quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

101 dias em são paulo

6. a cada duas horas

resolvo ir ao centro da cidade novamente. ver umas outras coisas, por outras bandas. mas decido que tenho que fazê-lo sozinha e com os meios públicos de transporte. aquele meios, nunca inteiros. anoto novamente os nomes, números e telefones impressindíveis pra ir e voltar. ainda não sei me virar tão bem assim. dizem que quem tem boca vai à roma, mas como não estava hospedada em roma, de nada adiantaria minha boquinha. o sol é animador e intimidador ao mesmo tempo. coloco uma roupa leve, tênis, uma bolsa à tira-colo e um sorriso simpático na cara e vou. uma pernadinha até o ponto de ônibus mais próximo, uma descida fácil que me faz pensar que não será tão assim na volta. céu azul. sol. no ponto você escolhe se se esconde do sol ou se vê que ônibus está vindo. minha insegurança me faz ficar torrando. depois de um tempo ele chega, entro, sento. e vai. e vai. e vai. vai longe. depois de uma hora e meia quase, dentro do "buzão", desço no ponto final e vou para o metrô. qualquer cansaço se dilui na entrada do metrô. minha cidade não tem disso, penso. fila pra comprar o bilhete. agradeço pela fila pra poder ficar parada observando, sem que ninguém me ache estranha. nana, a estranha. e me divirto. tem uma daquelas máquinas de comprar guloseimas. aquela do filminho "os sem-floresta". acho tão legal. minha cidade não tem disso, penso. minha cidade não tem nada. risos. pego o bilhete, passo a roleta com certa cerimônia que os outros não tem mais. olho no mapa, não posso me perder. sigo descendo as escadas para o meu filme particular. cada vez que ando de metrô me imagino numa cena de filme. sabe aquela bobagem de ser feliz com coisas corriqueiras. ainda que andar de metrô não seja tão corriqueiro pra mim. faço as baldeações e sorrio ao perceber que estou me virando bem. não pego nenhum metrô hiperlotado. num deles tem até poesia na parede. agradeço. desço na estação tiradentes, minha amiga disse que era mais perto da pinacoteca. de frente pra saída, o museu de arte sacra. acho que fica pra depois. levei duas horas pra chegar até lá, já são 16h, não quero demorar muito. será que vai chover? nunca se pode esquecer dessa pergunta. caminho pela rua. chego a pinacoteca. maravilhosa. estação da luz idem. fotografo. hoje estou mais fotográfica do que os outros dias. pego e pago meu bilhete. entro. fico estarrecida. belíssima. exatamente como eu imaginava que deve ser um lugar que se propõe a viver com arte por todos os lados. olho todas as exposições. quissá tivesse dinheiro para comprar todos os catálogos que desejei. nenhum. estar em sampa custa caro, quem sabe numa próxima. fico ansiosa pra ver a fonte tão famosa. vou ao térreo e lá está. menos do que eu imaginava,mas lindíssima. termino de olhar as obras que existem por lá. o ar condicionado faz a hora correr como uma louca. observo o anexo parque da luz. terei que voltar outro dia. como sempre, terei que voltar.

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