segunda-feira, 29 de junho de 2015

sobre o vento e a areia



Essa história é sobre a paciência do vento de levar a areia de lá pra cá e de cá pra lá, o dia inteiro, a vida inteira e soltar somente um uivo aqui e outro ali, sem que isso pareça um reclamar. E sobre a areia, solta, que se deixa levar para onde não sabe, sem fazer resistência, sem choro, nem vela. Sobre as coisas que estão pelo caminho, e que tanto o vento, quanto a areia moldam. O ir e vir eterno das coisas. Da facilidade que existe quando não há resistência desnecessária e sim a aceitação necessária de que as coisas são o que são e perante as que não podem ser mudadas, mudados estaremos nós.

Essa história e sobre deixar passar, deixar sair, deixar ir. Sobre não oferecer resistência quando não necessário. E simplesmente se deixar moldar. Ser por hora vento, ser por hora areia, ser por hora obstáculo. Ser por hora e nada mais. Pois a vida se modela, estejamos dispostos ou não. Mas se estivermos dispostos, parece que o trabalho fica mais bonito e o desgaste que acontece é somente o necessário e nada mais.