sexta-feira, 27 de março de 2009

AO FIM DA TARDE, ENFIM...

chego ao fim da tarde, enfim...chego a conclusão não mais amena do que as que tinha quando ela iniciou de que quero demais de uma vida só...quero demais desta vida...quero mesmo a perfeição, a verdade, a poesia, o belo...quero amor eterno, quero amor verdadeiro, quero saber...quero ser o tempo todo...quero ser querida por todos, desejada, quero estar apaixonada sempre, quero viver em plenitude hora pro hora...nada chega, nada serve se não for até o topo, até a tampa, se não for demais não dá, não serve, não é pra mim então enfim...e dai fico neste dilema diário, falta-me alguma coisa, faltam-me várias coisas que nem ao menos sei mensurar, falta-me o mágico diário, cotidiano, que certamente não existe, não há contentamento para mim em apenas estar viva, sou arrogante, sou megalomaníaca, sou esquisita mesmo...fica sempre raso demais o dia, fica sem graça, sem fé...fico brincando de roleta russa com a vida...fico desdizendo dia após outro, querendo mais do que é real, mais do que é humano, sonhando quem sabe com o impossível...vivendo de magia sem ter nada de mágico em que me apoiar...querendo ser Deus num pecado só...de uma hora pra outra resolvi querer ser Deus eu acho...querer o divino, o perfeito, o eterno mesmo sabendo que não sirvo para a eternidade...e dai chega o fim da tarde...e a desgraça se abate sobre as minhas doces lágrimas, mais lágrimas, sou megalomaníaca...a tristeza toma conta de mim já que em dias eu a desejo como uma força sobrenatural...tenho essa mania de querer sempre mais, essa mania de que nunca é suficiente o que tenho, o que vivo, na alegria e na tristeza...nada serve se não for o incomensurável...está sempre faltando uma peça pra que eu possa jogar...sempre falta um canto no quebra-cabeças...sempre...nada chega, nada chegará...está sempre faltando uma parte, um membro, sempre está faltando algo no que nem sei se sou...

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