquele lugar, que também era claro...e claro até demais...dias desses ainda vivo por lá...e o riso que me visitava sem motivo, sem querer, sem pressa de sair, só de pensar em ti, só de querer-te pra mim...e hoje vou aprender até alemão, pra falar contigo e quem sabe entender seu coração, que não me conta, que não me diz...que me deixa as voltas comigo mesma, e isso não é bom...o próximo passo daquela foto é um beijo, aquele que eu nunca te dei e que você não recebeu, ainda não de mim...mera ilustração, mera alusão...mera mera mera...e minhas mãos já tão sedentas por passeios furtivos por suas sedas e doces e escondidos e ti...e minha mente tão louca como eu nunca fui sozinha, minha mente doente de paixão...o próximo passo daquela foto não é só cabeça, só rosto tão perto um do outro, que nos faz pensar que o próximo passo é beijo na boca...próximo passo daquela foto é a minha mão entrando em cena, fazendo cena de paixão "desgüelada", despenteando seus cabelos soltos ao vento e ao sabor, é todo meu juízo se perdendo, é meu corpo tão perto do seu que nem parecerá amor...só paixão dessas de foto novela, aquela de personagem Maria ou Crsitina ou Aline, ou seja lá que persona que for...próximo passo é de fronte pr'o abismo absurdo que estou, que só sei dar passo à frente, que só sei saber voar em seu colo...abismo de números e voltas e seu perfume que entra pelas minhas ventas e me deixa ainda mais uma vez, mais apaixonada do que sempre sou...esse cheiro de pele de verdade com perfume que não se sabe de que lado é...esse perfume que nem me atrevo de tão atrevida que estou hoje em dia, dia de tocar na pele e sentir seu cheiro no cobertor...de parar na frente da porta dos fundos, como cachorro perdigueiro e pedir ao invés de comida um pouco de amor...amor que leva a loucura de paixão, pedir afago no pêlo de cachorro perdigueiro, pedir pra primeira dona que aparecer um pouco de água, ração e se tiver, também um pouco de amor...dia de passar voando pela rua que a saída é outra, de levar aquele árvore que de tão pequena envergonha as outras...vou morar ali...fazer meu ninho na árvore da sua casa e esperar por ti....e quando aparecer de pijama e cara amassada, amasso eu teu corpo e me finjo de passarinho com ninho na frente da sua casa...e quanto escutar tuas notas...me finjo de surda e peço que toque de novo, mas não suas notas e sim meu corpo que musicará pra ti...

PERDIDOS...

É QUE seja no espaço solar, ou mesmo no espaço do lar

estamos perdidos

seja na vida, seja na lida, seja onde for

estamos perdidos

como rumos sem destino ou destinos sem rumo

estamos perdidos

como o que já não acontece todo dia

estamos perdidos...

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

AINDA O RELICÁRIO...


NEM pude me fazer perceber inteira...nem pude mostrar que ainda trabalhava e que sempre trabalharei num relicário, relicário feito pra você...meu silêncio se fez em defesa de ti, e você nem notou, atirou em meu peito, hoje ainda tão dolorido, de angustia e dor...atirou-me ao peito mais do que balas que iriam ferir a carne que ali estava, mera carne, atirou-me palavras e olhares (ao peito), que me desfizeram, que quebraram seu relicário, que em minhas mãos estava, em mil pedaços...relicário em que te guardava em todos os dias, que nunca foram simples, que nunca foram exatos, mas que foram dias de não só...e no rádio a música já tocava, era o rádio da casa vizinha, mas mesmo assim eu escutava, me retirava daquele lugar, baixinho, onde estava, cantarolava a canção que me recondicionava a não pensar em você..."Deus sabe o que eu fiz foi te proteger, do perigo maior que é você, eu sei que parece o que não se diz, o seu caso é o tempo passar, quem fala é o doutor..."...e ainda assim muito pensei, e ainda assim muito voltei, e ainda assim...e de noite tudo mudou, os olhares, os pensares, até mesmo o amor...cada qual em seu canto torto, fingindo ser bem feito para o outro, fingindo estar bem...e o elástico que deveria ir voltando, e a mola que se fez amiga e deveria não manter-se deformada, esticou-se tanto a tiros de olhares e palavras, incompreenções e mal lavadas, que tanto mola quanto elásticos permanecem laceados, sendo pouco procurar ferreiro ou costureira que possa reformar, sendo preciso novo material pra refazer o que tão bem já estava feito...ainda sinto que o telefone vai tocar...e ele toca...mas não atendo como se fosse você...pq não é mais...e nem sei por que motivo ainda remexo nessa dor que me faz lavar os olhos logo cedo...cedo demais...

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

ETERNIDADES...


coloquei roupa verde...o que nada significa, a não ser que eu estava de verde...sapatos amarelos e cabelo armado...o que significa que eu estava sendo algo que nunca fui...talvez até diferente...sem a preocupação de assim parecer...andei pelas mesmas ruas, que já não mais representavam a mesma coisa, eu já estava antecipando os acontecimentos...meus passos bailavam meu corpo e minha garganta cantava não tão baixinho como acostumada estou...passei por aquele enterro de pessoa desconhecida junto ao muro do cemitério, mas não me benzi, como era de costume...era algo nascendo enquanto a vida se esvai...não, eu não estava de caso pensado...estava fazendo tudo o que senti...fui me aproximando, como todo dia de trampo...mas ao chegar ao portão, não era todo dia...era dia de eternizar nascimento...era dia de rainha...era batuque de terreiro entrando nas ventas...aquele banco já não era mais o mesmo...a sensibilidade de perceber cada detalhe que mudou no dia e na hora, era sensibilidade...e ao pisar naquele chão...e ao pisar naquele chão já não mais filha de um pai e de uma mãe...e aos poucos consciência foi vindo...e pouco a pouco indo...e tudo tinha pleno sentido, que ia sentido em sentimento pleno...e cada instante se eternizava em memória afetiva...e quando já estava de roupa posta, e quando já deveria me dar conta...e quando o aviso foi dado, e quando "shnaps" entrou queimando...e quando lá em cima estava e apertou minha mão, e me desejou "merda, muita merda" eu já previa, estava entrando em um novo mundo, e as coisas já mudavam de lugar...era magia, nem branca nem negra...magia colorida...e me deixei pensar em brincadeira, e senti o aperto de mão, e fiz mais uma piada, sem dar conta dela...e uma quase oração nascia, e pedi pro "Jorge"...e desci as escadas...e minhas pernas já não eram mais minhas...e em segundos tudo ia e vinha e de pronto todos eram conhecidos, que apareciam e desapareciam...e mais do que fazer o que havia sido combinado...e mais do que fazer o que tinha que ser feito...era perfeição jamais vista, era perfeito...era bailado...era vida...era (re)nascimento...por um segundo que virou todo tempo do mundo...e nova vida nasceu...e nada de dor ou sofrimento...e a alegria fazia flutuar, ver o que não se via...alegria, alegria...e eternizado ficou o que em segundos acabou...e durou eternamente o que em segundos se passou...e não foi com os olhos que vi...e não é com eles que descrevo...e não foi com corpo que fiz...eternizado está...pois é a esse mundo que pertence(o)...nascimento pleno...
hoje me falta o que a tempos não faltava...hoje não consigo expressar a emoção...hoje não consigo mais nada...nem mera digitação...hoje foi dia de rainha e rei...hoje foi dia de apresentação...amanhã que já é hoje será novo dia...quem sabe elas voltem e expressem o que está dentro de mim...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

se entender fosse fácil...

