sexta-feira, 27 de março de 2009

AO FIM DA TARDE, ENFIM...

chego ao fim da tarde, enfim...chego a conclusão não mais amena do que as que tinha quando ela iniciou de que quero demais de uma vida só...quero demais desta vida...quero mesmo a perfeição, a verdade, a poesia, o belo...quero amor eterno, quero amor verdadeiro, quero saber...quero ser o tempo todo...quero ser querida por todos, desejada, quero estar apaixonada sempre, quero viver em plenitude hora pro hora...nada chega, nada serve se não for até o topo, até a tampa, se não for demais não dá, não serve, não é pra mim então enfim...e dai fico neste dilema diário, falta-me alguma coisa, faltam-me várias coisas que nem ao menos sei mensurar, falta-me o mágico diário, cotidiano, que certamente não existe, não há contentamento para mim em apenas estar viva, sou arrogante, sou megalomaníaca, sou esquisita mesmo...fica sempre raso demais o dia, fica sem graça, sem fé...fico brincando de roleta russa com a vida...fico desdizendo dia após outro, querendo mais do que é real, mais do que é humano, sonhando quem sabe com o impossível...vivendo de magia sem ter nada de mágico em que me apoiar...querendo ser Deus num pecado só...de uma hora pra outra resolvi querer ser Deus eu acho...querer o divino, o perfeito, o eterno mesmo sabendo que não sirvo para a eternidade...e dai chega o fim da tarde...e a desgraça se abate sobre as minhas doces lágrimas, mais lágrimas, sou megalomaníaca...a tristeza toma conta de mim já que em dias eu a desejo como uma força sobrenatural...tenho essa mania de querer sempre mais, essa mania de que nunca é suficiente o que tenho, o que vivo, na alegria e na tristeza...nada serve se não for o incomensurável...está sempre faltando uma peça pra que eu possa jogar...sempre falta um canto no quebra-cabeças...sempre...nada chega, nada chegará...está sempre faltando uma parte, um membro, sempre está faltando algo no que nem sei se sou...

VISITA AO DOUTOR Nº 1223

OLÁ DOUTOR, posso entrar?...posso me sentar?...posso começar ou o senhor é quem diz quando devo começar?...doutor tem problema se eu chorar um pouco?...doutor e se eu chorar por horas desesperadamente tem problema?... e se eu chorar na recepção terei que pagar por todas as horas que ficar aqui?...sim eu aceito uma bala sim, pra adoçar não é doutor?...posso começar?...não doutor, eu acho que não está funcionando, não, não está funcionando, e eu não acho, eu tenho certeza de que não está funcionando...sim, eu posso falar sem gritar e sem me exaltar doutor, eu posso sim...mas é que eu prefiro...sim, eu entendo doutor, entendo que tem outras pessoas lá fora esperando e que elas podem pensar coisas sobre mim e até sobre o doutor, eu entendo...quanto tempo eu ainda tenho doutor, o senhor pode me dizer?...é pouco não doutor...é pouco!...mas vamos lá, não faz diferença, o tempo não aumenta não é...ele só diminui, me diminui não é...então vamos lá doutor...não eu não sei qual é o problema desta vez, na verdade eu sei mas tenho vergonha de falar...na verdade não é vergonha, eu simplesmente não quero falar...sabe doutor, falar as vezes é admitir coisas inadmissíveis...o senhor estudou, deveria saber que as pessoas mentem, mas que não é sempre só por mentir...deveriam ter desenvolvido uma terapia da mentira, talvez algumas coisas fossem melhores se houvesse uma terapia da mentira, mentiríamos com fins mais nobres e acho que poderia se melhor...sim, doutor, eu entendo perfeitamente...certo doutor, eu vou ao ponto...quanto tempo me resta?...mais uma bala, sim, é claro...posso pegar logo duas doutor?...não, tudo bem, não tem problema, uma é suficiente, não é?...pra adoçar a vida não é doutor...pois então doutor, acontece que hoje eu não acordei...sim doutor, eu estou aqui acordada, mas é que o senhor me cortou...sim, doutor, eu compreendo...sim, doutor, não tem problema...eu não me sinto bem doutor, pronto, vamos direto ao ponto, ao xis da questão...eu não me sinto bem...como assim não me sinto bem...simplesmente não me sinto bem doutor...só não me sinto bem...não é possível, doutor...preciso ser mais específica...sim doutor, eu serei mais específica...doutor eu não consigo...não consigo ser mais específica...não doutor, eu não vim aqui pra reclamar e nem muito menos pra falar das minhas não especificidades...doutor, eu acho que estou um pouco confusa...sim, eu vou ser mais clara, doutor...doutor, o problema é que me sinto confusa, simplesmente confusa, talvez só um pouco, ou pouco mais do que um pouco...sim doutor, eu vou tentar...doutor...doutor, eu não consigo ser mais clara...doutor eu posso começar a chorar agora, quanto tempo falta?...ainda não...tudo bem doutor, eu entendo...doutor acho que foi porque escutei aquele barulho horrível e depois o nada e isso me deixou um tanto nervosa, não muito nervosa, mas alterada no meu nervosismo normal...que barulho horrível?...aquele barulho que se parecia...doutor...doutor...eu não sei com o que se parecia o barulho, era simplesmente um barulho horrível...doutor, eu não quero tentar ser mais específica, nem mais clara, nem menos confusa doutor...eu posso começar doutor?...quanto tempo falta?...sim, eu aceito mais duas balinhas, talvez três doutor?...tudo bem eu compreendo...posso começar?...sim, eu entendo...quanto tempo mesmo falta doutor?... ... ...doutor, posso?...mas já doutor?...mais eu nem ao menos... doutor,não é necessário, eu posso andar com as minhas próprias pernas...doutor, quem sabe mais uma para adoçar a vida?...tudo bem doutor...sim, doutor, eu acerto na recepção...talvez lá eu possa...tudo bem doutor, voltarei quando marcado...muito obrigada doutor, tenho um bom dia e até mais ver...sim, doutor, eu sei...compreendo...doutor uma última coisa, as balas não me pareceram tão doces quanto deveria ser...pois não doutor...

