quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

de novo só tudo de novo...

e é sempre assim, nunca aprendi a fumar, nunca aprendi a por pra dentro essa fumaça que mata, dizem os estudos dos estudiosos...nunca aprendi a beber mais de três goles sem ficar meio tonta, meio mais pra lá do que pra cá...e como nunca diga nunca, não que eu queira assim, mas ainda está em tempo de aprender uma porção de coisas e não desdenho nenhuma delas...são todas coisas e nada mais, não dá pra desdenhar essa ou aquela...mas quando vejo que não há nada de novo só tudo de novo, perco o sono mais uma vez, perco de vez talvez...olho a tela colorida e quero mais uma vez estar dentro dela...a vida seria muito mais fácil se fosse feito a da televisão...isso já não é mais uma novidade, isso já não é mais a capa das revistas de "chisme"... e logo minha mão já se finca daquela forma, os dois dedos que correm para a gaveta de cima já sabem o que procuram...a caixa de fósforos só falta fazer um samba canção...bem combinaria comigo um samba assim, dia desses vou aprender a falar das minhas próprias mágoas e faço um assim, bem queixoso, bem choroso e canto ele em alguma rádio chinfrim, rima já se sabe que tenho mesmo, só falta saber dosar as mágoas pra um samba bem canção...a caixinha barulhenta e a mão que sai de dentro da gaveta com uma novidade que não é tão nova assim, um maço de cigarros de cravo que dura já quase um meio ano, ano novo, vida nova, mas nem tudo é tão novo assim...é fato que agente nem sempre se entende, isso é fato mais do que sacramentado, pois é, parece que além de eu ser humana ele também resolver ser...de uma hora pra outra somos todos, no mundo, humanos e dai dá nessa confusão que está ai, um invadindo o outro e ainda por cima se achando com a razão...um querendo tomar posse do que é do outro e achando que a ferro e fogo tudo pode ser...e depois que o sono some só Deus sabe o que pode acontecer, e ligo o tal do cigarro cheia de mágoa e me sentido a dona de uma verdade que só existe pra mim...pq a verdade é meio assim, ela só existe de um dos lados, pq se estiver dos dois já começamos a desconfiar...cigarro ligado e aquela mãozinha do tipo arrogante, dedinho em "v" e começa a caminhada, vem cigarro pra boca ávida, seca por um gole de fumaça...vai em reta na mão para o lado, espera um segundo com fumaça dentro da boca, solta pelo ladinho da boca que me cai melhor, vai de encontro a boca, perdidamente sedenta por um beijo longo e apaixonado, mas que agora só resta cigarro de cravo, as coisas já não são mais as mesmas, somos humanos, me lembro...talvez um trago acabe com essas vontades que não condizem com a vida de uma "senhoura" casada, sim tentarei um trago, trago o cigarro de volta a boca e sei o caminho da fumaça que entra pela boca e pode até sair pelo nariz, mas só depois de ter passado pelos limpos e virgens pulmões...tosse é o máximo que consigo...uma carteira de cigarro por ano e o que é que me sobra, tosse e fumaça no olho, que arde e chora, nem o choro é mais o mesmo...certamente as coisas mudaram...fico pensando se alguém vai ler isso aqui e logo depois como lampejo penso, que se dane o mundo e suas opiniões, afinal de contas estou rodeada por seres humanos, quem ler essa mensagem mequetrefe há de compreender os meus anseios e desilusões passageiras, amanhã tudo volta ao normal e eu volto a ser digna de outro prato de sopa de beterrabas...e depois outro cigarro e mais outro e acendo enfim um no outro que finda, essa carteira vai durar meio ano é o que me vem a cabeça...a janela aberta de madrugada no andar térreo, com a luz da janela vazando pra fora, a janela deixando esse arzinho frio típico de janeiro, renovando o ar cravejado daqui, alias um pouco mais de respeito pelo sagrado lar que habito e pelo humano que aqui também vive, não se pode extrapolar, é o que temos para o momento, ou a célebre frase que poucos entendem "não temos"...mas do que raios estou reclamando, me pergunto quando risco um fósforo em silêncio...espero o tempo de umas duas ou três tragadas pra poder responder essa não resposta...que merda de reclamação desumana é essa que a senhora (quase saiu uma senhorita...) a uma hora dessas vem fazer, já que não há nada de novo...do que é que me vem reclamar agora pergunta o exúzinho...pois é, o banho estava quente e a comida boa, as toalhas na medida do sol que as seca limpas, o sabonete tinha até uma parte de hidratante e o shampu também...a cama tinha lençol de tergal e fronha do mesmo pano e até televisão no quarto tinha e ficou ligada até depois da minissérie da maysa, já sei decerto é essa minissérie que tá mudando os teus pensamentos, agora só me falta ir até a geladeira e pegar uma bebida, toma logo whisky de uma vez...não, toma pinga, pq já que não é diva o teu latifúndio é cachaça mesmo...isso é por querer se meter a artista, se meter a não se conformar em ficar no mesmo lugar na vida, por se meter a pensar e a sentir o tempo todo...isso é o que dá...e depois eu é que sou pimenta...depois vê a outra na tela toda formosa, rindo alto, falando palavrão, cantando com peito aberto, falando coisas bonitas e pras melhores fossas, dai vê tudo isso, liga um cigarro no outro, acha que pode tudo na vida, que pode que nada...o fumo eu agradeço pq adoro, e vc me dá sem nem ao menos eu pedir, pena que nem tragar traga...as músicas também faço a festa, mas dai achar que vida de verdade é televisão...dai a achar que sua dor pode ser bonita e seus desejos verdadeiros...dai a pensar que é uma diva...calma lá...a minissérie não tem nada com a sua macrossérie, e você não passa de uma dessas bandidas, de pistola e lenço escondendo a boca...nem tragando se passa por diva...mas a pinga eu aceito, aliás, o Santo aceita...

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