quarta-feira, 29 de abril de 2009

digressões...

é fato que volta e sempre eu tenho vontade de largar tudo e ir embora, embora esse embora não signifique o que sempre significa, embora não signifique sair dali para um lugar confortável e seguro para mim...é fato que sentar na beira da calçada e chorar é corriqueiro em minha vida, minhas vontades de fazê-lo são imensas e agora é hora em que em vez de estar na frente do pc queria estar na beira da calçada...mas até pra mim isso já se tornou um saco, nem eu mesma me aguento mais na beira da calçada...em termos de fichas caídas estou até o topo do meu espaço interno (que não é nada pequeno) lotada, as fichas ficam caindo o tempo todo para todos os lados...mas dai a mudar...putaquemepariudetarde...dai a fazer com que as fichas além de caírem completem alguma ligação e que a chamada não seja à cobrar...isso são outros 500 reais em fichas...fazer com que além de ser entendida pelos outros eu no mínimo seja entendida por mim mesma é quase uma incapacidade pra mim...e dai em dias assim fico acreditando que tem coisas que não sei fazer e ponto final, e que aceitar isso seria muito mais fácil...mas dai vem a porra do remorso, vem a porra da cobrança que sempre fico fazendo...vem meu próprio terror psicológico...não é lógico aterrorizar a si mesma, mas se todas as coisas fossem lógicas não estaríamos aqui, não é...dai vem essa coisa toda como vômito que vem de dentro e "vumito" na minha própria cara...e não é nada bom o cheiro de vômito quando está tão perto e quase dentro do seu nariz...não é nada bom nada disso que está acontecendo comigo agora...eu quero comer alguma coisa que não sei, chorar umas lágrimas que não saem, e não saem pq estou de saco cheio delas desse jeito assim, quero também mudar umas coisas imutáveis, e que sei que só são imutáveis pq as deixei assim...sabe como é que é...sabe mesmo, pq como é que um cara vomita na sua cara e você fica assim, ah, se alguém vomita na minha cara...pois é, mas esse alguém que vomitou na minha cara fui eu mesma, e dai como é que faz, como é que faz hein?...dói sim, eu já não posso disfarçar não, mentir a essa altura do campeonato não é legal, e eu quero verdadeiramente ser legal nesse momento...dói pra caralho e bem dentro e bem fundo e bem de verdade, dói como se a verdade fosse algo que eu tenho que parir pra sair...eu de fato já não sei o que em mim é verdade, não sei ao menos se há alguma verdade em mim...eu não sei se algum dia prestei atenção nisso, não sei fazer essas comparações...e dai tem essa dor que acompanha essa porra toda e eu fico aqui sem saber o que fazer da minha vida sem você...sem saber o que fazer da vida...sem você o céu é menos azul e o samba tem menos canção...mas ainda não sei o que fazer da vida e fico assim, querendo todo dia um galho pra pular fora do que estou e estar em outro e já de partida...é isso...quero sempre estar de partida como com cara de quem quer ficar...e dai que nem parto e nem fico...dai dou uma de pato e não faço nada como sei que deveria fazer...dai fico chata, preconceituosa, medrosa, idiota...dai fico na merda e cada dia com mais frequência, e de nada adianta me dizerem que nananinanão...a merda está aqui e se espalha por todo lado, e isso sim me parece crível, pq sei dessa minha tendência óbvia de parecer uma pobre coitada e que se não dá pra chamar a atenção por meios lícitos chama-se pelos outros...pois é...queria ser surpreendente o tempo todo...queria ser surpreendente até cagando talvez e sei que não tem nenhuma poesia nisso...mas é a minha verdade, e nem sempre nossas verdades são poéticas, já diria o bom e velho hippie do centro cívico...e se faz mais um samba em minha vida, mais um caso e outro descaso na mesma proporção...talvez eu tenha mesmo que me foder...sabe essas coisas de ação e reação...sabe gente que nunca se satisfaz...sabe gente que só reclama, que não sabe que "a vida é feita de açúcar e sal"...dai tem que viver nessa merda imaginária e interna..."dizem que amor não mata só judia d'agente", e nesse caso sou meu maior e pior amor...
ps...hoje vou escrever o quanto eu quiser...o quanto eu quiser vai ser até estourar o limita dessa merda quantas vezes for possível até amanhã de manhã ou não...
meu sanduiche de fast food está bem do meu tipo, cheio de coisas que não deveriam estar ali e se desmontando a cada bocada, pensei numa peça quando fui ao portão buscar o fast "fodi" e ela não era do tenesse, era nelson rodrigues, e todo mundo sabe que dá na mesma, mas achei tão bonitinho quando ouvi isso que quis colocar aqui, achei tão bonitinho me irrita tão profundamente que tenho vontade de matar ou morrer quando tudo se torna tão bonitinho, e não é culpa sua e de ninguém que acha isso tudo tão bonitinho, é que na minha cabeça já vem o nelson me dizer que bonitinho é ordinário e ordinário no pior e melhor sentido de ordinário e dai transformar umas coisas do caralho em ordinário me fode de um jeito que dá vontade de matar ou morrer...e eu de novo cheia de manias, cheia de falar dos defeitos dos outros, cheia desse nada que não me preenche nas horas em que mais preciso, e que dai comida parece que preenche, mas que nada comida só enche, descobri que preenchimento é outra coisa...mas dai a conseguir largar da maldita...mas dai...e me encho dessa coisa que me entope de todos os jeitos possíveis e imagináveis...acho que hoje finalmente não vou chorar, coloquei um samba bem animado, daqueles das antigas, do tempo do clube danúbio...enganei as minhas lágrimas chatinhas e enjoadas...veja só como de fato sou espetacular...
as vezes eu acho que vou estourar, tem tanta coisa aqui dentro e que fica aqui dentro e que deveria ir pra fora e que fica aqui dentro e meu teclado todo engordurado e o que deveria ficar de fora vai pra dentro também e nada sai e só cocô e xixi, e mais nada sai daqui o dia todo e a vida toda e que parece que tem dia que resolvem todos dialogar comigo aqui de fora, e lá dentro vira uma zona...que se foda o alface americano, eu não vou comer essa merda que se derreteu com o calor e nem de longe lembra um alface...vou tocar o foda-se ao invés do tamborim...só pra registrar o bolinho também já foi pro saco...mas voltando ao que interessa...rá...vontade de rir da minha cara nessa hora, vontade de mijar na calça de tanto rir das minhas tontices de falar um monte de palavrões ao mesmo tempo em um mesmo texto...as vezes eu leio a revista caras e dai minto que não li e dou risada de quem diz que lê...dai um dia vou descobrir que a maioria das pessoas mentem, dai vou escrever uma peça sobre mentiras, como é que de fato funciona essa merdinha de bosta...vou escrever uma peça como se fosse um dejavú e não vou falar dejavi, vou falar dejavú como acho mais bonitinho e na minha peça vou falar tanta coisa que nem vai ter blog na peça de tanta coisa que vou falar no silêncio do ruído dessas minhas digressões...digressões sim é uma palavra das boas não é??...tão boa quanto cini de guaraná com abacaxi...e bel não fique preocupada que eu não tenho vocação pra cometer arakiri, é só que comi coisinhas demais no dia de hoje e tenho que vomitar pra poder dormir...e se vomitar na minha própria cara faz bem o que é que tem, não é?...são só umas coisinhas que me incomodam e que tem mesmo que sair, como se fosse um "abcesso" que tenho que ter a coragem de pegar o bisturi e abrir no meio da sala de estar e deixar sair toda a purulência, mas por hoje só dá pra vomitar e fazer um novo curativo altamente paliativo nessa coisa que de tão inchada está pulsando e doendo, mas que quem sabe dia desses não me surpreendo e não abro essa porra sem precisar de nada, nem bisturi e nem anestesia e nem sala de estar...queria muito fumar um cigarro...se eu não fosse tão medrosa de sair de noite sozinha, tão preguiçosa de sair sem carro e tão compenetrada no ato de escrever esse vômito, ai que vontade de fumar um cigarro fedido e nojento inteirinho...mais eu não vou vasculhar o mundo em busca de uma droga licita, não mesmo...vou comer um danoninho que é coisa de criança acordada a essa hora... e quem sabe praticar algumas digressões...ou não...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