NÃO É UMA LÁGRIMA, SÓ UMA IRRITAÇÃO OCULAR

QUERIA ser mais forte na vida sim, queria não acordar alguns dias assim como hoje, queria ter peito pra mais coisas do que tenho, acho que tenho pras que não precisaria ter e não tenho pras que preciso...queria ser mais fodona mesmo...olhar em frente e ter boas expectativas sobre o que virá...queria ser mais otimista, não aquelas otimistas bobas e bossais que vejo por ai, mas daquelas otimistas que num dia não acreditam muito nas coisas, mas que em algum dia acreditam que pode haver amanhã...que o amanhã pode ser melhor, não as que dizem que pode e vai ser melhor, aquelas que acham que pode ser melhor...chego a não acreditar no poder das palavras, palavra pra mim já virou uma coisa tosca que nos aprisiona em paralelos inúteis...queria não precisar comer e nem falar nunca mais na minha vida...tudo bijuteria, brilho falso, por baixo plástico ou qualquer outro material que vai se decompor assim como eu em dias assim já estou me decompondo...me veja tudo o que tenho na vida em bala, um saco cheio de balinhas, é o que eu diria hoje se pudesse abrir mão...minha mão está fechada demais pra abri-la em qualquer situação...preciso me lembrar de mim, preciso me esquecer do que acho que sou e me lembrar de quem realmente sou...bijuteria...tem coisas que nem banho de ouro esconde, não disfarça...tem tanta farsa nesta vida...queria poder dizer o tempo todo o que penso, queria muito poder dizer realmente o que penso de mim, de você, dele e dela...queria poder externar minha raiva quando ela aparece, minha ira, minha fúria, queria poder externar tudo o que aparece vez por outra por aqui...o velho e bom convívio em sociedade, sempre me podando, sempre me tolindo, sempre me moldando numa massa podre que não faz parte de mim, mas que recebo como se fosse...queria poder dizer o que pensei ontem, queria poder usar as palavras toscas pra dizer coisas bobas, mais do que um olhar enfurecido queria poder dizer palavras toscas...queria dizer que na verdade é mentira um monte de coisas que digo que são verdade...sabe, tem coisas que minto, minto pra viver melhor, mas só piora, só torna tudo pior mentir...mentir pra você, pra eles e pra mim...queria poder dizer que na verdade eu não bebo muito não porque faço besteiras e fico insuportavelmente feliz...na verdade não bebo porque meu pai bebe por todos nós e o que mais me mata é vê-lo assim...e olhar sobre mim na mesma situação é muito mais do que morrer de uma vez só, é morrer aos pouquinhos...queria dizer que na verdade eu minto na maioria das vezes que digo que tá tudo bem, que pode ser assim, que tudo bem...minto pra não ter que ver mais uma vez as coisas de um jeito que nunca achei que poderiam ser, pra não perceber que tem coisas que só eu vejo, que só eu sinto...e que tem outras que só eu não vejo...prefiro não usar as palavras toscas, tenho medo delas como de ladrão e de bicho feroz no meio do mato...sinto saudade sim, saudade de umas coisas que guardei tão aqui dentro, tão dentro que vez por outra acho que perdi...vez por outra, não sempre...queria minha vida de volta, uma vida que eu mesma tiro de mim todos os dias...queria viver de fúria, paixão, música e quase nada de dor...

