quarta-feira, 30 de outubro de 2013

AFINAL...

SOMOS SERES DOTADOS DE LIVRE-ARBÍTRIO OU AGIMOS POR AUTOMATISMOS PRÉ-DETERMINADOS?



E tudo depende. Somos dependentes do que pensamos e por pensarmos assim ou assado, de como agimos. Somos totalmente dependentes de pensar o tempo todo e isso não quer dizer que chegaremos a algum lugar. (Ou sempre chegaremos?) 

Quando acordamos de manhã e não de tarde. 
Quando usamos calça ou nada.
Quando comemos almoço ao meio dia.
Quando fazemos o que temos que fazer.

O que temos que fazer mesmo?


Temos que nos colocar a pensar. Temos que refletir, sem que refletir se torne o "modos operandi" geral. Temos que pensar sós. Temos que elevar nossos conceitos, e não no sentido de termos pensamentos mais elevados e sim de coloca-los acima do pensamento geral.
É claro que há de haver uma ordem. Mas até onde essa ordem deve ir? Até onde ela deve ditar o que fazemos?
Temos o direito de pensar direito. De sermos exatamente como acreditamos que deveremos ser. Mas não podemos nos deixar levar pela massa em "cloud" que nos faz pensar que estamos pensando enquanto estamos apenas reproduzindo ou seguindo.


Quando dizemos que sim.
Quando dizemos que não.
Quando dizemos sem saber o que dizemos.

Temos que desligar o pensamento automato. Aquele que nos leva a criar julgamentos falsos, falsas verdades (verdades existem mesmo?), e tomar atitudes baseadas num senso comum. Não há problema nenhum em ser comum. Só não dá pra ser o que a gente não quer ser só pra ser a gente que todo mundo quer. 
Já que desde que o mundo é mundo estamos pensando e seguindo e fazendo e sendo. É necessário pensar. E pensar por si só não adianta. Temos que pensar como se não houvesse mais nada que pudéssemos fazer naquele momento. Temos que pensar como se estivéssemos sozinhos no mundo. Temos que pensar só.

Você já pensou de quantas maneiras podemos ser. (sem ter que ver)
Você já pensou que dá pra subverter a ordem. (sem ter que ver)
Você já pensou que dá pra fazer a ordem. (sem ter que primeiro ver para crer)


Temos que crer por crer. Crer e somente crer e então poderemos fazer o que quisermos fazer. Então exerceremos nosso livre-arbítrio, realmente livre!


E então estamos todos ai. Sendo manipulados por nós mesmos, já que temos opção e nos deixamos sem ela. E estamos aqui a tanto tempo, mas parece que foi ontem. Parece que foi ontem que começamos a pensar e já estamos estabelecendo padrões a serem seguidos. E tudo que estiver fora do padrão... E não se pode mais ser autentico. Ser autentico, nos últimos tempos ( ou em todos os tempos, quem sabe...) tem significado ser igual. Seja na sanidade, seja na loucura. 

Por mais loucos diferentes uns dos outros.
Por mais cabelos com a cara de quem usa e não com a cara de uma capa de revista.
Por mais eu.
Por mais você.
Por mais espelhos para se olhar. 
Por menos espelhos para copiar. 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

ERA UMA VEZ. O ERRO.

SOBRE não errar.

Sobre não errar nunca, nem em pensamento. E nem em pensamento cogitar o erro. Sobre errar em pensamento para não errar na realidade real. Sobre não admitir o erro como um favor que a vida nos faz. Como um favor para que as coisas possam refletir, para que as coisas possam ir para os seus devidos lugares, se é que esses lugares devidos devam existir. Sobre não querer mais nada do que o certo. O lado certo. O jeito certo. A pessoa certa. A certeza do certo.


Se quando erramos podemos nos ver.
Se quando erramos podemos ser.
Ser sem medo de não ser.


Sobre não querer discutir, descuidar, desobedecer, subverter, sobreviver. Sobre ensaiar o que se vai dizer logo em seguida, não pelo medo de tropeçar nas palavras, mas para não errá-las, não gaguejá-las, para não. Ensaiar as palavras para dominá-las, justo elas que são indomináveis. E não dançar para não pisar no pé. Para não pisar no próprio pé. Para não cair de cabeça. Como se fosse possível. Como se fosse vivível.

É só errando.
É só errando e recomeçando.
É só errando e rindo que vamos indo.

Se não só vamos ficando. Ficando na certeza de que não erramos nunca, de que tomamos muito cuidado, de que somos o que há de mais certo neste mundo e de que devemos orgulhosamente nos orgulhar por não errar. Por sermos perfeitos. E não perceber que "perfeitos" é o que menos devemos ser. Perfeição é o que menos devemos querer ter, ser e estar.

Olhe para os seus dois pés.
Olhe para a sua boca.
Olhe para os seus dois olhos.


Olhe para os meus dois olhos, tão irregulares, tão dispostos a ver que não são iguais, que são o que podem ser e servem para ver e que isso é o que há de mais bonito. Um coração não é o desenho de um coração, colorido de vermelho, contornado corretamente com canetinha hidrocolor vermelha. Um coração é um desenho mal feito, que sai do papel e bate, e pulsa e treme ao te ver. Treme de medo, de dor, de alegria e felicidade, treme ao te ver sem saber ao certo o que fazer se não tremer. Um coração são veias que levam emoções para lá e para cá e que por isso mesmo erram os caminhos de vez em quando e acabam levando um amor para a barriga, uma traição para o pé e para os dedos uma ferida.

Somos o melhor que podemos ser.
Isso não é novidade.
Isso talvez seja um erro.
Isso é o que dá pra ser.

Erre. R.

E se descubra feliz. Se descubra mortal. Se descubra humano. Se descubra. Tire de você tudo o que está sobrando. Palavras, preceitos, aceitos, tudo o que sobrar depois de errar. Depois de cair de quatro no meio da Rua XV lotada de gente. Tire tudo. Mesmo depois de ter se sujado de sorvete na primeira vez. Mesmo depois de todas as vezes. Aceite o que lhe pode ser dado. Aceite que os dados nunca caem assim ou assado, eles caem como dá, eles talvez, não tenham medo de errar.

P.S. Esste testo pode cónter algum ero. Ou não.