sábado, 9 de julho de 2011

infâmiazinha

ele não tinha muito o que fazer. mas como ele se tratava de deus, aquele que esteve por aqui e vai estar, o não fazer nada não tarda a findar. e ele resolveu criar uma coisinha num espaçinho ocioso que tinha no seu quintal. foi ali, fechou os olhos, imaginou e depois cabrum... surgiu uma bola redonda, com cores primárias, se vista de longe. eis que vinha pelo universo um dos seus, caminhando pela galáxia como se nada tivesse acontecido. e no fim para ele não havia acontecido nada mesmo. não tinha o dom da premonição. e então ele, que de nada sabia, tropeçou na mais nova criação de deus e caiu. tropeçar e cair é o que haveria de ser mais comum na nova criação. mas até então era erro grave. não havia como se manter o mesmo depois de ter caído...
e depois de ser um caído, ele ficou por ai. sem ter o que fazer resolveu cair mais uma vez, agora em jogatinas, apostas e tudo o que pudesse fazer o tempo da eternidade passar. e como demora quando se tem o tempo todo. e então deus não contente colocou um detalhe aqui, um outro ali, mais um acolá. e chamou de terra aquela bola redonda de terra. era terra pra tudo quanto era lado, como se redondo tivesse lado. era modo divino de dizer...
e como terra serve pra segurar algo que se possa colocar por cima, eis que surge um quadrúpede aqui, outro ali e mais um acolá. sempre que se faz uma coisa aqui, se faz outra ali e ainda outra acolá. cabala... e então numa tentativa mais experimental do que profissional, surge um que diz que pensa, mais diz do que pensa, já que se pensasse não diria e caminha sobre duas pernas ou patas, que no fim dá tudo na mesma. e então as coisas na base de uma semana se dão. é findo!
e a jogatina rolando no espaço, com aqueles que um dia também tropeçaram. que um dia também perderam o equilíbrio, com aqueles que caíram. e o tédio controla as cartadas. mas o que é um tropeço pra quem já está caído, o tal resolve dar um bordejo pela leitosa. numa dessas pra dar um chute naquela pedra que até então não estava ali e que surgiu do nada só para lhe fazer caído... e se depara com um pessoalzinho dominando o pedaço. de terra. e percebe que por mais que se digam inteligentes, lhes falta um tanto de malícia... coisa que tem aos montes os dos tropeços.
e depois de observar as peripécias dos terráquios, resolve apostar com quem tem bala na agulha. aliás, com que é por si só a bala e a agulha... e aposta como dá um nó nos pingos d'água que deus colocou sobre duas pernas. e deus de cara com o caído, mas já tedioso por ter feito a terra em sete dias, resolve confiar na inteligência do experimento. se fosse eu...
e então não preciso nem falar que deus perde, perde feio tal qual viria a ser rotina pra uma seleção de um país do bola que ele mesmo criou. e de vergonha por ter feito um experimento que não dura nada, um experimento com garantia chinesa. deus cospe no chão e sai nadando. e uma vez feito o cuspe divino, já não se deveria chamar de terra a bola, pois dali vieram oceanos, continentes, peixes, tubarões, gravidade pra manter tudo amalgamado.
e o outro voltou pra mesa de jogo. desiludido... mas teria trabalho mais adiante, como teria...

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