não nos seria tão difícil (con)viver...se perceber que somos todos diferentemente iguais fosse imprescindível, não teríamos tanto tempo jogado fora...não viveríamos tão para(por) fora, alheios as necessidades básicas de se viver...tantas perguntas sem respostas, que não precisam de resposta alguma...tantas coisas sem sentido, que sentido mesmo não deveriam...tanto tempo perdido, que de nada nos serve...sem sentido...e sem sentido me remete a sem sentimento, e essas coisas pra mim não servem...se não se sente não tem sentido...mas não deveria ser assim...
e o que me basta é a vida, e o que me basta é estar por aqui, errando alguns dias, acertando outros e em alguns sem tirar nem por...e o que me basta é poder saber das coisas, sejam elas quais forem, o que me basta e poder abrir os olhos todos os dias e saber que há muito ou nada a se fazer...e que isso depende de nós...e lembrar que esse "climinha" de fim de ano deixa todos mais vulneráveis a sentimentos inexplicáveis...e lembrar que a proximidade de algo novo (ano) e o fim de algo a que nos apegamos é sempre motivo pras coisas serem assim, como são...
e saber que hoje é lá que estarei, todos nós vamos estar...e que lá faremos o que nos é tão pertinente, e que hoje é lá que seremos felizes...todos nós...

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

o dia de amanhã...

É HOJE O DIA DE amanhã já chegou...é hoje aquele dia que esperava por mim e que me fez esperar por tantos dias...até que o amanhã chegou...hoje é dia em que estarei bem melhor...dia de amanhã...não poderia ter acontecido em hora de dia melhor...hoje é o dia pelo qual se tem esperado por dias de anos e dias de meses e dias de dias...e quando amanheceu eu parece que já previa, previa tanto que meio já sabia, que hoje era dia...era dia de amanhã...era hoje o amanhã daquele dia...e quando respirei pela primeira vez...quando abri os olhos e o peito e as pernas, que saíram da cama sem indecência, sem paciência...eu já sabia de tanta coisa que nem pude fazer conta...eu já sabia de tanto dia de amanhã que somente me levantei...fui fazendo o que já sabia que tem que se fazer...e as coisas foram se orquestrando, foram se musicando...foram indo e voltando aos seus lugares de ser...e o peito tormentoso foi aquietando, foi voltando a ser o que sempre não foi...e meus passos se moviam sozinhos...e minha boca se abria em risos como a minha...e minha voz se tornou grave, como quis que fosse um dia...e eu tinha tanto movimento, que naquele lugar já não mais cabia...fui saindo de onde sempre estive, pr'um lugar de amanhã...e já não pensava naquele dia que não pretendo nem falar, já não estava mais ligada aquele lugar...eram outras coisas e atitudes que me vinham, que me iam...que me...eu estava lá...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

você em mim...nós enfim...

vou voltando a não ser mais o que sempre fui

e por fim

vou sempre voltando a ser de você

e é de ti que sei ser...de ti...de você

é que quando tua mão me toca o rosto

é que quando tua voz me toca n'alma

é que quando seu corpo toca o meu

vou voltando a saber como é ser de você

...quando você já é tão de mim

volto a ver não com os mesmos olhos

fortaleço esses laços de cetim

que me levam a você

que te trazem pra mim

vou sabendo como é ser de alguém tanto assim
como um dia sempre fui de você
como sempre você em mim...

AMANHÃ EU VOU...

AH, SIM...amanhã eu vou estar bem, muito bem por sinal...amanhã, amanhã, eu vou estar muito bem...e hoje que fique mesmo para trás, que se deixe como está, já que hoje, não preciso me render a mais nada, já sei do amanhã...já sei como amanhã vou estar...amanhã eu vou estar bem, hoje não pretendo nem rir, nem respirar, nem me mover preciso, já que pra amanhã tudo está definido, tudo está onde deveria estar...amanhã tem todo sentido, de vida plena, de ganhar em alguma sena...amanhã eu vou estar tão bem, que hoje não preciso nem falar...e bom mesmo vai ser o dia de amanhã...onde bem, eu vou estar...






e se amanhã não for dia...e se não amanhecer, ou nem chegar...e se não existir amanhã...como fica minha "bem-feitoria", meu bom dia, meu bem estar...e se amanhã não for dia santo e se amanhã ninguém acordar...



não importa o que se passe...amanhã eu vou estar bem...amanhã eu vou estar...

E VOCÊ?

as nuvens caminham pelo céu, voam
os meus passos pela terra, vagueiam
e os seus, onde você está?
e escondem o azul que está imóvel
e escondo por baixo dos escuros, meus olhos
e você, onde está?
o pássaro corta os ares, pousa n'árvore
já tão imóvel estamos
você está onde deveria?
o vento ainda sopra tão inconstante
ainda faço moinho remoer aquele instante
e você?
o sol está coberto, esfria o vento
meu peito aberto, vazio de sentimento
e você, o que ousa neste momento?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

HOJE NÃO...