quinta-feira, 26 de março de 2009

PAPITO...

algum dia na vida eu vou ter as palavras certas e não vai ser tarde nem cedo demais pra usá-las, quero próximo o dia em que vou ter na ponta da língua toda linguagem necessária pra te dizer o que sinto o tempo todo por ti...tamanha é a sua importância em minha vida, mesmo quando não dou importância nenhuma a ela...mesmo quando não me importo com você, ainda assim é importante demais...em pensar que eu não era nada e do nada você me tirou...em pensar nas coisas que eu não sabia de maneira nenhuma e você me ensinou e ensinou mais do que devia, mais do que podia, mais do que queria...e se sei amar com o devido cuidado descuidoso foi você primeiro que me amou...e se algum dia cai... sua mão estava lá, ainda que a contra gosto em certas vezes, ainda que a contra gosto meu ou seu, sua mão sempre esteve lá...mas e o coração, o que falar de um coração que nunca deixou de ser o meu lugar, minha terra verdadeira, minha segura segurança...como se coração fosse feito pra essas coisas, como se coração fosse lugar pra morar, pra viver, mas no seu tenho essa certeza, uma das poucas que tenho na vida...e que não tenham ciumes os demais, é questão de afinidade e afeto, é questão de outras vidas e de parceria...somos sim parceiros nesta e em outras tantas que vierem...eu sei o que pensa mesmo quando nem pensou ainda, você sabe o que quero dizer quando eu nem saber falar sabia, sabia que o sabia sabia "subiá"...é uma questão de companheirismo...isso sim, companheiro...é questão de viver de mãos dadas, onde quer que estas mãos estejam...elas não precisam estar sempre grudas pra estarem unidas e nós sabemos disso...papito...ah se eu pudesse seguir os seus passos por todas as aventuras desta vida...mas morando onde moro, bem dentro do seu coração doce de açúcar e amor...vou com você onde que que vá...

quarta-feira, 25 de março de 2009

PASSION OU PAIXÃO...

PAIXÃO OU PASSION, era disso que eu estava falando, á luz do dia, no meio da rua, no banco da praça, no teatro, com luz, sem ela...pelo igual, pelo diferente, pouco importa, o que eu estava falando era de paixão, desse fio que conduz minha vida, de fio que queima sua mão quando nele você firmemente segura, era olho, boca, talvez até ranger de dentes, um riso frouxo que teima em se manter estampado no rosto, uma vontade de gritar de quem não grita...fica ali e deixa corroer por dentro o que houver pela frente, fica ali parada por fora quando por dentro tudo se move, tudo se mexe, tudo muda de lugar em segundos...um frescor tão quente que queimaria não fosse o frescor que tem...e dura vida inteira e não dura nada...era disso que eu estava falando quando olhei o que meus olhos viram, era em paixão que eu pensava quando ardeu a boca do meu estômago e uma gota de suor passeou pela minha axila, quando umedeci os lábios, quando nem piscar não pisquei, paixão, eu sei bem o que é paixão...eu sei o que é ter essa senhora como norte, eu bem sei...mas é disso que falo o tempo todo, paixão que move o corpo que move a alma que move a fé...em paixão eu acredito...essa é a minha verdade...e quando vejo paixão nas coisas, nas pessoas, na vida, ah, quando eu vejo paixão ai então eu fico ainda mais apaixonada, olho ao redor e o redor me olha, todos sabem quando eu vejo paixão o que acontece, todos sabem...

