terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Por aparelhos...




Por aparelhos...

Achavam triste. Uma moça tão nova com uma história tão profunda. Tão longa. Tão triste. Para manter-se viva dependia do aparelho acoplado ao corpo. Aonde quer que fosse, fazer o que quer que fizesse. Lá estava ele, ligado, mantendo-a viva. Dando o compasso, dando a batida. Sob o olhar dos outros, cerceando seus movimentos, suas vontades, seus desejos. Nunca sozinha, nunca livre, sempre ligada, sempre acompanhada. Tentavam especular saídas para a pobre menina. Para que pudesse levar uma vida normal, social. Mas ainda não haviam chegado a lugar nenhum. Sem saída, se dizia na época.
Mas ela não se incomodava. Era o que dava. Era o tinha. Aprendeu desde cedo a viver só com o que dava. Só com o que tinha. Se mantinha ligada ao aparelho, mas assim a vida tinha um ritmo que os outros não entendiam. Ela não se entediava jamais. Fazia tudo o que tinha vontade, já que suas vontades eram poucas, eram pequenas. Podia carregar o aparelho para todos os lugares. Podia fazer muitas coisas que outros não podiam. Era o que lhe bastava, lembrar dos que não podia e dar graças por poder, ainda que menos.
Mas os outros não compreendiam. Ela não falava com ninguém por causa do aparelho. Não ouvia o que diziam. Só lá vez ou outra lia os lábios alheios e entendia. Mas falar mesmo não dizia. Não respondia aos estímulos de fora. Somente aos do aparelhinho. Ficava presa naquele mundo maquinal, onde pessoas não eram bem vindas.
Andava pela rua. Caminhando ao passo do que havia por dentro. Ao estímulo do aparelho. Que lhe transmitia e ela respondia. Quase um “dois pra lá, dois pra cá”. Nunca havia se desligado. Sabia que não sobreviveria. Não precisava disso. Ser desligada do mundo. Precisava desligar-se dele. Tudo se aprende.
Os rapazes se aproximavam. Mas não dava certo. A coisa toda não anda sem algumas palavras, já se sabia. Sem um entendimento mental típico dos amantes. Sem papeio, sem floreio. Eles até que tentavam, por insistência, aproximar-se da garota do aparelho. Mexer na maquinaria, tocar a máquina principal. Mas nada. Nem falava, nem sorria. Seguia em frente, no seu ritmo.
Na casa só uma tia antiga. Nada mais. Não se falavam há muito tempo e haviam se acostumado com isso. Ela falava com o aparelho e a tia com o rádio, com os bichos, com as flores, com os vizinhos, com as novelinhas. Tinham suas rotinas, que não se interpolavam.
Um dia começou a dançar no meio da rua. Não se locomovia mais com passos comuns. Somente com passos de dança. De samba, xote, bolero, pagode, rock. Nunca mais a mesma coisa. Nunca mais como os outros. Chamaram a tia pela vizinhança aos berros. A menina, surtada, dançando no meio da rua, sozinha. Um médico, uma ambulância. Um remédio para curar aquela porcaria de dançar no meio da rua.
A tia correu pra casa e pegou o papel guardado para a emergência que sabia que aconteceria. Levou pros vizinhos, passou de mão em mão, leram em voz alta. Viram-se cada uma das cabeças tornarem-se baixa. Viram-se os rumos se desfazendo.
Era portadora de uma incomunicabilidade raríssima. Desde a infância. Não se soube nunca de onde vinha e se algum dia iria. Não se comunicava com o mundo, se não por conta do aparelho musical que mantinha atado ao ouvido 24 horas por dia. Tinha milhares de fitas gravadas. Ouvia o mundo através do aparelhinho. Conversava com as músicas. Respondia a cada estímulo musical que lhe caia no ouvido e reagia como podia. Tinha apenas o que dava. O que para ela era mais do que muito. Muito mais do que um só mundo e dois ouvidos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