re-vira-volta...

a sensação é de medo, de desconhecido, de novidade...cada volta é de fato um recomeço, uma reviravolta estava feita, estava lá...mas era como estar de volta a um tempo antigo, ainda que agora novo e desconhecido, um tempo antigo...era resgatar coisas antigas que ficaram novas pois foram guardadas, muito bem guardadas por sinal...era como perder no tempo um amor e poder tê-lo de volta em suas mãos, sentir seu coração cheio de felicidade, de amor, de calor verdadeiramente quente...sentir-se aquecida, é isso mesmo o que se sente, aquecida...a reviravolta faz calor, traz calor...traz uma sensação de que não se sabe ao certo o que fazer que mista com a sensação de que se sabe exatamente o que fazer mais ainda assim por incerteza não se faz...um escudo que não te protege, só te torna cada vez mais vulnerável a algo que você quer se vulnerabilizar...não é algo que se possa racionalmente entender...só dá pra sentir, não é algo que se possa tocar...ainda que seja terrivelmente sensível ao toque...é como se em meio a neve você pudesse escolher tocar o sol sem se queimar, se você pudesse tirar do bolso um punhado de sol e depois guardá-lo de novo e saber que sempre estará lá...um amor que volta é sempre um amor que volta, é um amor que enfim está...é um pedaço de sol e coração que se guarda no bolso e que está lá, ao alcance das mãos, ao alcance dos sonhos, ao alcance de um amor no bolso de um casaco em pleno dia de inverno, uma ponta de sol que volta e meia desponta do seu bolso e te faz sorrir e te faz se sentir quentinha e te faz ter vontade de fazer o que você sabe que não pode fazer, mas não sabe porque...é uma pontadinha de sol no bolso e no coração um tempestade e na barriga um vento ou brisa e nos pés asas de cavalo alado e você no meio desse furacão que é um amor que volta e que você não sabe ao certo se e porque algum dia partiu...
mais
difícil do
que
acreditar no
irreal
é acreditar
no que está ali
na realidade...

