segunda-feira, 6 de junho de 2011

leve 1. pague 2.

aos poucos.
vamos perdendo.
a capacidade de.
amar.


já que o que se vende nas prateleiras dos supermercados, esse combo formatado e auto-explicativo, não é amor. mas perdemos a noção do outro. perdemos a noção da existência do outro. ali, ao lado. e amamos a nós mesmos e o respingo disso, que suja a "roupa" do outro chamamos de amor. já que na minha opinião, está longe de se chamar de "amor" uma atitude egocêntrica de adoração ao máximo (mínimo) que somos e que não tem nada haver com as outras pessoas. estejam elas ao nosso lado ou não. vamos perdendo a capacidade de amar, por julgar que qualquer coisa, sem pensar, sem refletir, sem nada, é amor.
por banalizar. por deixar raso. por ser presunçoso. por ser pretencioso. justamente por isso compramos as mensagens toscas que nos vendem como se isso fosse amor. como se só de pegar na mão, já amor. como se só de olhar no olho, já amor. como se só de passar um tempo junto, já amor. como se só, já amor. e então tudo (e nada) já é amor. amamos mais do que poderíamos suportar, mas suportamos. já que isso que dizemos o tempo todo ser amor, não passa de uma outra coisa, uma gama de sentimentos incompletos, que falsamente denominamos amor. e não que eu saiba, e não que eu ame, e não que eu fora disso tudo. não! no meio da massa mole de pessoas que "amam", também estou.
e mais um dia, e mais uma hora, e mais uma vida e mais um amor. e passamos o tempo todo nos convencendo. nos enganando. amando!
e daqui a pouco não saberemos mais amar. já que não sabemos o que é amor. e como é que se faz um bolo, sem receita, sem saber a receita de cor. se faz um bolo que é pizza, e se chama de bolo, e se diz pra todo mundo que daqui por diante, bolo é assim. pizza. e depois cada um passa adiante. passa a " receita" do novo modelo moderno de bolo. e o que era bolo nunca mais se soube...
e respostas eu não tenho, já quem nem as perguntas sei mais fazer. e teremos que aceitar o que houve com nosso amor. ou procurar se ainda existe alguma ponta que possa ser puxada. pra recuperar o que era e já nem sei se foi o TAL DO AMOR.

"e nesse dias tão estranhos.
fica poeira se escondendo pelos cantos.
esse é o nosso mundo.
o que é demias nunca é o bastante."

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