MINHA COMIDA





MINHA COMIDA

Parece que as coisas que falo não se encaixam, que não sou em tão alta, nem tão baixa, talvez muito redonda, talvez até meio quadrada, que as minhas roupas não combinam com sua vida e com a minha não combinam os sapatos, que está só de vez em quando pelo que te faço na cozinha... 
Minha comida no teu prato, prato esse que eu mesma faço, eu te pego pela boca e me engole e eu me derreto toda e por conta da comida, sempre pronta, sempre quente e teu eu já se saliva e me come a comida. 
Já de resto eu não sirvo, é só boca e não ouvido, já de resto é tal qual “resto de comida”, ou se requenta ou vai fora, já não serve mais a mesa, já não sustenta a barriga. 
E é por isso que sempre que tua fome me procura, é por isso que sempre pronta, sempre quente, pois nessa hora raspa o prato, nessa hora me diz tudo, inclusive que me adora, com boca de saliva, com estômago borbulhando e me come a comida...e eu em banho-maria vou cozinhando nossa vida...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

RE-COMEÇO





RE-COMEÇO



Tinham o mesmo trauma. E por mais estranho que pudesse parecer, tinham se traumatizado no mesmo momento. No começo não havia nada disso. Era uma alegria latente, uma felicidade simples que os fazia muito bem. Faziam coisas juntos porque gostavam. Estavam juntos e o tempo não era necessário. Nem o dele e nem o dela. Mas independente da vontade dos dois, o tempo passava largo.
E quando viram, o que foi já não era mais. Tinham uma pressa na vida. As coisas para fazer eram tantas e o tempo agora era o que mais faltava na vida deles. Mal se viam. Mal se falavam. E quando dava para um pouco mais, estavam mortos, de tédio, de cansaço, de todas as outras coisas que não eram amor.
Não sabiam se havia algo errado com eles. Ou se com todos era assim. O tempo passando de poro em poro e causando pequenos estragos imperceptíveis. Que depois de tanto ir de lá pra cá e de cá para lá, acabavam por comprometer toda a estrutura.
E quanto mais o tempo passava, menos se suportavam. Aquelas palavras todas estavam amareladas e já não refletiam aqueles sentimentos que ficaram sentados em um banco qualquer. Já não viam o de antigamente no outro. Já nem viam um ao outro. Era só o passar dos dias e nada mais.
O desgaste se tornou tamanho que já não era mais possível a máquina funcionar. E o estrago se deu dos dois lados. Tanto que não foi penoso para nenhum dos dois deixar tudo para trás. Dividiram meio a meio as fotografias e as coisas da casinha e foram cada um para um lado. Preferencialmente oposto. Para não ter que cruzar a linha que separava a liberdade dos dois.
E como sempre acontece. Para eles não foi melhor nem pior. Foi igual. Sentiram saudade. Choraram vendo filmes ou ouvindo músicas. Desabafaram com os amigos no bar. Desabafaram com as amigas na confeitaria. Pensaram nas mesmas coisas. Molharam as fotografias e quiseram juntar o mesmo álbum que sempre tiveram.
E depois de um tempo que nem souberam mensurar, voltaram. Estavam de volta! A casa era outra, mas eles eram os mesmos de sempre. Voltaram a esquecer do tempo. A fazer todas as coisas juntos. A sentir amor um pelo outro. A felicidade tinha vindo para ficar, sentada no sofá da sala.
Mas depois de um tempo. De novo ele. A comida começou a se repetir no cardápio. E as coisas estavam todas de volta ao mesmo lugar. A felicidade escorregou pela lateral do sofá, como um anel na mão de uma criança, estava perdida. As marcas no chão eram fundas demais. Seus pés já não tinham a capacidade de pisar, sem ser no mesmo lugar.
