segunda-feira, 7 de julho de 2008

eu me cansei até de você que jurei nunca mais me cansar...jurei de pés juntos e tudo mais...cansei de olhar e não ver, cansei sem parar...e não pude resistir, o gosto amargo que fica depois de tudo, eu nem ao menos tentei resistir, eu não resisti...perdi a minha paciência num jogo de paciência que dizia na legenda "fácil", me perdi, já não sabia o que me valia aquele jogo...parei de jogar com o jogo na metade...o gosto amargo, teimo em não lembrar, memória fresca que me lembra o gosto amargo de tentar não se lembrar...hoje talvez não seja um bom dia para ouvir músicas, talvez menos ainda para tentar compor...hoje talvez não seja nem ao menos um dia...penso ainda na letra que fala do costume besta da mulher fraca que chora num canto de uma sala vazia...penso ainda mais uma vez em quem escreveu aquela letra, poderia ter sido eu num dia de fúria, naqueles que juro nunca mais chorar em cantos de salas vazias...choro quieta por horas nos cantos das que são intensamente mobiliadas, seria justo chorar na casa cor...seria não fosse apenas a letra de uma música frouxa de rádio am...rádio que nunca pega direito, música que ninguém pede e mesmo assim o locutor nunca toca...ela me dizia que acha aquilo tudo muito triste...eu pensava se acha realmente tudo muito triste ou se só acha que acha triste...me perdia diversas vezes, vermelhava o rosto! perdida em pensamento sem saber o que achava....me perdia...e noutro dia, farta de tanto prometer a mim mesma as coisas que já sabia que nunca poderia sequer prometer...neste dia, ainda chorei baixinho mais uma vez ouvindo aquela música que eu tinha certeza que era de minha composição e você tinha certeza que não...odiava quando a vida se resumia a um dia assim...cantarolava baixinho a canção, na mesma altura do chorinho de canto de sala mobiliada...cantarolava em seu ouvido enquanto dormia e dizia no fim que era de minha autoria...que sabe um dia...era o que você me dizia na hora em que abria os olhos na manhã seguinte e meio que sorria, mas isso eu já sabia que não era pra mim...aquele meu grito era sim! uma prova de amor...pena eu nunca ter podido provar isso á você...mas era sim...não, não é da noite pro dia que essas coisas se alojam no peito...nunca será...e esse nunca tem o peso daquele nunca das minhas letras de música que nunca serão minhas...é deste nunca que eu falo agora...e mais uma vez ela repetiu "são bem tristes"...e meus olhos chegaram a lacrimejar....ah, mas se os seus estivessem abertos como pareciam estar...os meus lacrimejaram sabia?...eram lágrimas que eu acreditava serem de verdade, mas que verdade é essa que muda a cada moda, a cada estação...nem as meias verdades estão mais em foco, mas as minhas lágrimas "demodês" eram de verdade, uma verdades das antigas...guardei num armário e tirei para pôr no sol esses dias, resolvi usá-la naquele dia...eram verdades verdadeiras..."donde eu penso"...acho que eu tenho certeza que era exatamente isso, se não me engano totalmente, ou se não estou totalmente enganada...mas também eram tantas letras que eu jamais saberia que inventei justo aquela que já havia sido inventada...na próxima vez pouparei tempo e lágrimas de canto e copiarei a mão mesmo letra por letra da letra toda...na próxima vez, pois esta vez ainda é esta e vou experimentar escrever uma letra de música que conte a vida de uma mulher, apenas uma mulher que de besta que é chora em um canto de uma sala sem mobilia...nada mais...

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