sábado, 29 de setembro de 2007

PROMETO MUDAR...


SÓ que agora, neste exato momento, não dá...as coisas como de costume estão difíceis, eu disse a ele, e nem parou pra ouvir, que dirá escutar...é como em todos os anos, desde sempre...não se pode fazer nada, as vezes uma reza ou despacho pode ajudar, mais nada muda...são dias e mais dias, um mês inteiro se quiser saber...mais eu resisto e ainda estou aqui...ao meu lado...junto ao meu próprio eu...o que pode não te custar nada, mas me custa a vida...agora já são menos de trinta...esse dia logo chega...sei que tudo vai mudar, não sei se pra melhor ou pior, mais vai mudar, as coisas todas mudam de lugar o tempo todo, sem parar...e quando chegar eu sei que por alguns longos momentos vou ao mesmo tempo sorrir e chorar, uma alegria imensa de estar aqui, bem ao meu lado, vai tomar conta de mim, mais por enquanto eu sinto muito, mais não dá...hoje sei que não posso sequer prometer algo, hoje mesmo não vai dar...o céu vai mudando as estrelas de posição, e eu assisto a tudo nesse chão, sentada naquele quadrado alaranjado e quente, meu mundo de coisa e cão...quem sabe coisica e sem o cão...melhoraria se fosse gato, sem alergia ao pólen e polinização, o que eu tenho haver com isso...e tudo segue seu caminho como tem que seguir...mais uma novela acaba...mais a mexicana continua...parece não se cansar de seus próprios capítulos...parece nem mesmo sentir...talvez porque não existam, nunca saberemos...e é por mais essa faceirice da vida alheia que ontem estava tudo tão vazio por lá...mais eu resisto....ainda estava lá mesmo...sozinha como deveria ser...repassando este texto que nem conheço...ensaiando o que já deveria estar valendo...não existem ensaios minha filha...quando for é sempre valendo...e eu que preciso tanto decorar...ensaiar...queria que saísse mais agudo...menos frio e irreal...não existem ensaios...já é tudo real...perderíamos menos tempo com o que não precisamos...não era filme, não era livro, era vida real...não passava em minha frente como em minutos finais...mais haviam pensamentos soltos pelo ar, impregnado de tinta e cores absurdas, soltos como os canários do aviário, todos ao ar...as fotos que nada diziam, já que minhas não eram...misturados os reais e aos nem tanto...andei, voltei, falei, subi e sentei...as coisas ensaiadas, como na vida não há, talvez fosse peça de teatro...talvez algo só de imaginação...e a água que a face do outro inundou a minha chegou, derreteram-se os olhos em água de mina...minaram...e a rosa da mão se foi...parecia fria e plastificada...tinha olhos nos meus olhos de olhares profundos...os pensantes estavam lá...não tinham para onde fugir...não tinham pois como fingir...era uma mecânica certa, levanta, uma perna e depois a outra, certas coisas não mudam...vou mudar de lugar comigo...para tudo continuar aqui...prometo mesmo mudar, mais nesse momento não posso nada prometer...

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