QUERO FALAR

HoJE quero falar das coisas que desconheço, das coisas que nunca soube e quem sabe nunca saberei, destas coisas de carne e osso que pra mim são mistério...quero falar de coisas que não sei nem ao menos se existem de verdade, quero falar de verdade, coisa que não sei se existe de verdade, não sei se é real, quero falar de amor eterno, quero falar de perfeição, quero falar de mentira, bactéria, microoooorganismo, fundo de olho, cor de rosa, nuvem, não as de algodão doce, as outras que são uma espécie de vento condensado...quero falar das coisas que são difíceis pra mim de entender, mas eu ainda insisto, ainda falo, ainda penso em coisas que não existem, ao menos não pra mim...insisto, quero falar...meu mundo é tão vasto, tão cheio de coisas perfeitamente ali colocadas, mas tem essas espalhadas pelo caminho, eu cruzo com elas todos os dias, mas elas de fato não existem, eu não as compreendo, eu não vejo, elas não existem...piso numa verdade aqui, tropeço num amor eterno ali, me perco em uma nuvem de vento condensado lá, mas o que são essas coisas no meu caminho, o que estão fazendo aqui...nem "ne me quite pas" existe mais, foi um das últimas que desconheci...será que com o tempo tudo se tornará desconhecido, assim como bombom de chocolate, beijo no rosto, bochechas coradas, música, livro, poesia, som, dor, será que com o tempo perderei nesse caminho e desconhecerei mais coisas, assim como muitas outras coisas eu não sei, não conheço o que é dúvida, encontro o tempo todo no chão, pendurada na parede, no meio das minhas coisas dentro da minha bolsa, no prato na hora do almoço, mas eu olho e não passa de um vegetal mal cozido e desconhecido...mas então eu durmo, e quando durmo volta e meia eu sonho e no meu sonho vem sempre as mesmas coisas desconhecidas me dizendo que eu as conheço, como se lesse nos sonhos uma enciclopédia dos meus desconhecimentos e na manhã do dia seguinte que não chega nunca, que nunca chega de tanto sonhar assim, acordo com o nariz trancado, com a boca cerrada e os dentes mordidos por dentro da boca cerrada, acordo com os olhos bem abertos e na minha cabeça ainda fica o gosto do sonho que sonhei...fica a dúvida da verdade do amor eterno nas nuvens de vento condensado, ficam voando microrganismos e bactérias, melhor escovar os dentes com listerine, mata 100% dos germes, os germes eu posso matar, dos germes eu sei...você já se sentiu cheia e vazia ao mesmo tempo...você já sentiu que era mais e menos, positivo e negativo ao mesmo tempo, já sentiu o sentimento escorrer pelos seus poros sem nenhuma gota escorrendo... você já suou frio num dia de calor, já encalorou-se num inverno intenso, dentro do freezer, dentro da geladeira... você já sentiu amor sozinha no meio da noite, você já se sentiu sozinha quando não tem mais ninguém com você...você já sentiu que tudo era de verdade, você já fez parte da mentira, você já viu microrganismos ou bactérias, você já curou feridas abertas, você já tocou as nuvens, eu já fiz tudo isso todos os dias, mesmo desconhecendo cada qual das sensações...você já teve medo, eu que não conheço a verdade posso dizer que não...

segunda-feira, 23 de março de 2009

delicadeza embalada em vida...

