segunda-feira, 8 de agosto de 2011

PRA NÃO DIZER QUE SAUDADES NÃO SENTI

SERÁ FINDA assim que novamente nos encontrarmos, daremos aqueles abraços que sempre demos e será restituída nossa vida, nossas coisas, tudo o que sempre tivemos, tudo o que sempre sentimos e que sempre fomos um para o outro e uns para os outros. será o começo sem fim de uma nova fase, onde saberemos que temos um ao outro sempre que quisermos ter um ao outro. será morta entre beijos e abraços apertados a saudade que teima em se acumular em peitos cheios de dissabor, lembranças e saudade. será o começo do fim de uma saudade que parte e dói, todos os dias passados longe do corriqueirismo de nossa convivência. saudades das manhãs de sábado, das tarde de domingo e das noites de segunda. 

E AO CHEGAR não morre toda ela. não matamos e sim somos mortos e arrebatados por uma saudade que não passa, a não ser de um para o outro em círculos. uma saudade mais forte do que nossos sentimentos verdadeiros. mais verdadeira do que nossas verdades. uma saudade que não mora no peito, mas sim em cada vértebra das nossas lembranças, em cada célula do passado que vivemos. uma saudade forjada em ferro e ouro, que não se desgasta, como se desgastam nossas peles e ossos com o tempo. uma saudade que nominarmos assim por não querer assumir que não é tão simples e por querer simplificar é que chamamos saudade.


NÃO MORRE e só aumenta e sufoca na garganta, mas mesmo que apertemos nossas gargantas com mãos cheias de amor, ainda assim não será possível sufocar esta saudade, que saudade não é. e passamos horas falando e discutindo e lembrando e pensamos ser saudade o que nos faz ter lembranças. mas percebemos que só enfiamos adagas em peitos já sangrados de tantos golpes e não morre a saudade que achamos ali estar. e temos a sensação de que cada vez que tivermos um flash de um lugar onde fomos muito felizes estaremos sufocando a saudade e a obrigaremos a sair de nós para poder respirar e uma vez estando aqui fora será morta pela luz do sol ou da lua. mas não sai, cresce por dentro, enraizada nestas mesmas memórias.



E O FIM chega para nós e não para ela, que será passada do passado para o presente. presente sempre que outro dos mesmos que somos nós se manifestar tendo uma suposta saudade de uma manhã, tarde ou noite em companhia de outrem. e saberemos depois de mortos que a saudade que sentíamos de coisas que se foram é a mesma que sentem de nós agora e que nos parece claro que não é saudade, já que não voltaremos a nos abraçar em carnes, já que é claro que não voltaremos a pisar juntos as mesmas pedras e a apertar nossas gargantas em nós de amor. saberemos que se chama nostalgia e que não saudade. e que nostalgia não se mata, pois quando se acha matar se alimenta. e como cresce, mesmo por debaixo da terra. como cabelo, unha e raiz.

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