quinta-feira, 8 de novembro de 2007

EFEMERIDADE

ESSA efemeridade no olhar, que me rasga o coração e costura a alma, paciência para pedir o que eu der...petulância para conseguir o que (eu) quiser de mim...da vida...como gato que cai de pé, e se fere, e lambe as feridas e se cura e leva tempo (leva anos e meios) e segue a vida...e cai de novo e não tem solução...como gato que se "enlheia" nas pernas do dono, que mia baixinho, que pede proteção e que depois (te) protege sua vida, escolhe seu dono, levanta os pêlos, abana o rabo, em um mesmo dia...como nuvem, que quando se viu, que onde já se viu, e pediu um sopro para o vento e já está mais adiante...já está diferente..."aguaceira" do rio, que a pedra sempre vê, que por uma delas se enamorou e nenhum tempo durou, foi logo...deixou ir...já eram outras água, pedra dura que nunca fura, que não viu...a gota de suor que no rosto correu, quando estava outro rosto colado ao seu, ninguém percebe, pois o tempo que dura é de gota que desce...o calor da pele que só em toque senti, que tão perto que estava, estava ali...o calor que provoca reação molecular, arrepia a pele, produz mais suor que escorre...que molha corpo e pele, mucosa e pele de tão molhada que já estou...perco tempo com essas efemeridades, numa vida cheia delas...acordo cedo, enquanto dorme tarde, olho pela janela e lá vem ela...brincar com minhas meninas, entrar nas minhas retinas...efemerizar o que eu tenho de bom...lá vem ela com beleza que não digo, que se dissesse quase quebraria, sentada na janela, com cicatriz no joelho, balançando as pernas com outras nuvens de vento, janela que não é mais minha, que me bate onde o corpo faz vida, enquanto eu sua gata, já vou lhe lamber as feridas...outro dia que começa...cheio de efemeridade e de vida...

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