QUEM segue em frente sem olhar para trás.
VAI deixando pedaços de mundo esparramados, que talvez nunca mais possam se juntar.
POIS tem as bordas lixadas pelo desapego e então perdem sua capacidade de se encaixar.
E volta para o lugar de onde veio, sai sem aperto no peito.
COM a esperança de retornar, um retorno ao ponto onde tudo parou e recomeçar.
COMO se estar naquele lugar novamente fosse como apertar um botão de Start.
MAS um botão de pausa quando é ligado e desligado diversas vezes, sempre deixa escapar uns segundinhos pra lá e pra cá.
SEMPRE deixa alguma coisa escapar.
E esses segundinhos não tão representativos somem no espaço.
SAEM para nunca mais voltar.
E juntando tantas migalhas, se tem um pão inteiro, perdido no ar.
VOLTA com a esperança de que tudo ali tenha ficado parado, lhe esperando.
COMO se ela fosse a bailarina que a caixinha espera para começar a tocar.
MUITO sabe que Deus é quem gira a corda.
QUE o tempo não tem dono.
QUE nada mais consegue parar.
ESPERA ver as mesmas cores que já não são mais as mesmas, ainda que iguais.
ESPERA ter no rosto o mesmo sorriso.
NOS pés o mesmo passo.
NA vida o mesmo caminho.
ESPERA, como quem sentou na beira do rio para não ver o rio passar.
ESPERA já sabendo que não há e nunca haverá um mesmo lugar.
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