HOJE não pra muita coisa, pra muita gente, e talvez até hoje não pra mim mesma...hoje quando amanheceu, me acordei e não sai da cama, quando o meio do dia chegou a cama me lançou pra fora dela e me obriguei a sair...pus os pés nos chão e disse pro mundo que hoje não...as janelas já estavam abertas e ventava forte...mas nenhum passarinho cantava...eles sabiam da minha decisão...decisão de deixar tudo bem aquietado hoje, e de dizer que não...de deixar que os sons venham aos poucos e que nem música, hoje não...deixar as efervescência e desconfianças se acalmarem, tal qual mar em dia de ressaca...deixar de pensar os "pqs" de tantas coisas que não merecem mais do que um hoje não...deixar a gripe reflexiva sair deste corpo, pois é só pra ela que não pude dizer que hoje não...deixar o tempo passar um pouco sozinho, sem eu mesma sempre no caminho, deixar de estar um minuto, deixar pra lá coisas de passado tão recente que quase frescas estão...deixar de pensar com a cabeça de hoje não, pra não pré-julgar coisas sem explicação e que não me dizem respeito...hoje não...deixar passar a "bravidão" de não ser entendida nas horas em que mais preciso, de saber que não se pode deixar claro coisas óbvias só com um olhar, de saber que as pessoas (e eu mesma) são inconstantes, e as poucas que não são, não sabem que assim também não dá...hoje não...deixar pra lá até os sonhos de noites de verão...pois até pra eles hoje não...vou pegar caixa de costura, fio vermelho e agulha, vou costurar o que foi rasgado com cuidado pra não deixar cicatriz, a vontade ainda mora nesse peito, mas hoje, hoje não...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

eu dormi com a HILDA...


e acordei com o NELSON...e não acordei sozinha, foi o sol entrando por uma fresta da persiana que me acordou...e me pareceu que eu tinha dormido por dias e horas e dias e foi tanto que meu sonho foi alegoria de carnaval...deve ser pq dormi com a HILDA, que em nada me lembra um furacão...e deve ser por isso que acordei com NELSON que em nada me lembra nada...e se eu contasse meu sonho e escrevesse uma balada para ele...de verão é que não seria...é sério, não seria...um "sonho de uma noite de verão"...alguém já deve ter tido essa idéia...vou fazer uma outra balada mais alternativa, mais criativa, prefiro escrever ao modo shakespeariano...vou fazer logo uma balada de estação não definida...sol com chuva, chuva e sol...essas coisas que me combinam...ah...mas e se eu decidisse contar meu sonho, escrevê-lo aqui mesmo...ah...mas ninguém acreditaria, seria chamada de "charlatã"...mas e se eu escrevesse meu sonho em um blog...ainda assim ninguém acreditaria em meu sonho...logo que ele é sonho, uma das coisas mais (ir)reais que já vi...e aos poucos fui acordando de leve...sem ter que abrir os olhos fui me guiando pelo calor de um dia após uma noite de verão, em que tive um sonho de qualquer estação...e logo fui levantando os pés, mãos e corpos (ainda não me esqueci do NELSON e da HILDA)...fui levantando para o mundo que me espera mais um pouco...tratar de resolver coisas reais...dei comida para as fadas que já estava morrendo de fome, banho nos duendes que se sujaram de lama, fava para o unicórnio que já relinchava...isso sem falar na troca de água do aquário da sereia...que cantava...que cantava...aos poucos fui esquecendo do sonho irreal que tive...esses sonhos em que ninguém acredita...acho que mereço dormir um pouco mais...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

CHUVA...

ESTAVA SENTADA DENTRO DE UM CARRO PRETO, esperando tempo, que tem dias que corre e dias que "lesmeia"...eu tava sentada no carro, janela fechada com medo de assalto, pensamentos voando mais do que libélula...eu tava com graça...esperando o tempo que anda, ou corre ou "lesmeia" ou passa...você estava ao meu lado...e o tempo pára...e o tempo não existe, só insiste em me dizer, que do seu lado pouco proveito é pouco...mesmo muito tudo, ainda é pouco...ao lado de ti...e eu olhava sem me cansar, eu me olhava desejando me casar com você...como se isso ainda fosse possível nos dias de hoje, me casar com você...e eu pedia a Deus que de imediato me respondia...e sabe qual era a resposta...do nada, você sorria, abria e me mostrava quase todos os dentes...me só ria...e eu rezava baixinho de novo e Iãnsan atendia de pronto...e você ainda estava ao meu lado...não preciso de nada, está tudo certo....tudo no ponto...ponto de combustão...de evaporação, sei lá qual era a condição...e de tanto que rezei e pedi, veio uma chuvinha quase do céu...era chuva amarelinha de flores de ipê...e ventava e chovia...e ninguém se molhava e ningm reclamava da chuva...e eu olhava seu rosto e via as flores caindo...e eu olhava seu rosto e via todas amarelinhas...e eu beijava seu rosto e me ganhava e me perdia...ah...se pudesse em vida dessas casar...casaria...e a chuva continuava...e o carro virou preto de florzinha amarelinha...era alegoria vinda do céu pra enfeitar carro de recém-casada...era florzinha amarela vindo de onde vinham pra chover aquela chuva e te prender na minha memória sempre, sempre que chover florzinha...passo a esquecer do tempo, como se ele não parasse de passar...passo a ver cada momento com esse olhar insano, que diz que vai ter dessa chuva todo ano...passo a sonhar com você acordada...e me responde algum orixá...tuas maçãs começam a vermelhar...já não sei onde estou, que não quero voltar...algum dia esse tempo ainda passará...

MORRETES...


by nana rodrigues 2007

MORRETES DE DEUS QUISER...

by nana rodrigues 2007

SEGUNDAS DE MANHÃ...

segundas intenções de segunda de manhã...segundas idéias fixas por pregos na parede de um bar qualquer...ouvindo seu samba (pé-de-ouvido) antes de voar pelo céu azul que nos leva ao rio, te leva e eu não vou...fico deitada de barriga pra cima, em cima da cama que coma o que quiser...que mostre o que não tem, que te dou o que é só seu...e as aparências devem ser metidas, mantidas e seguidas na linha que o trem já não passa mais...e o samba que não está na mão e nem no pé, ela te olha mais não sabe o que é...ela te fala e eu me mexo...e ela acha e eu me perco...rodopio e giro no salão, rodopio nas segundas na tua mão...segunda intenção...alguma coisa nisso me lembra papai...alguma coisa me faz pensar em papai noel...alguma coisa me faz lembrar a elite das mulheres...alguma coisa me faz esquecer e deixar pra lá...as coisas continuam andando com suas pernas próprias...em passos de samba...esqueço de tudo e volta a viver a terça de hoje como se quer...tem dom de maldição o que sempre se quiser...e agora só se quiser...

O TELEFONE TOCOU...

atendi e sua voz me desligou, desliguei todos os áudio-visuais, só pra te escutar...só pra você me ver...o telefone tocou...e eu atendi num mundo que não é só meu...que não é só seu, universo paralelo onde não se anda, se flutua em áudio e vídeo...e aquela voz (doce melodia) conhecida milímetro por (m)milímetro de corpo e pele e afins, foi entrando por cada um dos poros, que abertos estavam, que abertos em mim..."ouriçando" cada pêlo que flutuava no universo paralelo onde está você...e eu que já falei em tantos outros universos...fui pra lá...parei no seu e flutuei...e na escuridão sua voz ia abrindo caminhos...assim como abre caminhos no mundo, em meu corpo que se dá, me dá...me dou...o telefone tocou onde nenhuma ligação poderia tocar, tocou dentro da linha da vida que estou...o telefone tocou e eu atendi ao chamado que reflete no espelho o riso que ameaça sair...ameaça estampar por duas vidas meu rosto que atendeu o telefone que tocou...e se o telefone novamente tocar, e se referir uma manhã de segunda qualquer...este universo paralelo...vou onde estiver...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

OMELETE "LA BELLE ALLMARIE"


essa receita não pode ser feita sem tesão...não aceita ingredientes falsificados, não merece que nada dê errado...essa receita serve á dois Reis...essa receita tem pitadas de paixão por todo lado...essa receita é quase um pecado...