Mas desta vez uma coisa foi diferente. Eles não sabiam o que fazer. Sabiam que nada do que fizessem poderia dar certo. Sabiam que já não adiantava mais nem ir, nem ficar. Foram deixando a água escorrer. Eram a mesma coisa, o dia inteiro, a noite inteira. Faziam o que tinham que fazer e sabiam que isso era pouco, mas já não eram capazes de mais nada.
E num dia que ele já não sabia mais o que era e o que fazer dali pra frente, fez as malas no meio da tarde e saiu. Foi para um lugar que nem ele sabia onde ficava. Não deixou bilhete, não deixou nada. Jogou fora todas as fotografias e coisinhas que pudessem lembrar os dois. Apagou os rastros de um amor que já não era mais.
E quando ela chegou do trabalho, parecia que nem era a mesma casa. Já não havia nem rastro do amor desgastado dos dois. Alias, não havia rastro de que algum dia, naquela casa, haviam dois. Era só uma casa desprovida de afeto. Um imóvel.
Começou chorando e depois de recobrar o juízo, começou a procurar. Por todos os lugares possíveis e por fim os impossíveis. Ligou para todos. Policia, hospitais, fez o que sabia fazer, o de sempre. E depois de tudo, começou a duvidar da sanidade presente em sua cabeça e aceitar que ele nunca existiu.
E depois de dias e noite vazias, já não sentia mais nada. Nem de bom, nem de ruim. Ficou sozinha, já que achava que não sobreviveria a mais uma. Estava ficando mais e mais velha, e se via cada vez mais perto da solução. Ficar em paz e sozinha. Como todos os outros costumam ficar.
E quando dobrou um dessas esquinas que fazem as coisas parecerem maiores do que realmente são, deu de cara com um cara, que tinha uns olhos maiores do que o que há no mundo para se ver. Ficou com aqueles olhos grudados nos dela durante o dia todo. E quando se viu estava virando a esquina todos os dias, na esperança tola de reencontrá-lo.
E tanto fez que conseguiu. E os olhos dele entraram dentro dos dela. Ela os sentia passeando por lugares constrangedores. Mais ao invés de se sentir constrangida, sentia-se cada vez mais leve. E agora que já tinha lhe tirado os olhos, queria tirar-lhe um pouco mais.
E quando nem viu, já estavam namorando. Passando as mãos pelo rosto um do outro. E sentindo aquelas belezuras que ela nem sabia mais. E lá pelas tantas se deu conta do que estava fazendo. E as pegadas eram cada vez mais fundas.
Sentou na beirada da cama e decidiu que deveria dizer para ele. Terminar tudo. Contar tudo o que tinha vivido, do tempo que havia levado para voltar a ser quem sempre foi, e como infelizmente sabia o que seria dali por diante. Melhor assim, pensou antes de chorar duas ou três lagrimas.
Esperou sentada na sala onde ainda cheirava felicidade fresca. Ficou sentada tempo demais. Nem num dia, nem noutro. Ele não veio mais. Deve ter pressentido tudo. Deve ter sentido o mesmo que ela sentia. E voltou a ser sozinha. Por sorte não tiveram tempo para fotografias, um trabalho a menos.
E ele saiu de cena para fazer o que já sabia. Mudar cabelo. Mudar roupa. Mudar as feições que ela já havia decorado. Esperar o relógio correr, pra poder voltar, numa esquina ou numa reta. Os olhos, com lente verde ou cinza, eram os mesmos, esses não era possível mudar. E sabia que lá no fundo da alma dela jazia aquele amor deles, que só precisava recomeçar. E de novo. E mais uma vez. E até conseguir terminar com o tempo. Ele iria voltar.