terça-feira, 7 de abril de 2009

além da visão...

na visão dele tinha um livro, e as páginas eram debulhadas rapidamente e o livro então se fechava...fiquei na hora meio pensando e depois caminhando a pé, como a tempos não fazia, de sapato de salto e saia no vento...pensei que é isso mesmo que deve ser...um livro que já foi escrito, rabiscado, apagado, corrigido, borrado, um livro com as folhas gastas e ilustrações que não tem mais a mesma cor de antes...fiquei pensando que temos muito medo de fazer o que é certo e descobrir que na verdade não era tão certo assim...mas fechar um velho livro e ter a sorte de começar um novo não é pouca coisa não...ter essa coragem seja em qual etapa da vida estejamos é um milagre, uma dádiva...já estou escolhendo a nova capa...a caneta já está na mão...e uma porção de páginas novinhas em folha estão na minha frente...já quero começar a escrever!!!

vida nova...

não vou espalhar o assunto desta vez...vai ser algo somente entre eu e eu mesma, algo bem particular como eu acho que realmente deve ser...não vou sair espalhando a boa nova aos quatro cantos do mundo não, vou fazer o que tem que ser feito e ficar na minha como se diz...vou deixar que desta vez os resultados falem por mim...já faz dias que minha cabeça circunda um assunto que há tempos me deixa confusa, uma vida nova...e desses dias pra cá a decisão foi tomada, quero fazer da minha vida uma vida nova...e quero que isso dependa só de mim, pois descobri que de fato é só disso mesmo que depende...não quero mais fazer as mesmas maldades a que me submeto, não quero mais me maltratar...e que isso não signifique virar um chata de galochas, ainda que as galochas estejam na moda e que tenhamos um inverno chuvoso, não é de ser chata que estou falando e sim de ser legal, e legal na maneira mais legal de ser legal...ser legal comigo mesma, ser feliz com o que é pra ser feliz, parar de inventar desculpa pra não viver plenamente...usar a força daquele pequeno exú para fazer umas coisas do caralho de boas e não umas ruindadezinhas de vez em quando...saber que não será essa maravilha das propagandas de coca-cola, não será bolinho, mas que também não será o fim do mundo e que se for o fim do mundo tudo bem, vai tá todo mundo no mesmo fim de mundo...rá...conseguir acordar de manhã e ver as coisas com um otimismo fora de série e quando não der pra ter o otimismo fora de série só deixar o dia passar como um rio que vai impreterivelmente...não se trata de acordar todo dia com balinha na cabeça, não se trata de ser bobo, não se trata de viver em um universo paralelo que é a terra do feliz, não se trata de ser HORTELINO TROCA LETRAS...se trata da facilitação das coisas, do simples assim, se trata de ver as coisas como elas realmente são, como me disse ele por ontem, se trata de não dar elevado valor a coisas "pequenas"...deixa que digam que falem...é verdade mesmo que não sou obrigada a concordar com todos os que vivem no mundo, cada qual tem suas coisas, mas não significa que tenho que me ocupar com o me incomoda nos outros, sabe aquela placa de caminhão que dizia, "vamos brincar de vida, você cuida da sua e eu cuido da minha"... ou a outra "Deus deu uma vida para cada um, para que cada um cuide da sua", é brega pra mim, mas o que importa nessa altura do campeonato para o caminhoneiro o que eu acho...a vida segue minha gente e depois de tudo, bem lá no final das contas...o que terá restado, vai ter valido a pena??...eu quero a partir de hoje que sim...não que o que vivi até aqui possa ser desprezado, serviu pra muita coisa e teve muita coisa bem boa...mas que os erros que tive que cometer até agora pra aprender tenham realmente valido como ensinamento e que eu possa ser de fato diferente, já que falar que ia mudar eu já falei milhão de vezes, que agora eu não fale nada pra ninguém e mude de verdade...SARAVÁ OXALÁ MEU PAI!!!