OMELETE "LA BELLE ALLMARIE"


03 ovos batidos e temperados

pimenta malagueta

curry

sal

orégano

cenoura ralada

tomate cortado (pequenos cubos)

cogumelo "shitake" (em filetes)

queijo parmesão (fatias finas)

azeite de oliva


bata os ovos com a mão esquerda, respire fundo e admita que há paixão por todo o ar...tempere os ovos batidos com a pimenta, curry, sal, leve a frigideira levemente aquecida. rale a cenoura e coloque na frigideira, coloque os cogumelos, o tomate...deixe fritar...coloque as fatias de queijo...espere alguns segundos, até que as bordas dos queijos derretam (assim como as vezes você sempre se derrete também) e vire a omelete, e se a paixão ainda estiver latente, vire a omelete jogando-a para cima...deixe fritar o outro lado até que perceba que está dourado...retire do fogo e sirva quente como o que se sente (ao vê-la em seus braços)...salpique orégano e boa paixão...
sino de vento me avisou...que eu já estava pensando em você...
eu tenho razão de escrever com tanta poesia

doçura


e alguma magia

porque se eu olho e seus olhos devolvessem os segredos que te dou...

e se eu olho e transpasso a retina

já sei onde estou...


devo mesmo ficar acordada

horas
e
horas



parada com pensamentos onde está

se pudesse escolher...
saberia onde...
te encontrar...
passei o dia inteiro sem sair de ti

sai de mim, do meu mundo

ainda tanto em você...

coisas sem explicação

aprendendo a valorizar...

cada coisa

cada lugar


aprendendo o que se pode dizer sem nem mesmo pronunciar...

cada toque

cada sorriso

AQUELE FILME ME LEMBROU...

e ela tocava piano desde os quatro anos, tinha magia nas mãos e não sabia que sim, nem que não...e quando os dedos mexiam, as notas saiam, ainda que o piano não estivesse lá...e quando andava, de seus pés saiam notas musicais...e da pele de neve, que quase branca como neve está para mim, e da pele branca e doce o perfume de flores que nunca conheci, que nunca amei, que nunca vi...e me tramava nas tramas de cabelos claros que me melavam e melavam e melavam e que nunca mais se ouviu falar de mim, desde que entrei ali...e nunca mais se ouviu falar ou contar de mim, desde o dia em que te vi e que seus olhos me devolveram os meus e me perdi, se perdeu...e de perto ouvia a canção que de longe parecia, e entrava pelos póros e não ouvidos, e era minha e era um pedido e era devoção e era delírio...e era tudo enfim e então...e foi então que um idéia de meia-noite em minha cabeça foi brotando, florescendo como a flor que nunca colhi...e foi então amanhecendo e com meus olhos tão abertos que estavam adormecida te vi...e foi amadurecendo cada pensar e cada um vinha com um sorriso...com olhar...e foi então que construi seu relicário, que de tão lindo me pareceu um relicário onde me guardei pra ti...
O QUE EU PENSO, NÃO SEI SE ALGUM DIA PODEREI DIZER...como nos falta verdade, falta em mim, falta em você...os sorrisos ainda estão estampados em camisetas vagabundas que encolherão ao lavar, os sorrisos já estão amarelos, por falta de molho e alvejante no olhar...e os sorrisos continuarão estampando caras pra sempre, ainda que tal qual nota de três "real"...as dúvidas que permeavam nosso ambiente, que eu teimava em não ver e você fazia por me mostrar...agora não mais são duvidáveis, sei só de olhar...tudo tão ligado como galerias fluviais, onde se joga dejetos, esgoto e tudo mais...tudo tão aberto e claro, como clareira amazônica, buraco de gás carbônico, que nos desprotege e não paramos nunca de abrir...tudo tão claro que quase chega a cegar, cegar os olhos com os quais te via e hoje não vejo mais...desperdiçou por um pano de fundo chinfrim, algo que valia tanto pra você quanto pra mim...me pediu o que nunca que daria, já que agora será tão fácil pra mim quanto serei para ti...pediu para desperdiçar o que hoje se busca mais do que ouro, ou água ou barril de petróleo lunar...me "troqueou" com moedas falsas que já não posso mais lhe devotar...

domingo, 18 de novembro de 2007

O QUE É...

QUE PODE significar pra mim...o que é que vai significar pra vc...nunca saberemos o que se passa por estas terras...onde quem vai já não pode mais voltar...nunca poderemos saber de nada...ainda que possamos perguntar, e quem irá nos responder...se as respostas estão tão oclusas que não saem mais...estas falsidades de moedas e papéis...essas entrelinhas tão sublinhadas que gritam aos ouvidos e olhos de quem nos vê...que nos viam como duas, que se uniram em uma, que se separam em pedaços, seu inteiro, meu despedaçado...eu em mim e você bem longe e não mais ao lado...e as fotografias e as poesias e o dia-a-dia...nada que o "nunca existiu" não possa ocultar...vejo através do que acha esconder nas entranhas...das desculpas que esfarrapam as nossas coisas, que nossas não são mais...e ainda mexe os pés do mesmo jeito que achou que poderia não me dizer...e ainda cultiva a tola planta que vegeta ao seu lado nos dias em que está...recebo hoje o pagamento de notas falsas que um dia repassei...não a ti...não a você...mas recebo por tuas mãos...e nem mesmo posso "troquear"...NEM MESMA SEI...

de ferro e aço e aço e ferro...