realmente, eu estou enlouquecendo...ouvindo samba a uma hora dessas, comendo chocolate de noite quando eu já sei que não vou dormir, pensando alto, falando bobagens, eu devo mesmo estar enlouquecendo...olhando o texto de longe, querendo decorar por telepatia, telepatia não funciona em mentes sujas, melhor colocar na máquina de lavar roupa suja em casa, roupa suja na lavanderia seria uma afronta as senhouras de boa indole da minha sociedade...me traga mais chocolate james!!!...lavo as ceroulas, revejo as minhas questões de ordem pessoal, o que são mesmo questões de ordem pessoal, o que é pessoalidade...personalidade, vamos pessoalizar tudo o que puder ser personalizado, personificado, persopecado...já não há caminho de volta nessa estrada enlouquecedora, já não há caminho para essas embalagens que de tão delicadas estão gastas, sem o brilho habitual...embalagens delicadas, foi o que vi...mais uma vez chorei e dessa vez com ponta de vergonha de ser boba e chorar por tudo e qualquer coisa, mas não era coisa qualquer não...chorei por ver que somos isso mesmo, coisas simples com delicadas embalagens, com direito ao desejo de uma morte bem doce, com desejo e desejo puro, com olho no olho que olha e logo te vê...olho no olho que dá medo e vergonha, que amassa de leve a delicada embalagem em que me encontro nessa vida ou em outra se algum dia reencarnar, se algum dia desencarnar, se algum dia estiver envolta em delicada embalagem que sei que estou...devo mesmo estar enlouquecendo aos poucos e resolvi achar que isso é o que há de normal em mim...enlouquecer aos poucos quando tudo em volta já está a tempos enlouquecido...em minha delicada embalagem fico fechadinha no meu mundinho de jujubas e balinhas coloridas, volta e meia dou umas voltas em volta dela, mas é em delicada embalagem que me encontro quando espero a noite para não dormir...

hoje...

hoje eu acordei meio macho da vida...queria sair agora com minha canastrinha e reunir de novo a trupe e começar ensaio de novo, talvez até um longo trabalho de mesa que duraria um dia e uma noite inteira e teriamos força pra isso sim, teriamos a força que desejassemos...queria pegar cada um na sua casa e os que já estivessem no trabalho pegar por lá mesmo, diria ao partão: - olha eu sei que pode parecer estranho, mas é que ele ou ela foi convocado para uma missão ultra secreta e por um juramento feito ao nosso país ele ou ela terá que comparece ao QG agora mesmo, e o senhor não pode me impedir, certamente tem sua parcela de compromisso com a sociedade... minha voz seria meio grave, acho tão bonito, tipo voz de andrea, acho tão bonita...e sairia com o membro da equipe e pegaria pela mão todos os outro e assumiria sim meu lado autoritáriaapaixonada e iriamos ao QG, tipo uma liga da justiça só que com o propósito de montar outra montagem...vários aparelhos tecnológicos e as mentes daquele tamanho do macaco louco...e a reunião em volta da mesa oval pegando fogo, idéias das melhores pipocando por todos os lados, quando há uma discórdia logo se acha uma solução inimaginável que dá mais combustível para a produção, já seriamos a essa altura uma super liga ou uma cinta liga, não sei ao certo, mas algo mágico e muito produtivo...e depois de sete dias e sete noite sem comer e sem beber e sem parar de fumar um segundo os cigarros apagados pq nem tempo pra acender não temos...depois de sete dias e oito noites ficariamos todos perplexos com a montagem já montada e ensaiada e luz, som, cenário, figurino moderno e contemporânea e o telefone que toca nessas horas em que decidimos coisas importantes... - alô?, quem fala por favor, com quem gostaria de falar, não, não tem ninguém aqui com esse nome, não senhor ou senhora, não temos não, não trabalhamos mais com isso, não meu filho, não tem , não tem problema...está desculpado, não...o telefone tocou...era engano, e começa um burburinho entre a mesa oval e a quadrada...como assim o telefone sempre toca quando decidimos coisa importantes, onde estará Sr. Dario...e mais um problema está solucionado quando o telefone toca em engano...a montagem que já está no fim da última temporada se chamará ONDE ESTARÁ SR DARIO QUANDO O TELEFONE TOCA EM ENGANO E NÃO TEM PROBLEMA SENHOR OU SENHORA, DECIDIREMOS COISAS IMPORTANTES...era só um micro chip que estava instalado subcutâneamente em nosso cabelo e que faz com que não precisemos ensaiar e nem montar, já está tudo programado, pré-programado em nossa cabecinhas de pau piuca maciça e a reunião continua pegando fogo, uma das naves de um dos membros ficou presa no trânsito aéreo do atlântico sul e a reunião não tem como começar se ninguém chegou ainda...acendo o cigarro com o micro chip e sonho que sonhei tudo isso, quando toca o telefone...

enjoo...

