domingo, 13 de setembro de 2009

seletivismo natural...

eu não como qualquer coisa, só as melhores, as que eu realmente gosto... já passei da época de fome, que comia o que via pela frente, sem saber do que era feito, dos ingredientes...
agora escolho delicadamente cada coisa na feira, terça-feira, quarta-feira, sábado-feira ou outra feira qualquer...
não é tudo que eu ponho pra dentro... já que depois que entra é só comigo, então escolho o que vai aqui dentro...
desenvolvi aos poucos esse seletivismo, natural eu diria, escolho de maneira aleatória os meus alimentos...
eu não fiz daqui um templo, um altar, um lugar sagrado, apesar de saber que era exatamente isso que deveria ter feito... mas escolho com certo cuidado (descuidado) o que entra, o que vai por dentro, já que depois só eu sei como fico... só eu sei como digiro os meus alimentos...
houve um tempo que eu tinha uma "fome oculta", uma fome que não se sabia de onde vinha, parecia que eu estava alimentada, tinha acesso ao alimento... mas vinha aquela vontade, de por pra dentro alguma coisa doce, algum salgadinho, algum sentimento que sabia o gosto que tinha, e lá ia, atrás de uma coisa pra comer, uma porcaria... enchia a parte de dentro dessas coisas... me enchia...
depois no outro dia, ou até no mesmo, só eu sei o que é que vinha lá de dentro, o que jorrava pra fora pelos meus buracos, até pelos poros... só eu sabia dos meus sentimentos...
então decidi depois de um tempo que tinha preferência na vida, nos alimentos, que iria escolher o que por pra dentro, que não sairia engolindo qualquer coisa, qualquer vento... depois de um tempo percebi que é o que se come, o que se deixar morar aqui... depois de um tempo não como mais tudo o que vejo pela frente, tudo o que aparece, tudo o que me apetece, só como o que me agrada com os olhos e as pontas dos dedos, só como as coisas com certificado de procedência, com nota fiscal do fornecedor... já que depois de comido, é caso perdido, já está por dentro...

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