mais uma vez o sol se foi...não pq anoiteceu, pq ele assim quis, desejou ainda mais uma vez partir, deixou a pouca iluminação que é necessária, até que o dia se vá...mais uma vez eu tive que parar no meio do caminho (pra pensar)...já que já pensava mais uma vez em ti...e os "estilhaços" do pensamento que se fez mente, me "estraçalhou" o peito e carne e coração e voz, que entalada e rouca ficou na garganta com o grito (e declaração de liberdade) que não fiz...foram cinco segundos de minutos tão longos, como volta de mundo que me dá, nó na garganta estilhaçada e sem grito e sem voz...que mais se pode perder...que mais se pode querer...passos lentos numa quase corrida sem rumo ou destino pra alcançar, pra chegar a nenhum lugar onde você não está...dia de festa pra ti, e eu na frente da janela aberta ás três da tarde, cinco minutos de cabeça pra baixo, pensando alto, como se você pudesse me escutar...servi tanto ao teu deus que esqueceu como se serve...como se agradece...como se vê...servi tanto a você que pude deixar de existir por dias e noite e dias e noite e tarde, ainda estou aqui...o que se abriu se fechou como sol que se vai, e o que não me mostrou foi o que de fato vi...e a janela é a mesma de todo dia, sem você , sem alegria...sem mim...e a gota que escorre da tez descolorida, que cor toda você levou...é só prenuncio da chuva que daqui a pouco cai, em meu peito aberto de dor e só...e se eu saísse de mim, e se não mais deixasse existir, e se...e si...e se fosse forjada em ferro e aço, e se fosse imã a me atrair, e se de ferro e aço...e se fechasse os olhos pra não te ver, e se fecho os olhos e só aparece você...e se meus olhos não fossem fruto da minha mente onde você habita...e se...e si...os pássaros já não se importam mais, em que esquina eu estou, que sua rua começa aqui e não sou mais eu, não mais o que te faz parar...nunca foi, nem sei se será...nem mais vento pra sino que não bate, está tudo muito calmo (eu me lembro), tudo em muito silêncio, tudo em tudo o que já não mais existe, nem mesmo eu...mundos de solidão...o braço roxo onde estava outrora sua mão...peito "arregaçado" no regaço do peito que te sente no que vê...essa dor dilacerante que reflete onde estão até os rins...até os rins...refletem nas mãos...chega a doer por dentro da alma do coração...e se fosse de ferro e aço, ainda assim doía, doía não????...

sábado, 17 de novembro de 2007

coisa de alma pra fora...


e começa a esquentar os atabaques...e meus pés me deixam....já não são mais meus...e minhas mãos obedientes que não são...os seguem sem pensar...movimentos involuntários até o plexo solar...já não mais penso e nada sinto a não ser as batucadas, que agora comandam até meu bater de coração...sinto aquele momento, que encontro deuses e senhores de um tempo em que não vivi...sinto-me igual ao sopro do vento e as ondas do mar...sou pura terra á ecoar meus cantos pelos cantos dos céus...e a cada nova batida ritmada, meus braços se abrem em evoluções em que a alma está...rodopio pelo espaço que só me falta voar...só não me falta mais nada que possa desejar...pois se já estão abertos meu peito e ouvidos, e nada mais preciso desejar naquele momento e de nada me lembro no meu candiar...e as energias de que não preciso e deixo guardada só por deixar, fluem pra fora do meu corpo, eu as jogo no mar que tão longe está...iêparrê...iêparrê...é uma dança pra Iemanjá...adôiá...meu pedido é só de força nas pernas e muito sambar!!!!

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

vento...de uma ventania...

hoje é dia que me faço de areia...montada e moldada por tuas mão noutro dia, em castelo de sonhos que hoje já ninguém mais habita...nem mesmo quem moldou...hoje me faço de areia em beira de praia deserta...deserta de sonhos, deserta de sol...deserta de mim, deserta de nós...em dias que suas mãos delicadas me juntaram em montes de areia á ser moldada, que suas mãos e palavras me fizeram grande , em castelos e sonhos e sonhos e castelos, dias em que o sol fazia sua cena e eu tão pequena em suas mãos me deixava ir...esses dias que foram dias de ontem, esse ontem sem amanhã, e que deveria ser sem fim, para nós, para nós...e se ao terminar de me moldar ao seu gosto e desgosto, e se ao terminar fosse, como esperava, me proteger desse perigo que é vento ou ventania, que sei que quem sopra é você...e soprou ainda mais forte e desfez obra que suas mãos forjaram...e que não era nem ferro e nem aço...e que só de areia, mera areia amontoada em praia qualquer...partes de mim que se espalhavam ao sabor de seu vento ou ventania e que não conseguirei mais juntar...

COMENDO ALGODÃO DOCE NUM BANCO QUALQUER...


sentada naquele banco amarelo, de praça qualquer, banco qualquer...precisando adoçar a vida de uma forma simples e segura...vendo o rio que passa sempre no mesmo lugar, nunca mais raso, nunca mais fundo...e nem nota as pedras que lá estão...esperando para serem tocadas e lavadas por aquela água fria que nem sabe onde vai...se essa água levasse os pensamentos e palavras que te devotei, levaria junto tantos pecados meus...mais uma mudança de lua, mais uma praça, ainda um banco...acho que vou me sentar por aqui mesmo...acho que o tempo vai passar mesmo assim...sentar para observar água que passa rio abaixo, pessoas que passam praça acima, nuvens que voam céu ao lado...sentar pra fazer o tempo parar...sentar pra adoçar a vida com algodão doce que o vendedor oferece como dádiva barata de banco qualquer, de praça também...o vento mente o calor que o sol faz de conta...o vento mente as nuvens que andam e não voam...felicidade instantânea, comprada á dois reais, banco de praça...manual de instruções para abrir algodão doce, pra que o vento não derreta logo, como se fizesse diferença não ser derretida pelo vento que sopra tantas mentiras...sentada no banco comendo algodão doce que adoça a boca e mente adoçar a vida...como um dia já adoçou teu sorriso tão doce e cheio de promessas de algodão...nem tão doce...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

MACARRÃO "ANNABEL"...


COM TODO CARINHO QUE PUDER...PEGUE A PANELA E A COLHER DE PAU...SEPARE TUDO O QUE TIVER NA GELADEIRA E EM VOCÊ UM POUCO MAIS...MISTURE AOS POUQUINHOS COM SUSPIRO DE DENTRO DO PEITO E CARINHO...DEIXE NO FOGO BRANDO SÓ UM POUCO MAIS...ACRESCENTE UM SORRISO FORTE E FRACO SE TIVER...MEXA MAIS UMA VEZ COM A COLHER...SIRVA QUENTE...A QUEM QUISER...



macarrão "annabel"


pasta


macarrão farfalle integral (cozido "al dente")


molho


azeite de oliva

alho moído

abobrinha menina (ralada)

mortadela Bolonha (em tiras finas)

tomate pomodoro (picado)

champignon (cortado ao meio)

urucum

cominho

canela em pó

sal

pimenta calabresa


refogue os ingredientes do molho um á um...misture a pasta e rale queijo mussarela por cima...sirva logo!!!!!!...
pensei que em ti reside toda graça desse mundo de



ilusão


perto e em ti me torno tão "en"graçada que perco a



razão...

