segunda-feira, 2 de junho de 2008

olhos...

olhos nos olhos dos olhos do além...olho o que vejo ou o que vejo me olha também...esses olhos que percorrem toda sala que já não está mais tão vazia, esses olhos que perseguem uma verdade que há tempo já não existia...esses olhos que cruzam com os meus em mais uma esquina escorregadia, que se cruzam com os meus onde eu nunca estive e quem sabe um dia...quem sabe um dia esses nossos olhos se encontrem, quem sabe um dia haja motivo para tal encontro em uma rua tão vazia que nos faça parar, que nos faça pensar, que nos faça...uma rua vazia que nos traga pensamentos bem mais fortes do os de hoje em dia, pensamentos de verdades escondidas nas entranhas das esquinas escorregadias que nos cercam vez por outra...cercados por esquinas está toda a nossa vida, por esquinas duvidosas que não sabemos se podemos ultrapassar, por esquinas melindrosas e fechadas, que não nos dizem nada, mas nos levam dali para outro lugar, sem nos tirar do lugar de onde nunca deveríamos ter saído um dia...um dia quem sabe e quem souber virá me contar essas coisas que nunca contamos a ninguém...e será num dia desses, e será numa esquina e será diante de seus olhos um pouco abertos, um pouco cerrados e talvez até arregalados nos cantos, será neste dia em que se revelará uma verdade que há tempos já não existia, será num dia de olhos criptografados e os meus bem abertos ou tão fechados, que se revelará essa trama, e eu me deitarei neste dia em uma cama de gato e terei sonhos disformes, com os olhos que vejo e me vêem, será um dia e um dia de fato...

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