quarta-feira, 24 de outubro de 2007

PAREDES...


ESSAS paredes que me chamam, me pedem para subi-las em dias assim...a cama vazia, o quarto de paredes peladas, a casa vazia, já não há mais tanto o que fazer...a música ecoa por todos os lugares, em pensamentos vagos que não sabem o que me dizer...o vento continua, os sinos é que pararam, o vento nunca pára de soprar essa infinidade de sons, nunca pára de espalhar os cabelos do menino para lá e para cá...e o vazio que se encontra em dias gris o fazem espalhar ainda mais uma vez...ainda mais...e as mãos se seguram, se ajeitam, se arrumam em vão...parecem não poder parar, não saber o que não fazer...que me digam as árvores, sempre tão descabeladas, sempre tão ao vento, que delas nada sabe e não quer mesmo saber...já que nunca é o mesmo que passa por ali...poderia ocupar todo o espaço, mas me resta um canto escuro, remexido e revirado, tanto frio quanto quente, dentro e fora de mim...não vem o que deveria, já são horas de tarde, não passa o que poderia, presente como sempre, basta o costume chegar...e esses milhões que bailam sem compromisso, sem destino e sem fim...tomando conta de pensamentos que dizem um tanto de mim...me dizendo coisas que eu sempre soube, que sempre estiveram aqui...cai sereno nesses braços de pele branca e doce...pele branca e doce de tocar com os lábios, e os cabelos que pedem vento que não ousa, essa neve que te cobre as faces e que se esfria, para rubra passa, e se torna apetite de toda boca de mundo...e se me deixa ver as covas é então onde sem querer me enterro, me faz desterro te ver tão vulgar como sempre quis...pintura de alma transparente que enche a tela dos meus olhos...dança comigo sem pedir pra bailar, baila comigo e me tira pra dançar...não posso deixar de seguir o caminho que me pedem as paredes...tão sozinha que já estou...

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