quarta-feira, 27 de agosto de 2008

na estrada...

idas e vindas infindas...eram tantos os que passavam por lá que me fizeram parar por um momento pra pensar...pensei em Ana, Pedro, Carlinha e Roberto...uns quadrados...uns quadrados que serão presos em outros quadrados de quadros repetidos, fotos que se sobrepõem...e serão vistos por outros olhos que não só os da minha mente...logo logo...

a delicadeza do olhar...

meu olhar cuidando de cada detalhe entalhado no tempo, cada curva, cada nó, cada coisa que passava por lá...e então foram presos por aquela visão...uma cena de uma delicadeza que quase não é possível descrever...uma pintura, uma fotografia que ficará por muito tempo registrada em minha memória (emotiva)...ele estava lá, ao lado dela e fazia questão de estar...tinha em seu peito algo pouco comum, mas algo que lhe tornava tão vivo quanto a própria vida...protegia do sol, da vida, do vento nos ouvidos, lhe protegia de tudo o que pudesse...ele estava lá, com uma criança em seu colo, tal um canguru, com sua cria na bolsa, e aquela bolsa de tecido que já fazia parte de seus tecidos vivos, fazia parte de seu corpo, era seu...a solidão, estava claro em sua mente, nunca mais poderia existir, não para ele...e a comunicação dos dois se estabelecia a cada momento, eram gestos, olhares, toques, cumplicidade, uma cumplicidade que não existe senão ali...procurou a sombra, escondeu do vento, mostrou aos outros com orgulho, fez findar o choro, fez se prender ao sono com um leve balançar...fez...estava tão lá que não poderia estar em nenhum outro canto, nem mesmo em pensamentos...estava apenas nele...não era uma mãe e sua cria...era um pai e seu filho, tão conectados que nada precisavam fazer para saber da existência um do outro, não precisavam de mais nada, estava os dois lá, um dentro do outro em tamanha harmonia que o mundo estava destoando daquela visão...não era necessário o pano de fundo que se fazia presente...não era necessário que houvessem outras pessoas por lá...eles estavam juntos daquele dia em diante e sem saber até quando...e eu os observava de longe, sem que ao menos se soubessem observados...e meus olhos não podiam crer...estavam presos á algo tão maior do que muitas coisas bem grandes que já havia visto...era apaixonante ver aquela cena...era único ver algo que te pertence e que te faz pertencer também...era indigno ficar vendo de fora algo tão íntimo, tão profundo...era profano naquele momento o meu olhar...mas eu não podia fazer mais nada, o magnetismo me impedia de fechar meus olhos ou desviar o olhar...era apenas um pai e seu filho, nada mais do que isso...podia ser uma visão tão comum que nem chamaria minha atenção...mas o que a cena emanava, o que continha em seus detalhes, cada passada de mão na maciez daquela pele, cada deglutir daquela mamadeira segurada com paciência, cada embalo daquele soninho...era vida demais para não se olhar...era como viver um pouco mais apenas de olhar...mas era só um pai e sua cria...nada mais...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

tempo...

o bom desse tempo, que não nos dá quase nada, só nos tira, o bom deste senhor...é que com ele eu já não preciso mais dizer aquele "eu te amo" rasgado...já não preciso mais pronunciar estas palavras por vezes doces e por outras tão pesadas...depois de tantos passares já não é mais preciso...quando eu seguro na sua mão e meus olhos estão nos seus...eu já não preciso dizer mais nada...tudo já está dito...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

calma, clama, ...

quando tudo escurece e se pede uma calma que não se pode atingir, não daquele jeito, não naquele momento...e que os olhos se mantenham fechados dentro do pano, mesmo que eles teimem em abrir...e se sente sozinha e abandonada, incapaz de seguir em frente sem saber onde ir, com medo de esbarrar num futuro qualquer...e logo uma mão encosta com firmeza em seu ombro...uma mão que te faz ver o que já imaginava não ser possível...e fica cada vez mais raro querer a luz que vem de fora...outra luz se forma e como em útero materno é melhor estar ali...se aconchega em mãos que desconhece, mas que não precisa conhecer, palavras voam ao vento e são capturadas pela rede de pensamentos que se faz, quando a que vinha lá de fora já não existe mais...roda por lugares agora desconhecidos, imagina, sente, vive...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

uma caixinha de que?

...uma caixa de chocolates, uma caixa repleta de especialidades...era assim que me sentia , repleta de doçuras, cercadas de coisinhas boas...e existem essas coisas de dentro que não passam! e não passarão pois foram muito bem apoiadas, cuidadosamente articuladas por cada um de nós! pra que ficar guardando, fomos feitos para terminar bem gastos...e era assim...toda 2ª e 4ª nada de ficar sonegando emoções e coisas boas...nada de ficar guardando pra depois...e agora ficará tudo muito bem guardado dentro da nossa caixinha de chocolates...e dentro dessa caixa, o que tem?...umas gargalhadas escoradas em ataques de riso...uns péeeelos doutor...janeiros, fevereiroooooos, um pouco de brownie, fotos e músicas, chapéus, cartas de amor, até guarda-chuvas, caso chova, nunca se sabe...indas e vindas...carinho...serenata, vai corre e abre a janela queriiiiida...de tudo um pouco...mas e onde se encontra essa caixa de chocolates?...ai é que está, esse é um segredo guardado em outras caixas...é só procurar...beijo!!!