quinta-feira, 4 de março de 2010

101 dias em são paulo

101. O DIA PASSA E NEM SE VÊ

fiz mais um milhão de coisas nessa cidade que tanto me absorve quanto absorvo ela. caminhei pelas ruas por nada, quando descobri um tudo nesse nada. fui até o meu lugar, onde ao invés de touros encontrei vacas. andei de metrô mais vezes, de carro, de sonhos. conheci pessoas e percebi o quanto nunca se pode estar sozinho. estamos todos por ai e o que nos resta se não olhar ao redor e ver o que há. esse texto certamente é o mais poético de todos. não é só a inspiração que me toma e sim o sentimento de despedida de alguém querido, mais de uma despedida. despedida com gosto de até logo, que nunca sei se é logo ou longo. fica o gosto delicioso de saber que não estou tão atrasada assim, que tudo pode ser feito e em todos os lugares. meus pensamentos não são futurísticos ou retrógrados, são simplesmente pensamentos e ideias que estão ai. e por fim os últimos metros até o aeroporto, o silêncio de duas pessoas que se amam, a dor de ter que partir e ter que deixar ir. na despedida de nós duas, não há palavras, só umas gotas, que gritam um saudade que já começa a se formar. no caminho até guarulhos, já no ônibus da empresa aérea, uma boa música e mais uma passada de olhos onde não deu pra ir ou onde não deu pra ficar a eternidade que eu queria. e já a saudade boa apertando o peito. e no avião, olhando por cima das nuvens, não tão relaxada, não menos tensa do que sempre que vôo, mas olhando as nuvens, um certo silêncio pairava no ar, um certo respeito que a partida merece. ninguém do meu lado, nenhuma mão pra segurar, nenhum ombro pra deitar. descobri por fim, minhas próprias mãos e meu ombro, sempre lá, sempre presente, quando tudo mais me faltar...

"são paulo terra da garoa, terra de gente boa que gosta de estar lá"

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