terça-feira, 25 de agosto de 2009

não era uma certa antropofagia, era canibalismo da pior espécie...

já que quando a minha boca se abriu em ò... e pra dentro eu te coloquei pra saber qual era o teu gosto de pele e de carne e osso, já que quando eu vi estava te antropofagitando sem perguntar das suas coisas qual era preferida... e me deparei com algo que emperrou na minha boca, com um gosto que não sei qual é, que não sei se existe e que não gosto e já estava goela a dentro e por lá ficou engasgado como palavras de um gosto amargo...
por que na confeitaria em que te fabricam os produtos são assim mesmo, de um pacote bem feito, de uma aparência apetitosa, fazem alusão há uns recheios tão vivos que nos fazem querer antropofagitar... por que no catálogo que te escolhi pra engolir estava escrito que poderia ser doce e que tinha recheios dos mais variados e te pedi pra entrega e esperei chegar e quando chega tem um gosto que na boca fica marcado... tem um gosto que não é gosto da embalagem e nem dos recheios variados, já que não varia nada...
quando foi que passei a acreditar em roupagem, em embalagem, em propagandas? quando foi que eu acreditei que antropofagitar-te seria pra saber que gosto tem, pois já sabia que os teus gostos estão fora do teu lado de fora, estão fora de ti...
quando foi que me fundi, me fudi, e acreditei que poderia te antropofagitar sem engasgar, sem saber que nem tirando a casca, quando foi que não vi por debaixo da couraça a tua glândula de veneno, eu não tenho essa habilidade, eu não tenho esse diploma, eu nunca fiz aquele teste que me deixava apta pra tirar teu veneno e te comer sem medo depois...
quando foi que eu comecei a comprar produtos de Internet por foto e acreditar que receberia na entrega exatamente o que estava lá... de onde foi que eu tirei essa idéia de te fagocitar sem testar a minha alergia, sem testar as reações do meu corpo a você...
onde é que estavam os meus olhos que não viram o quanto essa antropofagia não passa de um canibalismo da pior espécie, dos mais baratos e que só dão indigestão, dor de cabeça e vômitos em jato...
e não posso nem falar mal do restaurante, do preparo e da entrega... quem quis comprar pra antropofagitar fui eu, sem ler o manual não dá... vira mero canibalismo, e eu nem sou canibal...

2 comentários:

Bel disse...

... estou sem muito entender, sabia?
Aliás ... quase nada disso eu entendo. Mas que tu andas redigindo bem ... ah! isso andas mesmo.
Um beijo,
Bel.

Nana Rodrigues disse...

bel, eu mesma estou me redescobrindo, redigitando minha coisas internas pra poder exteriorizar... tem tanto que mudou em mim, mas é tudo processo...
o entendimento ainda não me é completo, coisas minhas...
é um esforço pra falar sem dizer e sem me desdizer depois...
sofro, mas serve ao menos de exercício pra redigir melhor, pensar melhor, sentir melhor e não atropofagitar qualquer novidade que aparece pela frente...
como você mesma disse ontem, preciso aprender algumas coisas. e preciso mesmo, mais do que imaginava...
obrigada pelo elogio, ele vale muito!!