(fonte foto: http://www.fredcunhanews.com/2012/03/fotos-antigas-os-casais-parte-1.html)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

COMO AMOR





COMO AMOR

Era bem saudável. Procurava seguir todos os bons conselhos de alimentação que via pela frente. Devorava as informações de revistas, programas de televisão, alias, nos poucos momentos em que assistia televisão, ia a consultórios médicos, folhetos, tudo o que pudesse alimentar aquela sua sede de saúde.
E se diziam que era bom andar, andava. Se diziam que agora o melhor era correr, corria. E se dissessem o que quer que dissessem, fazia. E a maioria não entendia porque perseguia tanto uma vida saudável, já que era uma pessoa de aparência extremamente salutar.
E a mania que tinha não deixava tempo para mais nada. Tinha alguns amigos, mas não eram tantos, mais os da academia, as secretárias dos médicos que visitava e assim por diante. Até que se apaixonou.
Agora não era preciso mais pensar. Era uma felicidade que alimentava o corpo e a alma. Era uma porção de coisas que deixavam a sua vida repleta de afazeres. Era um prato cheio para ser para sempre saudável.
E pelo tempo que o amor durou, não foi vista na academia, e sim nos parques, de mãos dadas. Nos consultórios nunca mais se ouviu falar dela, que agora frequentava salas de cinema. Sua preocupação era amar. O que fazia com o mesmo afinco das dietas de outrora.
A única coisa que a tirava do prumo era um certo sonho desprovido de imagens que tinha de vez em quando. Sonhava somente com uma voz, que não podia identificar de quem era e muito menos de onde vinha, dizendo “Tudo que é bom, dura pouco!” e nada mais.
Acordava suada, com a sensação do fim da sua sobriedade saudável. E tentava de todas as maneiras diagnosticar sobre o que se tratava aquele sonho. Mas nada acontecia. Não sabia, ainda que seu coração já intuísse, o que era.
E noutra noite, depois que o namorado a deixou em casa, sentiu-se agoniada. Dormiu estranha, mais ao contrario do que imaginou, não sonhou nada. Somente um aperto no peito, uma dor que parecia vir das entranhas.
Foi batata. No dia seguinte, recebeu a ligação do namorado, terminando tudo. Ele não prolongou a conversa. Disse que não queria. Disse que não dava. E deu ponto final desligando na sua cara.
Ela não fez outra coisa do que alimentar o rosto com lágrimas e mais lágrimas. E dia depois de dia, não fez outra coisa do que definhar, ficar seca de tanto chorar e de tanto não comer nada.
Era uma dor que ela sabia de onde vinha, mas não sabia como fazer parar. Mas que aos poucos foi ficando mais fundinha. E desse fundinho, era só de vez em quando que doía até chegar a superfície da pele.
Mas o medo que pegou de amar de novo foi o que mais forte ficou. Não queria de jeito ou maneira se entregar. Pois sabia que nada mais dura para sempre. Nem a eternidade. E o tempo passou tanto, que nem viu. E num momento que não se sabe qual foi, mas que temos certeza de que foi depois daquele amor, passou a assistir televisão compulsivamente. Viva nas telas o amor que deveria ser vivido fora delas. Sofria com elas, mas sabia que era só desligar o aparelho para se desligar da dor.
Assistia as novelas das seis, sete, nove, dez e as antigas que passavam na reprise das onze. Comprava revistas sobre novelas. Falava sobre novelas pela internet. Vivia naquele mundo da tele-visão.
Mas sabe quando depois de um tempo, uma certa coisa já não te satisfaz? Sabe quando você passa a mentir que esta tudo bem e na verdade não está? Era assim. Passava horas na frente da televisão, não comia direito, não saia de casa, era só grudada na tela. Definhando.
E então veio o estalo, num dos intervalos comerciais. Compreendeu tudo o que até agora não tinha entrado goela abaixo. A solução para todos os seus problemas. Na querida televisão, veio justo no chato intervalo comercial, a resposta que tanto queria.
E agora, ao assistir as suas novelinhas, tinha uma boa companhia para sua dor cristalizada. As duas no sofá, vivendo um sonho daqueles. E por mais que os outros reprovassem o seu comportamento. Por mais que dissessem que aquilo não era saudável, tanto fazia. Ela se sentia bem. Estava procurando e sabia que logo encontraria.
E como os dias passavam logo com aquela programação. As duas na frente da televisão. As duas vendo as novelinhas. As duas procurando o amor. É claro que não dava tempo de fazer muitas outras coisas. Mas as outras coisas poderiam esperar.
E quanto mais o tempo passava, mais redonda ficava. Ali, plantada naquele sofá. Que já tinha tomado o formato do corpo. Parecia até um abraço. Já eram quase um trio. Um quadril enorme. O dia todo sem se mexer.
A mãe gritava para ir um pouco na rua, no mercado, na feira, pra sair da frente da televisão. Mas ela negava. Queria ficar ali, aconchegada na procura do amor. Estavam todos da família preocupados. Tinha ganhado mais peso do que um bebê em começo de vida. Numa procura que só ela entendia.
E mais um dia. E mais comida. E mais uma procura vazia pelo amor. Era lua crescente, pronta para explodir. Mais ainda acreditava, sabia que chegaria o dia que encontraria, num desses pratos de comida, feitos com aquele tempero especial da propaganda, o tal do amor.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

