quarta-feira, 7 de outubro de 2009

ÚNICA

na minha forma nada mais foi feito... da minha forma nada mais... já que sou bem única e isso não é exatamente um privilégio, isso não é exatamente uma dádiva e sim uma quase solidão... um deslocamento do comum, do normal...
por fora bela viola, mas por dentro uma misturança de coisas em ebulição... um vulcão, uma pira que se mantém acesa desde 1979...
eu não me encaixo, eu não me acho, eu não... as minhas coisas são sempre tão particulares, tão peculiares, tão tão...
me distancio dos demais, porque quero, porque não quero, me distancio, não tenho meios de viver exatamente no mesmo tempo deles, no mesmo mundo, no mesmo pensamento, no mesmo lugar-comum...
é tudo tão intenso aqui dentro que contando eles não acreditam, contando parece "causo", parece exagero contar que aqui dentro é tudo tão exagerado...
fico no meu mundo de vulcões, ebulição, de lava descendo e lavando tudo o que há por dentro com o calor mortal, com a pressa, com a efervescência das minhas coisas, dos meus pensamentos, das minhas ações...
um dia eu disse paixão... um dia eu disse que tinha uma doença chamada paixonite crônica, escrevi uma crônica sobre isso, escrevi o que na hora me parecia mais parecido com o que rola aqui dentro... mas agora vejo que sou deslocada, tresloucada, sou dessas que a forma não faz mais nada, que é jogada fora depois da facção... dessas que não se encaixam, que não se copia, que não se exemplifica, dessas que só vendo pra (des)crer...
e nada disso me faz uma pessoa melhor do que as outras, talvez mais confusa, talvez mais desgastada, desgostada das coisas normais, das coisas comuns...
tenho um tempo todo meu, acelerado, descompassado, sou um samba em alta rotação... tenho que ter um tempo todo meu, nele eu me acho,, me encaixo, me encontro, me convenço de que sou mesmo única nas minhas piras e erupções...
talvez um dia seja triste ser assim, tão diferente por dentro e tão igual por fora... talvez algum dia seja complicado viver assim... talvez neste momento ser única signifique ficar só...
estou tentando entender o que há por fora e expressar o que há por dentro, pra ver se me acho, pra ver se me encontro, se encontro um encontro marcado com os demais, algo que não me agrida, que não me resfrie, que não me apague...

ainda não... ainda...

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