quinta-feira, 28 de maio de 2009

tão triste que qualquer sopro pode quebrar...

não é saudade, é falta, é uma falta que me faz, falta disso e daquilo, falta de certas coisas que me parecem ter se perdido de mim, eu grito, chamo por elas, mas nada... quero até usar clichê pra dizer que parece que morro um pouco a cada dia, que me falta uma parte, que tem dia desses que tenho um aperto no peito que não é dor, que nem mesmo sei o que é...e lá se vai mais um pudim... mas de fato ele só enche, preenchimento é outra coisa, e se de palavras eu me preenchesse e se do problema dos outros eu pudesse viver...ai como seria bom acordar um certo dia e perceber que tudo mudou...ai como seria bom, mas bom mesmo é se nada precisasse ser feito pra isso, ai como me dói em dia assim ter que acordar e sorrir... passa a ser quase uma dor física ter que te sorrir assim... e um dia eu pensei que era saudade e no outro acordei com a certeza de que é apenas uma imensa falta... sinto falta do rosto corado, do arrepio que cobre a pele em toda sua extensão, sinto falta de ter na memória coisas que não fogem, que estão tão ou mais vivas do que as que estão aqui e agora... sinto falta de fazer planos escalafobéticos no meio da tarde, sinto falta da surdina, sinto falta de tanta coisa que posso dizer que o que sinto é falta e ponto final... queria dar uma volta de 258 graus, queria sair do lugar onde estou e num piscar de olhos ir parar num outro lugar, com outros problemas, com outras dificuldades, pois dessas dificuldades e dos meus problemas eu já to cansada... enjoei da cara da minha vida hoje, enjoei de olhar pra ela e ver que além de não ter nada a ver com nada ela ainda me olha e dá de ombros, debochada, filhadeumamãe... hoje nem pedreiro me consola, me concerta, me descola da parede... faz dias que eu sei o que é solidão... uma solidão que queima a pele do coração, que faz você virar robô... uma solidão que te arrepia de dor... eu sei o que é a solidão, queria dar nome pra ela já que faz dias que me acompanha, queria dar nome e sobrenome pra ela, queria poder falar livremente sobre o que eu sinto, mas dai já seria covardia, seria querer demais... queria ter com quem falar, mas o que falar não é?... preciso por em ordem, preciso articular melhor, preciso clarear o assunto...hoje nem uma visita ao doutor me salva da perdição que me perdi, nem visita, nem balinha, nem nada hoje pode salvar essa alma do paraíso da solidão... tá vindo uma ânsia, acho que vou chorar mais uma vez...acho que vou chorar só pra não sentir que a solidão é tão minha, que é só minha, que está aqui agora...
dia desses vou aprender a por pra fora tudo o que me incomoda e não vai ser em forma de lágrimas...dia desses eu vou chorar muito mais do que cristais... vou aprender a falar e ninguém me segura, vou sair por ai atirando palavras á queima roupa nas pessoas como fazem comigo, vou dar o troco todo em palavras afiadas que não vão mais me ferir... um dia desses eu vou aprender a domar essas palavras e não vou mais estar sozinha...dia desses ainda não é hoje... só queria poder correr com os braços bem abertos, eu não sou café com leite, quero brincar de verdade!!!

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