quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

eu não quero ter um AVATAR

diferente da maioria dos que saíram comigo da sala de cinema, EU NÃO QUERO TER UM AVATAR, não quero ter um corpo possante e diferente do meu, não quero ter uma vida diferente da minha num mundo mágico em que as coisas são resolvidas magicamente... prefiro ficar onde estou, com os problemas e dificuldades de sempre...
não que eu não tenho gostado de ver, não que não tenha me divertido... mas peraí... sabe quando você come e fica com uma pontinha de fome, que na verdade não é exatamente fome, tipo " tá faltando alguma coisinha", um suco, uma sobremesa, alguma coisa... então, foi assim que eu fiquei... admiro quem criou e quem dirigiu aquela parafernalha toda, mas sai de lá com a sensação de que faltou alguma coisa pra catarse acontecer... o que era?... e fiquei pensando... tracei comparações com os filmes que vi ultimamente... olhei prum lado, olhei pro outro... sai jantar e lá é que a ficha caiu, inteirinha... entendi porque foi que tive vontade de chorar vendo LULA, O FILHO DO BRASIL e com AVATAR mesmo tendo cenas de forte "emoção" eu não me emocionei ( e quem me conhece sabe que me emociono até com comercial de plano de saúde)... descobri que faltou uma verdade diferente que não sei explicar como exatamente é... vi o filme do Lula... tinha cenas deploráveis, tinha um monte de coisa que não precisava, tinha a Glória com um sotaque que ia e vinha e passava longe dos nordestinos que conheço, tinha um Lula adulto que falava como as melhores animações de humor do presidente que conheço e depois voltava a falar normalmente, mas tudo bem, estavam tentando dar corpo e verdade cênica aos personagens que são difíceis, principalmente por serem pessoas amplamente conhecidas... mas tinham coisas tipo a primeira mulher dele (mal feita pela Cléo Pires) morrendo que me deixaram pensando que é assim mesmo que as coisas acontecem, num momento temos tudo e logo em seguida podemos ter mais ou não ter nada... tinha essa verdade que não sei explicar em muitas das cenas, e nesse momento não me preocupo se é verdade que aquilo aconteceu ou firula pra ganhar votos, tratei o filme como uma história de ficção, certamente não serei mais ou menos pró Lula por ter visto aquilo, mas certamente alguma catarse aconteceu... já no Avatar, tinha o paraplégico lá com suas limitações e superações, mas isso acabou ficando numa frase e em repetições dele colocando as pernas para lá e para cá... o amor que vi já tinha visto em todos os outros filmes do gênero, a guerra idem, a destruição idem, idem, idem e idem... não tinha novidade nenhuma ali... mudaram as roupas e as cores dos personagens, mas no mais continua tudo igual... e fui até lá com a promessa de ver uma relação muito digna dos na-vi com a natureza, com a mãe terra (terra de chão), ver o respeito com as coisas naturais inserido no modo de vida de um povo, mas acabei me deparando com um tribo-mix-indígena-do-mundo-inteiro mostrando que estavam em plena sintonia com as coisas naturais, isso mesmo mostrando... não vi vida de verdade ali, não vi uma relação...isso, agora acho que encontrei a palavra pra quase definir o tipo de verdade que faltou, RELAÇÃO... as pessoas não estava se relacionando com nada daquilo que estava ali e dai não sei se a culpa é do cara que escreveu, do cara que dirigiu ou do cara que assistiu... mas que faltou relação, ah, isso faltou...

Nenhum comentário: