domingo, 20 de setembro de 2009

sobre te antropofagitar

as vezes as lágrimas correm, correm mais rápido do que os sonhos, do que o tempo, que por horas para, que por horas corre...
as vezes as lágrimas lavam o rosto imundo de dor, de fome, de vontade de antropofagitar...
as vezes as lágrimas escorrem e embargam a voz que tanto ainda tem pra falar, pra te dizer que amor, na verdade amor, não é só isso, não é uma fórmula fechada que tem manual que se pode ler e seguir... é vertigem, é lágrima que escorre, é sorriso que se abre, é tudo e nada no mesmo instante...
que amor é um nome que se dá pra algo que é impossível de descrever, de fechar numa caixinha, de saber se não vivendo...
as vezes as lágrimas escorrem por dentro e por fora, mas é por um bom motivo... as vezes é pra nos lembrar o que a tempos estava esquecido...
por nana rodrigues

o texto* que acabei de ler foi entrando em minha alma através das veias e da garganta ao mesmo tempo e numa fração de segundos transpassou meu coração com a força de uma adága daquelas que são feitas do metal mais forte que já se criou em todo o univierso...
percebo que as palavras e a verdade profundas que se corporificam na escrita são de uma doçura e ao mesmo tempo tristeza irradiantes e impactantes
meu Deus, a intensidade do diálogo - muitas vezes deixado de lado ou evitado na vida real, quando transpassado para este texto que li, nos levam a uma viagem sobre o auto conhecimento e sobre nossas falsas verdades e concepções sobre o real sentimento do amor que é difícil pra caramba, pois convencionaram que o sentimento atrelado de perda acaba castrando a verdadeira emoção.
a técnica vem construída com o tempo, mas quando as palavras e o sentimento brotam de forma sincera elas refletem a verdadeira alma e amor do ser humano
estou "estaziado" e um pouco mais humano.
luciano ehlke rodrigues

* "antropofagito-te", peça de teatro de Nana Rodrigues.

3 comentários:

Bel disse...

Aline .... não sei se entendi muito bem. Mas ... esse texto foi escrito pra ti? Foi o Luciano que te escreveu? Que análise mais maduras e afetuosa! Que delicadeza a dele .... Tem parcerias que nos modificam ... mesmo!
um beijo,
Bel.

Nana Rodrigues disse...

bel, então, eu fiz um texto de teatro que se chama "antropofagia", é bem poético e íntimo, li para o Lú, alias, lemos... e depois ele me pediu pra deixar um recado-depoimento sobre as sensações que o texto despertou nele...eu tmb fiquei feliz com as mudanças que andamos gerando um no outro... bem feliz...
a parte de cima é um poema meu e a de baixo é dele...
beijo!!!

Bel disse...

Que lindo, isso. Ficou ainda mais lindo de ler e sentir. Bom .... bom quando a gente se remexe por conta de coisas que estão em nós. Que somos nós.
Um beijo,
Bel.