quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

101 dias em são paulo

7. vá para luz

saindo da pinacoteca se dá de cara com a estação da luz. uma linda estação de trens que me fez lembrar tempos antigos que só conheço por fotos. atravesso a rua e vou conhecê-la por dentro. não sabia da fama de má dela. não tinha idéia de que era rodeada por prostitutas, drogados e ladrãozinhos. fui sem saber e acho que se soubesse teria ido com um pouco mais de medo, mas teria ido mesmo assim. já eram 17h, a luz na luz no fim de tarde é a melhor para observar, fotografar ou fazer qualquer coisa inspirativa. fiz algumas ótimas fotografias. caminhei. fiquei observando a movimentação por um bom tempo. os trens param, um punhado de gente desce e outro punhado igual ou maior entra. e assim ficam por horas, dias, meses, anos, nesse vai e vem de gente e trens. dei mais uma boa olhada e tive que sair correndo. queria ir até a estação pinacoteca, que fica alguns metros dali. sai com vontade de ficar. passei pelo museu da língua portuguesa. é claro. terei que voltar infinitamente. contornei a praça, caminhei alguns metros e cheguei na estação pinacoteca. onde os quadros mais famosos estão localizados. entrei e o guarda já me disse pra subir correndinho. fecha 17:30. acho o fim ter que ver obras de arte bem rapidinho. mas é o preço de querer ver tudo numa tarde. fui ao quarto andar e comecei a olhar. sabe que nunca pensei que iria me emocionar ao ver obras de arte. não que as obras não me emocionem. me emocionam e muito, várias delas. mas fiquei perplexa ao ver tarsila, segal, volpi, di cavalcanti e tantos outros. uma coisa é saber que eles existem e ver suas obras em livros de arte e história, mas dai a vê-los na sua frente, materializados. foi emocionante saber que existiram sim, que não são irreais, que pegaram pincel, tinta, tempo, inspiração. que fizeram esboços e que certamente tiveram as mesmas dificuldades que qualquer mortal. apesar da pressa em ver, degustei cada segundo perto daquele quadros que no fim via como os próprios artistas. foi como um chá da tarde com velhos amigos, que não via faz tempo. terminei a visita dentro do tempo recomendado pelo guardinha e sai de lá feliz como nunca.
ao sair dei de cara com a estação júlio prestes, a famosa sala são paulo. tive que ir dar uma olhada, mesmo com algumas nuvens censuradoras. entrei naquele lugar e já senti um climinha bom. como diria a marisa (monte) climinha de barulhinho bom. infelizmente as visitas monitoradas já havia acabado naquele dia (voltar!), mas felizmente o simpático funcionário do local que me informou os horários também permitiu que eu desse uma olhadinha na sala. nunca vi nada igual. sem gente, nem música, nem nada é perfeita. tive tempo para uma rápida "imaginada" de como seria emocionante ver um concerto ali. mas o tempo dele e o meu era curto. me despeço com uma alegria contagiante.

Nenhum comentário: