terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

101 dias em são paulo

05. liberdade





vamos até a liberdade, é domingo? é claro. tenho a liberdade tatuada no pé. teria lugar mais propício? andamos por uma são paulo linda, calma, limpa, sem carros entupindo as ruas. é o dia mais feliz dessa cidade, é quando ela respira. estávamos dentro deste ar. por mais uma vez me detive nos detalhes que ninguém quer, os que ninguém nota. tem tanta coisa pra olhar, que deveria passar muitas vidas aqui pra poder tanto olhar. estou imersa. penso na quantidade de coisas que tem pra ver. preciso voltar. vou voltar. sempre volto. com pouco trânsito podemos nos dar ao luxo de fazer caminhos nem tão alternativos. vamos com calma. os semáforos podem fechar, não há pressa. casas, bairros, ruas. sampa. perto da liberdade um pequeno trânsito faz perceber o que há por lá. a busca pela liberdade. estacionamos longe. o preço dos estacionamentos é exorbitante. o fim dos tempos a hora. 2012 é aqui. deixamos isso pra lá, pequenos prazeres da vida. caminhamos e tenho mais o que olhar. olho com gosto. não me canso de olhar. cada vez mais perto e o clima ajuda a dar o ar de domingo. está calor. tão calor que derretemos aos poucos. calor de derreter frigideira na sombra. caminhamos. meus cabelos molhados. venta um pouco. perfeito. chegamos a feirinha. lotada. diferente. averiguamos. festa de boas vindas ao ano novo chinês, o ano do tigre. vem aqui gatinho, psipsipsiiiii. olhamos e decidimos por onde começar. há muito o que ver e fazer. um dragão seguido de uma "bandinha" entra em várias lojas dando boas vindas ao ano e desejando prosperidade. não sou o dragão, mas entro nas lojas, as de cosméticos, de bijus, os mercados, as de variedades, de roupas, as, as, as, as todas. minhas mãos olham com pressa. tanto o que ver. adquiro pouco perto do que gostaria. estou exercitando minha compulsão. uma moça oriental se oferece para escrever meu nome em chinês. um lindo ideograma. vou tatuá-lo. deveria ter pedido também o de liberdade. pedirei ao Sr. Google. uma festa. depois de tempos entrando em todos os buraquinhos da liberdade. que igrejona é aquela, pergunto. a da sé, respondem. quer ir, tá perto? o brilho dos meus olhos é que responde. caminhamos pelo centro. o outro lado do centro. vazio, deserto. muita gente nas praças. mas perto do todo dia, do muito de sempre. vazio. não é imundo, as vezes fede, mas nada comparado com o que poderia ser. pastores pregando, jogatina, carteado, bebida, domingo. caminhamos. a sé por fora é linda, por dentro é linda. me lembra a catedral de curitiba, mas como se fosse a mãe dela. fotografo de leve. caminhamos mais. centro cultural da caixa. prédio da justiça, pátio do colégio. são paulo. lembramos da chuva que pode vir. partimos. prédio antigos. é uma jovem senhora. uma vovózinha querida que acolhe a todos. mas é uma senhora que chove. o caminho de volta é longo. ibirapuera? pode ser amanhã? sampa também cansa. ainda há alguns dias.em casa não durmo na que nunca dorme. tenho um engarrafamento de pensamentos aqui dentro.

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