eu enjoo das coisas com uma facilidade que me assusta, quero por que quero, até conseguir e depois que consigo o que vem, enjoo, já não serve mais o que tinha tamanho valor a meia hora atrás...tenho essa náusea constante que quase poderia dizer que me move...tenho essa náusea envergonhante que me faz fazer e desfazer, desfazer das coisas que ainda estão boas, que ainda parecem novas...e quando as coisas são pessoas ai então fico ainda mais nauseada, nauseabundo até eu diria...crio mil defeitos ou simplesmente desdenho, já não serve, não quero mais, tipo menina mimada quem sabe que sou...vou lá longe, mas quando chego já não quero mais estar lá, e nem mais quero voltar pra onde estava, jeito de vida meio cigana, meio boba, meio fútil, meio frustrante...me julgo dia e noite e dia e noite faço a mesma coisa...só não mudar é que não me enjoa...acho que por isso é que não tenho filho de verdade, daquele que nasce de ti e pra ti ficam...imagina se noutro dia depois do parto acordo enjoada...olho para aquela cara de joelho que certamente se parecerá muito com os meus joelhos e enjoo, faço oq eu dá vida, faço o que???...eu realmente não sirvo para o eterno, não tenho face para a monotonia, quero sempre a novidade, o futuro, o próximo, o amanhã...queria mesmo ser vento, esse é que não deve enjoar de nada, hoje aqui e amanhã só Deus sabe onde estará...queria mesmo é ser vento na cara dos outros em dia de frio ou em dia de calor, entrando pela fresta da porta ou pela janela aberta, escancarada...mexendo nas cortinas ou nas saias, homens poderia usar saias, rá, ah se você estivesse de saias no dia da escada, seria vento ou só uma lufada por debaixo da sua saia e veria o que tanto tem por lá...curiosidade não me enjoa, essa não...mexer cabelo, levar folha comigo e deixar ali adiante, levar barco e trazer de volta, ou mandar outro vento trazer, nem saber onde faço a curva, seguir em frente ou de ladinho...queria ser vento ou brisa...queria saber voar...

quase a 200 por hora...

um pensamento incansável, que não tem sossego um segundo sequer...uma cabeça pensante, que nem sempre pensa no que preste, mas que não pára nem um minutinho pra pensar no que tanto pensa essa cabeça que pensa...uma vida que não anda, corre, quase a 200 por hora sem freio e quase sem direção...pensar causa dependência, pensar vicia, criar então nem se fala...se passo um dia sem nem uma criaçãozinha, mesmo que seja das piores, ai se passo um dia sem...tem que ter algo me mente, você tem algo em mente me perguntam, sempre tenho algo me mente...nisso a mente não mente, sempre tem algo passando por lá, por ali, por acolá...até quando não tem mais o que criar ela cria...ontem de noite meu sino de vento caiu de onde estava pendurado, fez barulho de vidro quebrado, pensei, tem ladrão na minha casa, coisa bem fácil já que moro no térreo...acordei o outro que dormia...e o outro dormia...fiquei quietinha, em silêncio, imaginando se a porta do quarto que sempre está trancada estava...minutos depois de coração gritando levantei e tranquei a porta que PASMEM...estava destrancada...voltei pra cama e fiquei esperando a hora de correr para o banheiro e jogar a sapateira para bloquear a porta do quarto...minutos, hora e nada do barulho ativador de adrenalina, nada de ninguém mexer na porta ou na maçaneta...dormi...decidi que vou pensar muito e lançar um livro, uma tese quem sabe, uma não ficção...SÍNDROME DAS MENTES IRREQUIETAS...mentes que não param, pensam o tempo todo e depois ficam sem tempo nem pra pensar...que agora que este post já está quase pronto já me vem o pensamento de outro e outro e outro e outro e assim em milésimapotênciadobradanoinfinito...quase a 200 por hora, queria saber voar...

quinta-feira, 19 de março de 2009

leve depressão pós-parto

uma leve depressão pós-parto caiu sobre meu corpo no dia de hoje...uma leve depressão...não sei se de saber que saiu de mim como uma parte de meu próprio corpo, e depois de estar fora já não é mais meu...o eterno jogo do desapego...uma solidãozinha vadia se apossou da minha alma e talvez até do meu corpo...e eu sempre em saltosaltos e saltosbaixos que não consigo controlar...nem sei se quero fazer força pra mudar uma coisa que nem sei o que é...será mesmo que é sempre necessário mudar...difícil mesmo é ter filho, escolher nome, essas coisas todas...mudar...quem sabe eu só precisasse de uma coisinha "doce" pra me alegrar...quem sabe alguém ou rede ou canção de ninar...quem sabe até "fuder o dia inteiro"...massagem no pé com bolinha de tênis...boa conversa, bom vinho, boa música, você ao vivo e ao morto... compania, essas coisinhas bobas... mais amigos...mais amor.es...mais vergonha na cara, mais corpo, mais olho, mais potência de voz, mais roupa e sapato, mais ensaio...mais paciência, mais e mais...menos insatisfação...e se eu escolhesse ser passarinho, chocar ovo, ficar dias todos sentada no ninho...e se eu escolhesse ser atriz, ficar dias e dias ensaiando e parindo, deprimindo, ensaiando, estreando e parindo e partindo e "quando eu digo foda-se as paredes do teatro tremem" *...e se não tivesse escolha...será que mesmo assim (te) escolheria...será???...uma mistura de pobrezafúriaenfurecida...bebedeira dos que não bebem quase nada...hoje não, amanhã tem parto de novo...como deve ser ter que parir todo dia uma cria diferente...como deve ser parir...como deve ser putaqueparir...mas também se não tivesse olhos não olharia, mas com olhos tão grandes que tenho, pra te ver melhor...difícil seria não se apaixonar por essa vida solta e frouxa, mambembe...difícil não seria repudiar uma vida dessas, tão presa e amarrada em som e luz, tão mundana...e depois de uma injeção...injeção de músicaboanaveiasozinhanafrentedopc vem vindo uma sensação de que sou fodapracaralho...de que uma estrela nasce, o parto foi difícil mas nasce uma estrela que brilha na "pieguiçe" de suas palavras ridículas de auto-ajuda no melhor estilo placa traseira de caminhão...eu sou foda pra caralho mesmo...boa em tudo que faço, vai repete milhão de vezes em voz alta, articulada e apoiada em frente ao espelha d'água do seu banheirinho xinfrin...mais uma das histórinhas sem fim da série no "fim do finalzinho"...quase um eco de alma que não para de falar...ri, risora, rimenta chorosa com cheiro de canela e madeira em pau...rindoma sua vidinha sem graça, que de graças que tem...não tem nenhuma graça esse cheiro de orquídea que tá surgindo aqui, não tem graça nenhuma, só desgraça no ar...
* fragmento de um dos textos de manuel carlos karam

quarta-feira, 18 de março de 2009

nasceu...

hora do parto: 15:10 da tarde de dezoito de março de dois mil e nove, três meninos e três meninas, bom pulso, boa respiração, todos choraram forte ao nascer e apresentaram todas as vitalidades típicas dos bebês recém-natos, talvez as contas dos pais tenham sido um pouco diversas da data provável do parto (DDP), mas não se pode dizer que sejam prematuros, acredito sim que estavam prontos para nascer...e como todo dia de nascimento este não diferente seguiu pelos mesmos caminhos já traçados, muita espectativa, muita ansiedade, muito trabalho, trabalho de parto eu diria, muita novidade e esperança...muita vida circulando por todos os cantos, a presença dela (a vida) fortemente marcada em cada gesto, cada fala, cada respiração, cada silêncio...os pais virando filhos, os filhos virando pais, toda uma atmosfera em torno de algo mágico e desesperador...em torno do novo...e aos poucos as luzes foram surgindo, uma para cada um, cada qual com seu lugar ao sol...cada chorinho, cada respiro, cada movimento, cada vida...foram nascendo um a um, foi vindo para o mundo algo que estava tão gestado na imaginação...os olhos dos outros quase não se via...mas para isto ainda havia mais um tanto de imaginação...parto difícil de gestação complicada e delicada, embalada em amores e desamores...gostos e outros não...mas sempre viva...sempre carinhosamente imaginado, sempre desejado, sempre de dentro pra fora e na hora exata do parto a dor alegre de expor toda esta interiorização, toda a concepção, toda a intimidade que nos faz pensar o que estamos realmente fazendo naquela hora e naquele lugar, nos faz criar novos conceitos, mas nos traz apesar de toda dor do parto, uma alegria quase incontrolável, que tanto faz nos fazer rir ou chorar, talvez chorar de tanto rir e rir de tanto chorar, ou simplesmente ficar ali parados, no tempo e no espaço, vendo vida nova que nos chega, vendo sair de dentro do peito algo que foi por ali mesmo gerado...

