segunda-feira, 1 de outubro de 2007

eu vejo coisas sinhô...coisas que ninguém mais vê minha sinhá...não sei se são deste mundo ou do mundo de lá...as vezes caminho pelas ruas...minha mera escravidão...ainda sou escrava desta vida, vida minha onde ainda não há alforria, e nem princesa poderá libertar, já que a liberdade me é dada todo dia, mais não preciso dela, minha liberdade se lê em outras palavras, que nos dias de hoje já ninguém mais sabe pronunciar...e eu caminho a passos meus, por lugares que também, olho com olhos de corruíra, sem as asas, essas Deus não se atreveu...e quando vejo ao redor, fico faceira e entristecida, falo sozinha, do amor e da vida, olho nos olhos das pessoas que passam e seus olhos me transpassam, olho as caras de tanta gente que sequer me percebe, estou sozinha em um mundo tão cheio, eu vejo coisas que já não sei se são reais, ainda que a realidade não se possa explicar, mas quando estou nessas ruas de chão batido de poeira e pó, me sinto como a única que pode ver o que vejo, me sinto só...eles andam como máquinas, as marchas determinam seus jeitos de marchar, os olhos estão vidrados em algo que no futuro está...não se esbarram mais, pois já sabem que seus corpos não podem ocupar em mesmo tempo e espaço o mesmo lugar...já não olham nos olhos pois se acham transparentes, uma transparência que não mostra nada, pois por dentro não há...são vazios e ocos, e todos "chipicamente" programados, choram nas ruas, falando ao celular, as células do corpo já não percebem mais, sorriem do nada e para nada também, olham as coisas mas não as vêem...e se ficar por ali alguns minutos, fazendo o que faço pra me alimentar, verá tanta coisa que já não está em mais nenhum lugar...faltam as coisas de dentro, para dentro deste mundo estar...vejo coisas meu nego, coisas de outro lugar...

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