DA SÉRIE... O MEU É AQUI...


A VONTADE de hoje é fazer como deve ser feito...ser perder energia pra outras coisas que não convém...hoje é dia de fazer bem feito e com a verdade que vem de dentro de cada um...hoje é dia de se dedicar ao que merece esse respeito e vontade de fazer bem feito...hoje é dia de entender o personagem...de escutar o que quer nos dizer...o que quer nos mostrar...o que devemos fazer...hoje é dia de Hérmia e Helena em briga verdadeira, em que uma amizade se perde por um amor que não se sabe se existe...hoje é dia de Lisandro e Demétrio em "picuinhas" de galo que nem sabem o que fazem...hoje é dia de teatro...vou fazer teatro contigo...

RAIO DE SOL...

HOJE o dia começou com raio de sol, que veio até minha cama...nos acordar...hoje cedo você estava comigo e não preciso nem falar...assim que meus olhos cerraram vi suas cores e formas em minha vida, em meu peito que não cessa...nunca...bolacha "maria" com leite morno...abre os caminhos da manhã...é sonho vivo, parece que o mundo foi feito num dia de sol (assim como você)...e a primeira oração do dia foi feita pra Santa Clara, que me trouxe sol, que trouxe dia, que te trouxe em sonho, onde minha vida é sua, e somos duas...vidas...sem fim..."entremeados"...e sua voz que vinha aos ouvidos em dia de sol, em dia claro, em dia de adoração era pura melodia, música e som...e sua voz que me vinha pelo lado de dentro dos corpos entrelaçados, era doce como mel do meio-dia...era sino de vento em dia de vendaval...essa sua voz que me chama para vida, que não entristece...é alegria...essa vergonha programada que lhe colore a face em dias de sol...esses olhos que se abrem e se fecham para desnortear qualquer um que queira viver assim...esse peito que te bate...que te dedica...que te vê...não tenho paciência para chocar ovos de sabiá...mesmo em dias de sol...e isso não muda nada...pq tem dias na vida...que dizem tudo por si só...e tem essas coisas da vida...que estão para serem vividas...e eu sigo com olhos vermelhos e apaixonados...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

diário só de um dia...só...

HOJE eu acordei, acordei e pulei da cama (elástica) em que dormia, acordei disposta a pensar o que fazer da vida, resolvi, fui lavar louças...lavei os pratos de papelão do almoço de hoje, os copos descartáveis de amanhã e talheres plásticos que algum dia serão usados para uma refeição qualquer...especial...joguei tudo no lixo, joguei o lixo no lixo também, resolvi da vida não fazer nada e nem deixar ir como está, pensei nisso todo o dia, enquanto pratos derretiam e eu abria meus marfins...resolvi abrir a janela e olhar seriamente pra fora...esperando a resposta certa que viria de lá...de dentro do fora...e o silêncio era gritante, assim como os pássaros do lado de fora de mim...o tempo ainda se decidia entre sol ou chuva, dia claro ou nublado, e eu querendo decidir a vida, fazendo isso meio errado, e o tempo nunca se decide, nem deixa como está...o avesso já foi lado certo...ou não (errado)...sentei na beira da estrada e derramei precisamente duas lágrimas, uma esquerda e outra direita, direto do olho (do furacão)...tomei aquela água, era deserto naquela época, às vezes falta água...passaram muitos carros, deu tempo pra pen(s)ar muito, não fosse o barulho oco que fazia aquele chão...oco de pedra, e água, e fluido e sentido...acordei novamente, sai da cama pela estrada que leva ao mar...277 talvez...essa noite não fechei os olhos, nunca mais dormi, nem poderia dormir...os sonhos eram sempre tão reais que era preciso não mais dormir...acordei um última vez naquele dia incerto, em que certamente seria tudo decidido...resolvi lavar louças, o que seria melhor do acordar e ter que decidir sua vida...a minha já estava por outros decidida...minha ocupação eram as louças, tão limpas que deveriam ser cuidadosamente lavadas...vesti o avental de pano, cheio de graxa e fluido...usei todo aquele lamaçal...pratos de vidro transparente que mostravam tanto...mais um problema insolucionável respondido, dois bocejos me fizeram achar que duas lágrimas escorreram do canto do meu olho, um esquerdo e outro nem tanto...acordei de novo, e não era blasé...não era sonho...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

e quando o relógio marcou 12 horas...bem no meio do dia inteiro, foi me dando uma coisa, que não era fome, que não era almoço...era uma revolta interna que não era enjooooooo, uma coisa entalada, que não caroço...era revoltinha besta de meio-dia...daquelas que te acomete umas vezes na vida e que logo se esquece...revoltinhas bobas, coisas bestas e bobas do dia-a-dia...de todo dia...em voz alta eu me perguntava, quase gritando me respondia...Maria Rita não estava nem ai com minhas lamúrias, continuava a cantar, nada acontecia, cantava e cantava, como existe tanta gente que não está nem por aqui...e foi efervescendo e resumindo, foi borbulhando como refri soprado no copo e canudo...essa gente louca com as quais convivo, e que me fazem dia sim outro também, pensar e rever as coisas, e que me fazem pensar se são loucas ou se a louca sou eu e ninguém ainda me disse...essas pessoas cruéis e volúveis que amo, e que são tão estáveis que me fazem pensar que sou eu vento de tempestade de verão, que faço vento, que faço vento e não sei mais se sou eu ou o que digo...faço alguma coisa pra comer...faço bolhas no copo de refri, com canudo e refrigerante...já são 12:35...nada dura mais do que alguns instantes...

Relicário Nando Reis

É uma índia com um colar
A tarde linda que não quer se pôr
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o a de que cor
O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou
E são dois cílios em pleno ar
Atrás do filho vem o pai e o avô
Com o gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não vou
O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso desse amor
Sobe a lua, por que longe vai?
Corre o dia tão vertical
O horizonte anuncia com o seu vitral
Que eu trocaria a eternidade por esta noite
Por que está amanhecendo?
Peço o contrário, ver o sol se pôr
Por que está amanhecendo?
Se eu não vou beijar seus lábios quando você se for
Quem nesse mundo faz o que há durar
Dura a semente dura o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido das suas asas você me falou
O que você está dizendo?
Milhões de frases sem nenhuma cor
O que você está dizendo?
Um relicário imenso desse amor
O que você está dizendo?
O que você está fazendo?

MOSAICO DOS MEUS SONHOS...