quinta-feira, 5 de março de 2009

outro dia...

se eu pudesse tocar as nuvens que não penso, mas tenho certeza que hoje são de algodão, se eu pudesse voar sem o menor esforço, só de abrir os braços, se eu pudesse comer doce sem cariar os dentes, se eu pudesse gritar quando me dá vontade e ficar quieta na mesma situação, se eu pudesse resumir a vida em palavras, duas ou três delas, se eu pudesse ser heroína ou cocaína e isso dependesse só da situação, se eu pudesse tudo o que não posso, ai então saberiam o que se passa em minha mente, que move tudo o que tenho aqui dentro, saberiam o que é estar em meio ao furação e tomar conta de tudo rodando nele, saberiam o que significa sambar com os olhos e cantar com o coração...está tudo claro na minha frente, o dia é outro, outros são os tempos, mas ali gravado onde tudo fica cravado ainda está o som, música, melodia e cor, tudo o que pude reunir daqueles cacos, tudo o que pude deixar dentro de mim...e se hoje ainda reverbera aquela voz, e se hoje ainda está tudo tão aqui, quando eu mesma já não acreditava nisso mais, é porque algo em mim mudou...não só mais o mundo mundano me importa...tenzumasoutrascoisinhas rodando aqui dentro...tem algum caldinho que ferve cada vez que respiro, tem além de tudo que chamo de poesia, música, samba e som, tem também uma mentirinhas, as dele que ainda aqui estão...eu sou o samba...mas se eu morrer...eu não morro não senhor!!!

domingo, 1 de março de 2009

é noite...

meu nariz está formigando, eu não gosto dela...meu texto sai assim meio cambalenando, meio torto, porque é torta que estou hoje e somente hoje...sabe o que isso significa...álcool demais numa corrente que se quebrou e a corrente era de sangue...sabe o que serve isso pra alguém....nada...senti falta dela, da outra eu tenho ódio...e pra ele meu nada...o nada de ontem eu dou hoje pra ele...meu exú de hoje é maior do que o mundo...to mesmo é com o diabo no corpo, as letras que saem dos meus dedos são confusas e demoram séculos para serem escritas, acho graça da minha tristeza e por hoje chega, não vou mais beber...não quero me sentir bem, mas é assim que me sinto ao escrever depois de dois copos de "vódika" e gim...é assim que me sinto, bem!!!...meu nariz formiga, sei de fato o que é estar em dois corpos ao mesmo tempo, um que flutua e outro que pesa inumeras vezes mais do que a realidade vigente...quero gritar, mas o grito não sai...não sai...minha cara no reflexo que vejo na janela transparente é de uma idiota, mas não tenho mais fidedignidade...não tenho mais, nunca tive e não se pode perder algo que nunca se teve na vida...queria escrever as coisas que proibo, mesmo sem ter controle completo de minha mente agora, controlo o que posso e o que não posso escrever, sobre você deixo pro proibido...deixo de escrever...mas mesmo assim sei...sempre saberei dessas coisas da vida que só são apresentadas quando já estão cara a cara e meus dedos como loucos, eu gosto de luis felipe leprevost, e hoje encontrei com ele e gosto ainda que tenha vergonha de vitor e léo, mas com eles eu não econtrei, meu nariz é o que mais me chama atenção...daqui a pouco fazer-se-a dia e eu tenho que estar lá, as 09:30 em ponto...a palavra que me vem a cabeça é desejo e vaca...como pode tudo se transformar tão rapidamente na vida de uma pessoa tão normal, meu mau é a normalidade,...o alarme toca e eu sei bem o que queria numa noite como esta, mas já magoei muita gente na vida e sei que mesmo não querendo seguir em frente ainda assim vou magoar uma outra porção delas...quero minha fada do dente de volta...quero porque quero...estou alcoolizada como vi tantas vezes meu pai estar, tenho vergonha por ter julgado ele, hoje eu sei porque preciso disso pra me manter de pé quando estou caida...