quarta-feira, 28 de novembro de 2007

ETERNIDADES...


coloquei roupa verde...o que nada significa, a não ser que eu estava de verde...sapatos amarelos e cabelo armado...o que significa que eu estava sendo algo que nunca fui...talvez até diferente...sem a preocupação de assim parecer...andei pelas mesmas ruas, que já não mais representavam a mesma coisa, eu já estava antecipando os acontecimentos...meus passos bailavam meu corpo e minha garganta cantava não tão baixinho como acostumada estou...passei por aquele enterro de pessoa desconhecida junto ao muro do cemitério, mas não me benzi, como era de costume...era algo nascendo enquanto a vida se esvai...não, eu não estava de caso pensado...estava fazendo tudo o que senti...fui me aproximando, como todo dia de trampo...mas ao chegar ao portão, não era todo dia...era dia de eternizar nascimento...era dia de rainha...era batuque de terreiro entrando nas ventas...aquele banco já não era mais o mesmo...a sensibilidade de perceber cada detalhe que mudou no dia e na hora, era sensibilidade...e ao pisar naquele chão...e ao pisar naquele chão já não mais filha de um pai e de uma mãe...e aos poucos consciência foi vindo...e pouco a pouco indo...e tudo tinha pleno sentido, que ia sentido em sentimento pleno...e cada instante se eternizava em memória afetiva...e quando já estava de roupa posta, e quando já deveria me dar conta...e quando o aviso foi dado, e quando "shnaps" entrou queimando...e quando lá em cima estava e apertou minha mão, e me desejou "merda, muita merda" eu já previa, estava entrando em um novo mundo, e as coisas já mudavam de lugar...era magia, nem branca nem negra...magia colorida...e me deixei pensar em brincadeira, e senti o aperto de mão, e fiz mais uma piada, sem dar conta dela...e uma quase oração nascia, e pedi pro "Jorge"...e desci as escadas...e minhas pernas já não eram mais minhas...e em segundos tudo ia e vinha e de pronto todos eram conhecidos, que apareciam e desapareciam...e mais do que fazer o que havia sido combinado...e mais do que fazer o que tinha que ser feito...era perfeição jamais vista, era perfeito...era bailado...era vida...era (re)nascimento...por um segundo que virou todo tempo do mundo...e nova vida nasceu...e nada de dor ou sofrimento...e a alegria fazia flutuar, ver o que não se via...alegria, alegria...e eternizado ficou o que em segundos acabou...e durou eternamente o que em segundos se passou...e não foi com os olhos que vi...e não é com eles que descrevo...e não foi com corpo que fiz...eternizado está...pois é a esse mundo que pertence(o)...nascimento pleno...

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