"por ser exato o amor não cabem em si...por ser encantado...você estava era mais querendo me ver passar por ai...esse samba é pra você meu amor...o meu pedido final...desculpe minha pressa...quem sabe eu ainda sou uma garotinha....sozinha...cansada...rezando baixo pelo cantos...quem sabe o príncipe virou um chato...eu sou poeta...e eu ainda tenho uma tarde inteira...e não tem nada de mais...me deixem esmurrar a faca, amolar a faca cega da paixão...quis você pra meu amor...e você não entendeu...você foi a criatura que me fez (nem) tão triste assim...socorro...não estou sentindo (quase) nada...alguém me dê um coração...alguma alma mesmo que penada...mas você pode ter certeza...seu telefone irá tocar...eu só queria te contar...tanta coisa em comum...deixando escapar segredos...e eu não sei em que hora dizer...me dá um medo...os pm's armados e as tropas de choque...to na rua fim de semana...não venha me por medo...não te vi...ai meu Deus....ai meu Deus o que há...ela quer me ver bem mau...o mundo é azul...qual é a cor do amor (???)...que está acontecendo, o mundo está ao contrário e ninguém reparou...o que está acontecendo, eu estava em paz quando você chegou...o que você está fazendo...um relicário imenso desse amor...vê se me engole...mas não nem mastigue assim...ensinaste-me a ser tão desigual...entre as coisas mais lindas que eu conheci....só reconheci suas cores belas...quando eu te vi...entre as coisas bem vindas que já recebi...eu reconheci...minhas cores nela então eu me vi...e as coisas lindas são mais lindas quando você...está...o nervo se contrai...com precisão...mudaram as estações...nada mudou...mais eu sei que alguma coisa aconteceu...todo mundo tem um ponto fraco...você é o meu...pq não?????"

sábado, 10 de novembro de 2007

O RELÓGIO ME AVISOU que o dia de ontem já se foi...já passou...essa terra que tanto gira, que me revira, que passa em voltas por mim...minha mente me avisou que hoje não ia dar, não ia dar pé, nem mão, nem outra parte qualquer...um coração batendo deste tamanho, "nem vontade de chorar, nem de rir"...buscando imagens que pudessem me tirar de dentro de mim...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

ALIENADOS

no fundo desses olhos de mar
mareados por outras marés

ali(n)enados estão os meus, agora tão seus
alin(e)ados por uma ilusão...de óptica alínea

queria era saber nadar
ao invés de voar sobre a terra

investir num barco à velas
e nas velas iluminadas te navegar

eu sei tanto sobre esses mares de ti
como andei pela face da terra
como sei o que do futuro virá
sobre os ventos que me sopram ao te encontrar

meus olhos vão se derramar nessas praias
que não sei só de te olhar, de saber, te pensar

idas das idas de uma volta sem fim
traços de vida desenhados em nanquim

queria era abrir meus braços
desatar os teus nós, refazer os teus laços

esses laços de fita, pássaro que voa sobre o ar
sempre soube que saberia, o dia de te encontrar

já estamos tão ali(n)enadas
sem poder o querer de voltar
se não sorrisse não me diria...o que em palavra nenhuma de todas no mundo...caberia...

marés...

os ventos que agora sopram, neste mar EMARANHADO DE PAIXÃO...são ventos de movimento, pensamentos e complicações, neste mar que me encontro desancorada, com remos fortes que me deixam fraca...neste mar de reflexo hora prateado, hora púrpura, hora dourado e hora tão BRANCA que como neve, que me cai na pele e queima á quente o que deveria sentir gelado...hora seu rosto tão bem delineado, tão bem esculpido, como sereia que canta e encanta na ilha perdida, perdidamente encontrada...esse reflexo no mar que me leva por caminhos ainda nunca navegados, e tão conhecidos...esqueço os remos, prefiro ser levada pelo vento que me sopra, que conflui...nesse mar que é mundo sem fim...e que me deve a solidão...de tão presente que estás não ME deixa em minuto ou momento...e outro dia, e outro sol que se reflete em seus árcades de marfim, que se abrem que me abrem para um mundo tão meu que ainda esta dentro de mim, marfins que corri o mundo à procurar, à TE ENCONTRAR...e que quando vi me deixaram perder minutos e dias de vida e solidão...navego por esse mar que diz tanto de ti como de mim...navego por esse mar que muda de cor, que muda as marés, que muda as vidas...que perde e encaminha...que perde e dá meios de vida, de amor...hei de entoar nessas noites de lua, onde JORGE me olha e me diz, que já está gasto o dragão, de tantos pedido sem cabimento, cheio de lamento e paixão...dia desses vou cantar uma noite inteira, porque se morro um pouco a cada dia, você me ressuscita em palavras não ditas, que refletem em batidas descompassadas e adoração...SALVE JORGE NA LUA, SALVE TEUS PASSOS NA TERRA, SALVE MINHA VIDA NO MAR...SALVE A MORTE DESSA SOLIDÃO...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

EFEMERIDADE

ESSA efemeridade no olhar, que me rasga o coração e costura a alma, paciência para pedir o que eu der...petulância para conseguir o que (eu) quiser de mim...da vida...como gato que cai de pé, e se fere, e lambe as feridas e se cura e leva tempo (leva anos e meios) e segue a vida...e cai de novo e não tem solução...como gato que se "enlheia" nas pernas do dono, que mia baixinho, que pede proteção e que depois (te) protege sua vida, escolhe seu dono, levanta os pêlos, abana o rabo, em um mesmo dia...como nuvem, que quando se viu, que onde já se viu, e pediu um sopro para o vento e já está mais adiante...já está diferente..."aguaceira" do rio, que a pedra sempre vê, que por uma delas se enamorou e nenhum tempo durou, foi logo...deixou ir...já eram outras água, pedra dura que nunca fura, que não viu...a gota de suor que no rosto correu, quando estava outro rosto colado ao seu, ninguém percebe, pois o tempo que dura é de gota que desce...o calor da pele que só em toque senti, que tão perto que estava, estava ali...o calor que provoca reação molecular, arrepia a pele, produz mais suor que escorre...que molha corpo e pele, mucosa e pele de tão molhada que já estou...perco tempo com essas efemeridades, numa vida cheia delas...acordo cedo, enquanto dorme tarde, olho pela janela e lá vem ela...brincar com minhas meninas, entrar nas minhas retinas...efemerizar o que eu tenho de bom...lá vem ela com beleza que não digo, que se dissesse quase quebraria, sentada na janela, com cicatriz no joelho, balançando as pernas com outras nuvens de vento, janela que não é mais minha, que me bate onde o corpo faz vida, enquanto eu sua gata, já vou lhe lamber as feridas...outro dia que começa...cheio de efemeridade e de vida...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

por certo, sei...

