terça-feira, 13 de novembro de 2007

diário só de um dia...só...

HOJE eu acordei, acordei e pulei da cama (elástica) em que dormia, acordei disposta a pensar o que fazer da vida, resolvi, fui lavar louças...lavei os pratos de papelão do almoço de hoje, os copos descartáveis de amanhã e talheres plásticos que algum dia serão usados para uma refeição qualquer...especial...joguei tudo no lixo, joguei o lixo no lixo também, resolvi da vida não fazer nada e nem deixar ir como está, pensei nisso todo o dia, enquanto pratos derretiam e eu abria meus marfins...resolvi abrir a janela e olhar seriamente pra fora...esperando a resposta certa que viria de lá...de dentro do fora...e o silêncio era gritante, assim como os pássaros do lado de fora de mim...o tempo ainda se decidia entre sol ou chuva, dia claro ou nublado, e eu querendo decidir a vida, fazendo isso meio errado, e o tempo nunca se decide, nem deixa como está...o avesso já foi lado certo...ou não (errado)...sentei na beira da estrada e derramei precisamente duas lágrimas, uma esquerda e outra direita, direto do olho (do furacão)...tomei aquela água, era deserto naquela época, às vezes falta água...passaram muitos carros, deu tempo pra pen(s)ar muito, não fosse o barulho oco que fazia aquele chão...oco de pedra, e água, e fluido e sentido...acordei novamente, sai da cama pela estrada que leva ao mar...277 talvez...essa noite não fechei os olhos, nunca mais dormi, nem poderia dormir...os sonhos eram sempre tão reais que era preciso não mais dormir...acordei um última vez naquele dia incerto, em que certamente seria tudo decidido...resolvi lavar louças, o que seria melhor do acordar e ter que decidir sua vida...a minha já estava por outros decidida...minha ocupação eram as louças, tão limpas que deveriam ser cuidadosamente lavadas...vesti o avental de pano, cheio de graxa e fluido...usei todo aquele lamaçal...pratos de vidro transparente que mostravam tanto...mais um problema insolucionável respondido, dois bocejos me fizeram achar que duas lágrimas escorreram do canto do meu olho, um esquerdo e outro nem tanto...acordei de novo, e não era blasé...não era sonho...

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