quinta-feira, 29 de novembro de 2007

AINDA O RELICÁRIO...


NEM pude me fazer perceber inteira...nem pude mostrar que ainda trabalhava e que sempre trabalharei num relicário, relicário feito pra você...meu silêncio se fez em defesa de ti, e você nem notou, atirou em meu peito, hoje ainda tão dolorido, de angustia e dor...atirou-me ao peito mais do que balas que iriam ferir a carne que ali estava, mera carne, atirou-me palavras e olhares (ao peito), que me desfizeram, que quebraram seu relicário, que em minhas mãos estava, em mil pedaços...relicário em que te guardava em todos os dias, que nunca foram simples, que nunca foram exatos, mas que foram dias de não só...e no rádio a música já tocava, era o rádio da casa vizinha, mas mesmo assim eu escutava, me retirava daquele lugar, baixinho, onde estava, cantarolava a canção que me recondicionava a não pensar em você..."Deus sabe o que eu fiz foi te proteger, do perigo maior que é você, eu sei que parece o que não se diz, o seu caso é o tempo passar, quem fala é o doutor..."...e ainda assim muito pensei, e ainda assim muito voltei, e ainda assim...e de noite tudo mudou, os olhares, os pensares, até mesmo o amor...cada qual em seu canto torto, fingindo ser bem feito para o outro, fingindo estar bem...e o elástico que deveria ir voltando, e a mola que se fez amiga e deveria não manter-se deformada, esticou-se tanto a tiros de olhares e palavras, incompreenções e mal lavadas, que tanto mola quanto elásticos permanecem laceados, sendo pouco procurar ferreiro ou costureira que possa reformar, sendo preciso novo material pra refazer o que tão bem já estava feito...ainda sinto que o telefone vai tocar...e ele toca...mas não atendo como se fosse você...pq não é mais...e nem sei por que motivo ainda remexo nessa dor que me faz lavar os olhos logo cedo...cedo demais...

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