quinta-feira, 12 de novembro de 2009

silêncio

silêncio, é o que eu ouço agora... quando calam todos e só os pássaros tem tempo e não dormem e avisam que está próximo o colapso diário dessas veias asfalticas... eu caminho, quase flutuo pelas ruas agora tão livres como meus pés no asfalto, silenciam todos os ruídos que nos fazem acreditar que é parte nossas essa falsidades... silencia a cidade toda numa calma que clama por mais um pouco de tempo, por mais espaço agora tão vago, agora tão denso... não é verdade que a loucura é parte de tudo isto, não é verdade que o caos está intrínseco... quando o vento nos ronda a face, quando dormem as ruas, quando dorme a cidade... quando o silêncio toma conta de cada beco, de cada canto, de cada semáforo... minha boca se abre em cantos mudos pelas ruas... lhe digo e bendigo coisas, declamo poesia em plena avenida e grito baixo que é assim a minha cidade... num silêncio que me fala coisas ao pé do ouvido, dum silêncio que me cala e me faz ver o que há tempos estava oculto... quando cala a cidade é quando mais escuto os seus gritos e lamurias, é quando vejo o que na verdade não é visto, é dito o tempo todo, mas está encoberto pela lama que somos quando ocupamos estas veias, quando colapsamos a cidade...

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