segunda-feira, 30 de abril de 2012

VOU ME ARREPENDER POR TE MATAR OU POR NÃO TE MATAR?

E SE TE dissesse que sou frágil como uma pedra? Teria a tua vida capacidade para entender a dureza que sinto? Conseguiria seguir além das escarpas dos aborrecimentos diários criados por pensamentos que repetem o que se repetiu há algum tempo e ultrapassar a linha fria do que você é para compreender o que sem palavras te digo? Palavras outras baseadas em sangue, afetos, dores, saliva boca a dentro. Palavras ainda desconhecidas pelas paredes do teu corpo. E seus pés? Seriam eles capazes de perceber a dor de quando me pisam? Seriam capazes de ir além de sua pequena completude e me virar do avesso com a carícia de quem deseja saber o que há por dentro? Ou continuamos desejando sentar em cadeiras de vento e pisar pedras que nada sentem? A sensibilidade está tanto na superfície quanto no tegumento, tanto na carne quanto no oco e não há nada mais impressionante do que ver um dor latejar ao seu lado e ser imune ao latido do cão sempre alerta. Já que não somos feitos apenas de vento, mas de humores que se completam e se comprimem e se dissolvem. Mas como matriz disso tudo palavras desconhecidas que se conjugam como se não mais pudessem suportar o fato de serem feitas de pedra. O que há tempos já não são.
Até quando.

Um comentário:

Bel disse...

Uau! Daqui eu ouvi o latido.
" E seus pés? Seriam eles capazes de perceber a dor de quando me pisam? Seriam capazes de ir além de sua pequena completude ...." que lindo se não fosse tão dolorido! Mas .ll. Só a dor é capaz de nos revirar assim e nos fazer entender algumas pequenas grandezas.
Ah! Quando chegares eu vou te dar um abraço daqueles!
Um beijo.... Por enquanto.