QUE acorda tão tarde que o dia se pudesse te olharia feio, cobraria com juros as horas de sono perdidas para uma noite sem fim, para uma manhã que tarde começa, sei que sente preguiça de gato e se espreguiça como eles o fazem, e que senta para tomar o café da manhã quase almoço, já que a fome não lhe cai bem...que se enjoa com facilidade, da comida, da vida...nada quase tem o fim esperado por tuas mãos...toma banho que dura o tempo certo para as lágrimas que em dias assim, escorrem como água, sei que seca o corpo com certo relaxo, escolhe as roupas para dar essa impressão, mas as define com precisão...pouco arruma os cabelos que lhe emolduram e escondem o que não se deve mostrar, essa teia de idéias claras que melam todo o redor, mesmo sem querer...sei que seu andar é despojado, quase sem graça e que quando pára as pernas se abrem e se fecham o tempo todo, não há para ou posição, sei do joelho ralado e da cicatriz na perna, aquela ali do lado...sei dos formatos que gosta e dos que não...sei que como os cabelos e olhos e quase os pensamentos é tudo claro, branco e sei das unhas que tenta não roer, da boca que teima para não morder...sei que o sorriso quase não lhe escapa e que nem por isso perde a graça, sei de um sorriso esperado por vidas inteiras, que saem quando menos se espera, é quase gargalhada...sei o que qualquer olhos poderiam contar, mais prefiro ir além do simples olhar...sei das mãos que de pequenas e ágeis se transformaram em precisão...sei do que a garganta esconde e que em outros olhos e ouvidos não se pode acreditar...sei de tantas habilidades opostas que não quero nem despertar...sei de todos os detalhes, entalhes e gostos...que chego a não saber nada de você...
VELHOS TEXTOS escritos em folha de pão...meu defeito maior é assim mesmo...feito saco de pão amassado e com velho texto...texto que de tão velho já nem dizia, murmurava, repetia...e todos alheios procurando solução pra um soluço "insolusável", que não tinha cabimento, não tem explicação...milhares de livros em prateleira empoeiradas, sem função, sem passadas de olhos, sem olhares, cuidados com tamanha atenção que não condiz com aquele velho saco de papel e tinta azul, emoldurado...aceito o que não me dizia nada até então...aceito com braços cerrados em volta de um corpo que pede o que não se dá, não se diz...e se eu soubesse conjugar esse verbo sem corar, sem decorar, decoração fosca de móveis pastéis, de feira...ainda acredito na foto, nela estavam todos olhando pra mim...e essa solidão que sozinha não me deixa ficar...tome seu chá antes que eu esfrie meu corpo só de solidez...tome seu chá, já que despreza o forte café, que despreza o que eu te der...este chá, nunca mais me deixe esperando por ele em dias tão nublados que fazem tostar café com chá e cara de "cháfé"...pegue as bolachas e as bochechas que se mexem, que quase sorriem e na foto ainda olhava pra mim, ainda que todos tenham desaparecido...eu ainda estava ali depois de tudo o que não houve, o que não se ouve ou "olvida"...sentada com papel de pão nos braços engessados em volta de um corpo que não sei se devo mencionar...eu fiquei sentada a noite toda na beira daquela cena, na beira daquele estrada que leva a terceira margem do rio...fiquei de pé para um lado e para o outro, bem no meio da free way, de frente pr'o radar de motores acesos...e quando a chuva caiu, eu estava de pé, com xícara de chá ou café frio sem leite sem mim...e quando a chuva caiu parou de chover, o papel não se molhou, nunca existiu...nessa noite eu não sei se sonhei quando a chuva não caiu e me molhou o corpo pardo de papel...e o sonho foi tão claro que meus olhos se fecharam arregalados de dor...esse sonho eu não me lembro, era tão bom, estávamos todos lá, só eu e você, nem tinha certo o lugar, você já havia desaparecido e estávamos todos lá...marquei hora e lugar, de tão certo que era o sonho, foi nele que tirei aquela nossa fotografia em que todos sorriam, e que não havia mais ninguém, só eu sem você...aquele foto que amanhã te mandei uma cópia e você emoldurou em saco de pão e papel e tinta azul...seriamos só nós, sem aqueles de sorriso plástico que estavam lá por acaso, como nós de passagem, comprada pra outro lugar que de lá não saiamos...as saias rodadas por mundo afora, minha imagem em sua retina, meu peito em suas mão, não me lembro quem nos deixou ou se fomos embora...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

ME DISSERAM...

DIA desses me disseram...quase não acreditei...tudo mudou...me encantei...não encantamento qualquer...(não sei se me entendo(e))...já não mais aquela mulher de sempre fui...de sempre já vou...fiz aquele mal, olhei quantas vezes pude...


certo dia imaginei...e essa imaginação que não me obedece, e que ainda me seduz, essa vida que me faz, quando já não ia...quando já não vinha...quando eu nem nela estava..."eu gosto é do estrago, sei do escândalo e eles têm razão..."


...virei os olhos, olhei ainda mais uma vez, aquela derradeira, aquela que me fez (me) perder...de ponta cabeça passei a andar...de ponta de pés passei a sussurrar...gritando em seus ouvidos tão serenos e quase serenos...perdi a ida quando já não quis voltar, quis aos poucos estar em mim por ti, por você, se é posso me expressar assim, se posso ter esse querer...

já ela, ela nem estava lá, fiz questão de deixar de fora, fiz questão de "absurdar"...e aquele vento que transpassa os "póros" e mantêm em pé o que já não se pode mostrar todos os dia, sem censura, sem lisura...


quis morrer por tantos tempos pra poder viver assim...exatamente como previ que não ia acontecer...sobrevivendo á essas coisinhas miúdas de tamanha grandeza, que não esclareço nem mesmo á luz de lua cheia de solidão...não está comigo, nunca esteve com você...mas eu queria muito saber o que é mesmo a solidão..."não solta da minha mão..."...

e não espalhe essas coisas por outros peitos tão abertos em decotes...tão abertos quantos os meus...tão abertos quantos os seus estão fechados...e se derramam em vermelho que me tinge...que me escuta e ainda assim me oculta...me dói...ainda que não quisesse perceber, ou que não se perceba então...

fotografe esse fundo de olho, com retina clara dessa cor, registre em cartório e na mente, que me diz o que me mente...registre em você, sem tanta intimidade o que se pode querer...o que se pode fazer...sem essa intimada intimidade só se pode ir bem fundo, onde os olhos teimam em não ver...é lá que quero estar, passar os dias de sol e quem sabe sair quando quiser...lembrei do "affair"...lembrei da terceira margem desse rio que sou...lembrei um pouco em tudo de você...

acho que ainda penso na solidão...não na minha e mesmo ainda não sua..."dedico a ti essa canção...sem você prefiro a solidão, a sete palmos do chão..."
essas surpresas que a vida nos reserva...e que só nos resta agradecer...