sexta-feira, 21 de agosto de 2009

não é uma certa antropofagia, mas é...

quando eu te mordo é pra sentir você por dentro, quero saber que gosto tem essa tua carne que deve ser doce mas pode ser amarga...
quando eu te engulo é pra te ter aqui dentro, sempre guardado, sempre marcado, é pra saber que gosto você tem, que pode ser doce ou então salgado...
quando eu te machuco, na verdade não são machucaduras, são experimentações, quero saber que gosto tem tua pele, que pode ser doce ou não ter gosto de nada...
eu estou te escrevendo um filme, uma peça e um livro, tudo ao mesmo tempo, a obra se chama "antropofagito-te", nela eu te como, te mordo, te engulo, te degluto, nela eu descubro qual é o teu verdadeiro sabor...
nela eu te como e depois afirmo que tua pele não tem gosto, que tua carne é quase doce e que os teus recheios são tão variados, que poderei te comer pela vida toda sem enjoar...
nela eu te vejo por dentro de dentro de mim, nela eu sei que por dentro sou tão vermelha quanto é você...
nela eu te guardo de verdade e pra sempre por aqui...
nela eu te como, como deveria fazer na vida real...
nela eu sei que gosto você tem...

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei de voce, parece ate que fui eu quem escreveu isso tudo ai. Abri, li, e pensei... como pode ser eu, sem ser eu, coisa de louco, ou afinidades.
E ainda por cima, lembra como se fosse o nome da minha filha.