2013 e eu continuo querendo ser UMA PESSOA MELHOR!

MAIS um ano se passou e eu continuo querendo ser uma pessoa melhor. Como naquele post de 2009 (eu quero ser uma pessoa melhor). Naquele post inocente de 2009. E como é bom ser inocente. Como é bom acreditar. Acreditar que as coisas podem ser diferentes do que são. Saber que elas podem mudar perante o nosso desejo de mudança. As vezes bate uma saudade. Sou saudosista. Saudade é uma palavra presente e muito presente em minha vida. E a cada ano que se passa vem aquela vontade saudosa de mudar, de fazer as coisas de um jeito diferente, de um jeito melhor. São os planos típicos de fim de ano que nos acometem perto do fim. 
Em 2009 eu tinha 29 anos. Hoje eu tenho 33. Sim a idade com que Ele morreu. Já fiz trinta. Um idade muito representativa para as mulheres. Mas veja só, que engraçado, me sinto realmente mudada depois de atingir os 33. Tlinta e Tlês. "Sou mais macho que muito homem" e rio ao constatar isso. E hoje, depois de viver tudo o que eu vivi desde lá, continua aceso o desejo de mudar. Mas agora um desejo maduro. Não tão maduro quanto ele ainda vai ficar. Mas mais maduro do que lá, onde eu queria mudar e mudar para melhor podia ser até morar no 10º andar. 
Continuo na minha luta. Continuo buscando todos os dias uma mudança. Mas agora sei que as mudanças sempre acontecerão. Não ficarei pronta. Agora então me parece que a única constante da vida é a mudança. No mais, fica tudo onde está. E continuaremos assim, mudando, mudando e mudando. E terei que me acostumar a não querer ficar num lugar. 
A vida é feita de passos e ao contrário do que eu achava lá atrás, eles não são todos para frente, alguns são para o lado, alguns para trás e alguns parados no mesmo lugar. E isso não é ruim e Michael Jackson esteve aqui para nos provar que os passos bons não tem que ser necessariamente para frente! Estou aprendendo a acalmar, a aquietar. Não quero mais as respostas todas rápidas e certeiras. Quero ter no que pensar e ter tempo pra pensar. E poder voltar atrás mesmo depois de ter pensado muito. 
Não vou ser aquela pessoa melhor que eu desejava ser a alguns anos atrás. Vou ser um ser em construção, em mudança constante, e essas mudanças não serão necessariamente boas. Muitas vezes os passos não são tão certeiros assim, e é bom que não sejam, pois a vida seria chata demais se fossemos bons e perfeitos o tempo todo. 
Vou continuar, já decidi. E uma vez que a gente decide que quer ser uma pessoa melhor, não há como voltar atrás, é só tentar melhorar e para isso errar. Errar quantas vezes forem necessária... E descobrir lá pelas tantas que somos sempre o melhor que podemos, naquele dado momento. E depois é depois, e quem é que sabe para que direção vamos andar?